Um show feliz, muito feliz. É assim que gosto de definir a apresentação do Vampire Weekend no Lollapalooza 2014. Os novaiorquinhos se apresentaram no palco Ônix no fim da tarde do domingo e, ainda que debaixo de um solzinho considerável, fizeram muita gente pular.
À frente de um telão estampado por flores coloridas, o vocalista e guitarrista Ezra Koenig e seus colegas abriram o show com a animadinha Diane Young, de seu disco mais recente, o aclamado Modern Vampires Of The City (2013). Nas catorze músicas seguintes, a banda soube mesclar muito bem. Mesclou hits mais agitadinhos, como Cape Cod Kwassa Kwassa e seu batuque étnico, com músicas mais tranquilas, como Everlasting Arms. E mesclou também as canções (mais maduras) de seu último álbum – seis ao todo no setlist – com as de seus dois trabalhos anteriores, Vampire Weekend (2008) e Contra (2010), compondo um repertório bastante equilibrado e que conseguiu agradar a gregos e troianos.
É verdade que a banda se mostrou um tanto tímida. Sem interações grandiosas com o público, o vocalista se limitou a poucos diálogos e à algumas frases como ‘’Nova York é a melhor cidade da América do Norte, e São Paulo é a melhor cidade da América do Sul’’. Mas nem por isso se mostrou antipático, e até arriscou um fofíssimo ‘’tamo junto’’, em português.
Porém, não dá para negar. Foi evidente que o Vampire Weekend não precisava de mais nada além de sua música contagiante para fazer a público dançar. E dançar muito, diga-se de passagem. O auge do show foi, sem dúvidas, durante as animadíssimas Cousins e A-Punk. Na área atrás das torres de iluminação – onde mal dava para ver o palco – formou-se uma espécie muito curiosa de ‘’bate cabeça do bem’’, onde as pessoas ao invés de baterem as cabeças, dançavam e pulavam de um lado para o outro. O ritmo frenético daquele grupo que se destacava da multidão atraía cada vez mais pessoas (sim, eu fui uma delas!) e teve direito até a trenzinho, num clima de felicidade extremamente contagiante.
Ao fim da apresentação, a banda tocou as antigas Oxford Comma e Giving Up The Gun, para matar as saudades, e a melódica Hannah Hunt, do último cd. Mas foi com a dançante Walcott que os americanos fecharam o show com chave de ouro, se me permitem o clichê. Enquanto as pessoas começavam a se deslocar para o próximo show, andando e ao mesmo tempo dançando, era possível ver como elas tinham se divertido. Se foi só impressão minha ou não, já não sei dizer. Mas posso afirmar com toda a certeza do mundo, eu me diverti muito.
Por Victória Pimentel
vic.pimentel.oliveira@gmail.com