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A volta das festas juninas: você não pode perder esse arraial

Depois de dois anos sem celebrações devido às restrições sanitárias impostas pela covid-19, uma das festas mais tradicionais e queridas do país está de volta: a festa junina. É só passar em frente a escolas, clubes e igrejas para ver as bandeirinhas, sentir o cheiro da comida e ouvir aquele forró. Em São Paulo, nem …

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Depois de dois anos sem celebrações devido às restrições sanitárias impostas pela covid-19, uma das festas mais tradicionais e queridas do país está de volta: a festa junina. É só passar em frente a escolas, clubes e igrejas para ver as bandeirinhas, sentir o cheiro da comida e ouvir aquele forró.

Em São Paulo, nem mesmo o frio afastou os paulistanos da festa. Pelo contrário, as festas mais tradicionais estão lotadas. Na Paróquia São Paulo da Cruz, conhecida como Igreja do Calvário, em Pinheiros, a fila para comprar ingresso no domingo (12) dobrava o quarteirão. 

O clima era animado e familiar. Casais aproveitaram para passar o dia dos namorados no arraial, enquanto as famílias levaram seus filhos pequenos para curtir uma festa junina pela primeira vez.

 

Quermesse na Igreja do Calvário. Embora a festa junina esteja muito associada à igreja, com as quermesses, sua origem é pagã. Na Antiguidade, povos da Europa cultuavam a fertilidade e pediam por fartura na colheita durante o solstício de verão (21 de junho). Na Idade Média, a Igreja Católica assimilou essa tradição, atribuindo caráter religioso

A festa junina chega ao Brasil no século XVI, por meio dos jesuítas portugueses. A celebração às figuras de Santo Antônio (13/6), São João (24/6) e São Pedro (29/6) se mistura com tradições indígenas e aspectos da própria formação da sociedade brasileira, perdendo parte de seu caráter religioso e ganhando contornos da cultura popular.

 

As famosas bandeirinhas, imortalizadas nas pinturas de Alfredo Volpi, em festa junina realizada no Memorial da América Latina

 

Coloridas, estampadas e com tecido barato, as roupas típicas estão associadas à vida rural no Brasil da primeira metade do século XX. Nessa época, a maior parte da população brasileira vivia no campo

Para dançar quadrilha na tradicional festa junina da Achiropita, as crianças estavam com roupas e maquiagem típicas: vestidos coloridos, tranças no cabelo e chapéu de palha. Os adultos não ficaram de fora. Camisa xadrez ou cachecol da mesma estampa eram muito comuns. O importante é fazer parte da festa. 

 

Bichos de pelúcia são a principal prenda nessa barraca de jogos do Memorial da América Latina

 

Diante das prendas, separadas por pontuação, menina brinca na barraca da canaleta

 

Depois de jogar, menino aguarda, ansiosamente, por sua prenda

 

Tem jogos para todos os públicos. Na festa junina do Calvário, quem completava a cartela cheia do bingo ganhava R$ 50,00

Uma das partes favoritas das crianças – e também dos adultos – são as barracas de jogos. Canaleta, acertar a boca do palhaço, pescaria, bingo e tomba lata foram algumas das brincadeiras tradicionais presentes nas festas visitadas. As prendas, desde biribinhas até dinheiro, fazem sucesso entre o público.

 

A cocada, doce de origem africana, era uma das sobremesas mais disputadas no Memorial da América Latina

As comidas típicas da festa junina são um capítulo à parte. Espeto, cachorro quente, pizza, caldo verde, paçoca, pé de moleque, cocada… a lista das iguarias é grande. Destacam-se as comidas que tem como base milho e amendoim, grãos cultivados pelos indígenas. Para esquentar as noites frias de junho, vinho quente e quentão marcam presença.

 

Trazida no processo de colonização, os passos de dança da quadrilha junina tem origem francesa

 

Tipicamente nordestino, o forró também é trilha sonora das festas juninas

“Mandacaru quando fulora na seca/

É o sinal que a chuva chega no sertão/

Toda menina que enjoa da boneca/

É sinal que o amor já chegou no coração

 

Meia comprida/

Não quer mais sapato baixo/

Vestido bem cintado/

Não quer mais vestir timão

Ela só quer/

Só pensa em namorar/

Ela só quer/

Só pensa em namorar”

(Trecho de “O Xote das Meninas” (1953), de Luiz Gonzaga). 

Além da quadrilha, o som do triângulo, da sanfona e da zabumba compõem a trilha sonora. Mesmo quem não escuta forró, conhece os sucessos de Luiz Gonzaga.

 

O sol está se pondo, mas ainda dá tempo de ir em um arraial

 

Ao cair da noite, é que a festa começa a lotar

Se você ainda não aproveitou a volta das festas juninas, ainda dá tempo. Apesar de serem realizadas, tradicionalmente, em junho, muitas celebrações ocorrem em julho, nas famosas “festas julinas”. Não deixe de conferir a programação, pegar sua camisa xadrez no armário e ir “simbora” para esse arraial.

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