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Netflix: ‘Alguém Especial’ – Uma comédia romântica sobre amizade

Alguém Especial (2019) nos ensina que as nossas maiores paixões são os nossos amigos. A comédia romântica produzida pela Netflix se destaca no gênero pelo foco do enredo não se tratar realmente sobre o romance, mas sobre a amizade que ajuda a protagonista, Jenny (Gina Rodriguez), a encarar o término de um relacionamento de muitos …

Netflix: ‘Alguém Especial’ – Uma comédia romântica sobre amizade Leia mais »

Alguém Especial (2019) nos ensina que as nossas maiores paixões são os nossos amigos. A comédia romântica produzida pela Netflix se destaca no gênero pelo foco do enredo não se tratar realmente sobre o romance, mas sobre a amizade que ajuda a protagonista, Jenny (Gina Rodriguez), a encarar o término de um relacionamento de muitos anos com Nate (Lakeith Stanfield).

O filme narra de uma maneira sutil e realista a amizade entre mulheres, que se coloca realmente à prova em tempos difíceis, como no final de um relacionamento. Tema pouco retratado no cinema, mas visto antes em filmes como Quatro Amigas e Um Jeans Viajante (2005), ou Sex And The City (2008).

Além do tema pouco explorado na indústria, o longa contou na sua equipe com majoritariamente profissionais mulheres: da direção, roteiro, produção até os menores papéis. Além da forte presença feminina na equipe de filmagem, o elenco conta com grande diversidade, desde os protagonistas até os personagens secundários.

Jenny contando seus problemas à uma estranha no metrô. [Imagem: Autumn Eakin]
A trama se inicia em Nova Iorque com um término de namoro entre Jenny e Nate, que estavam juntos por nove anos. Quando ela recebe uma proposta de emprego da revista Rolling Stones, em São Francisco, ele não queria tentar relacionamento à distância, então o relacionamento é terminado.

Até mesmo nas cenas iniciais, com o casal no bar no qual acontece  o evento anual, Neon Classic, as melhores amigas da protagonista, Erin (DaWanda Wise) e Blair (Brittany Snow), estão presentes. Na cena seguinte, em que aprendemos inicialmente sobre o enredo do filme, temos uma demonstração também de apoio feminino: a protagonista, bêbada, lamenta suas dores para uma estranha no metrô nova-iorquino, automaticamente causando uma ligação mútua entre mulheres.

O relacionamento entre Jenny e Nate é apresentado inteiramente por meio de flashbacks, o que reforça a ideia de passado e término. É apresentado, logo no início da obra, um casal que não está mais junto, e ainda assim o espectador é vê fotos, trocas de mensagens e cenas do que eles um dia foram. Essa apresentação de memórias causa um contraste entre o antes e o agora, e a trilha sonora alimenta essa emoção, tendo como fundo Supercut, da Lorde.

Jenny e Nate antes do desmoronamento do relacionamento. [Imagem: Autumn Eakin]
É ao longo dessa montagem que vemos também o desmoronamento do relacionamento, sendo complementado pela mudança da coloração composta por tons vibrantes, como roxo, verde e rosa, para tons mais neutros, como bege amarelado. Isso também acontece pela escolha dos planos de filmagem, que mostram o distanciamento dos personagens em cada canto da tela ao longo do tempo. Isso ocorre, por exemplo, na cena em que Jenny e Nate estão deitados em cantos opostos da cama, distantes um do outro e ocupando extremos opostos na tela, com a diretora optando por filmar de cima olhando para baixo (birds eye shot), o que reflete a situação do relacionamento naquele momento próximo ao término.

Com a chegada do evento anual, Neon Classic, também vem um turbilhão de memórias e a determinação de aproveitar com as melhores amigas uma noite depois de um término. A construção dos personagens e seus relacionamentos se dá de uma maneira surpreendentemente progressiva e efetiva considerando a duração do filme, de 92 minutos.

DaWanda Wise e Brittany Snow exercem um ótimo papel trazendo à vida suas personagens. A tridimensionalidade criada pela diretora e roteirista, Jennifer Kaytin Robinson, a partir de pequenos enredos paralelos ao principal, dá a impressão de que Erin e Blair realmente são pessoas reais.

Uma das melhores coisas do filme é a trilha sonora que transporta o espectador para a situação das personagens e faz com que ele se sinta como se estivesse ouvindo uma playlist com suas melhores amiga. Exemplo disso é a cena com a música Truth Hurts, da Lizzo, em que Erin e Jenny dançam e cantam na cozinha — o que facilmente é uma cena comum e memorável de comédias românticas do final da década de 2010.

Quando a música da Jenny começa a tocar. [Imagem: Autumn Eakin]
O relacionamento romântico é utilizado para introduzir o romance principal, a amizade que sempre esteve presente, desde a primeira vez em que Nate e Jenny se conhecem, até depois que se separam, e a ajudam a catar os pedaços. Não há motivo drástico para o término, apenas o fim progressivo de um amor que parecia eterno, por ser o único amor que conheceram. Mas o amor se manifesta de outras formas, como pelos cuidados das melhores amigas quanto a protagonista tão fragilizada nesse momento.

As tonalidades vibrantes na fotografia, remetendo à condição acolhedora de se estar com os amigos, impede que o tema se torne realmente triste. O que não é na sua maior parte, mas sim com altos e baixos que te prendem realmente na tela.

É o filme perfeito para se assistir com as amigas, tendo ganhado até mesmo uma música em sua homenagem, Death by A Thousand Cuts da cantora pop Taylor Swift no seu álbum Lover (2019).

O longa está disponível para os assinantes da Netflix. Confira o trailer:

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