Depois de dois anos sem celebrações devido às restrições sanitárias impostas pela covid-19, uma das festas mais tradicionais e queridas do país está de volta: a festa junina. É só passar em frente a escolas, clubes e igrejas para ver as bandeirinhas, sentir o cheiro da comida e ouvir aquele forró.
Em São Paulo, nem mesmo o frio afastou os paulistanos da festa. Pelo contrário, as festas mais tradicionais estão lotadas. Na Paróquia São Paulo da Cruz, conhecida como Igreja do Calvário, em Pinheiros, a fila para comprar ingresso no domingo (12) dobrava o quarteirão.
O clima era animado e familiar. Casais aproveitaram para passar o dia dos namorados no arraial, enquanto as famílias levaram seus filhos pequenos para curtir uma festa junina pela primeira vez.
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A festa junina chega ao Brasil no século XVI, por meio dos jesuítas portugueses. A celebração às figuras de Santo Antônio (13/6), São João (24/6) e São Pedro (29/6) se mistura com tradições indígenas e aspectos da própria formação da sociedade brasileira, perdendo parte de seu caráter religioso e ganhando contornos da cultura popular.
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Para dançar quadrilha na tradicional festa junina da Achiropita, as crianças estavam com roupas e maquiagem típicas: vestidos coloridos, tranças no cabelo e chapéu de palha. Os adultos não ficaram de fora. Camisa xadrez ou cachecol da mesma estampa eram muito comuns. O importante é fazer parte da festa.
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Uma das partes favoritas das crianças – e também dos adultos – são as barracas de jogos. Canaleta, acertar a boca do palhaço, pescaria, bingo e tomba lata foram algumas das brincadeiras tradicionais presentes nas festas visitadas. As prendas, desde biribinhas até dinheiro, fazem sucesso entre o público.
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As comidas típicas da festa junina são um capítulo à parte. Espeto, cachorro quente, pizza, caldo verde, paçoca, pé de moleque, cocada… a lista das iguarias é grande. Destacam-se as comidas que tem como base milho e amendoim, grãos cultivados pelos indígenas. Para esquentar as noites frias de junho, vinho quente e quentão marcam presença.
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“Mandacaru quando fulora na seca/
É o sinal que a chuva chega no sertão/
Toda menina que enjoa da boneca/
É sinal que o amor já chegou no coração
Meia comprida/
Não quer mais sapato baixo/
Vestido bem cintado/
Não quer mais vestir timão
Ela só quer/
Só pensa em namorar/
Ela só quer/
Só pensa em namorar”
(Trecho de “O Xote das Meninas” (1953), de Luiz Gonzaga).
Além da quadrilha, o som do triângulo, da sanfona e da zabumba compõem a trilha sonora. Mesmo quem não escuta forró, conhece os sucessos de Luiz Gonzaga.
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Se você ainda não aproveitou a volta das festas juninas, ainda dá tempo. Apesar de serem realizadas, tradicionalmente, em junho, muitas celebrações ocorrem em julho, nas famosas “festas julinas”. Não deixe de conferir a programação, pegar sua camisa xadrez no armário e ir “simbora” para esse arraial.