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Ação sem perder o suspense jamais em ‘Aliens, o Resgate’

Longa de James Cameron completa 35 anos e demonstra como sequências podem dar novos ares a uma franquia

Ellen Ripley (Sigourney Weaver) acorda da stasis espacial depois de 57 anos. A explosão da Nostromo e a morte de sua equipe ainda lhe parecem eventos recentes. Precisa explicar a seus empregadores na Weyland-Yutani que tudo se deveu a uma violenta criatura que usa seres humanos como incubadoras. Eles, céticos, não dão crédito a Ripley: a lua onde o alien teria sido encontrado pareceu pacífica o suficiente para, durante esses 57 anos, instalarem uma “colônia de terraformação”… Aliens, o Resgate (Aliens, 1986), de James Cameron, completa 35 anos no próximo dia 18. O longa continua a história de Alien, o Oitavo Passageiro (Alien, 1979) de Ridley Scott, expandindo o universo criado por Dan O’Bannon e Ronald Shusett em um longa mais ambicioso do que o original.

 

Uma criatura alienígena com aparência metálica de ponta cabeça em uma nave com luzes alaranjadas.
Mais e mais e mais bichos extraterrestres. [Imagem: Divulgação/20th Century Fox]
O contato com a colônia é perdida. Um esquadrão de Colonial Marines vai investigar a situação. Ripley é convocada como conselheira do grupo — talvez ela tenha razão quanto à presença de alienígenas “xenomorfos” na lua colonizada e, já que ela é a única que teve contato com um e sobreviveu, seus conselhos podem não ser de todo mal.

O rol de personagens que povoa Aliens já dá uma ideia geral do tom: Hicks (Michael Biehn), Vasquez (Janette Goldstein) e Hudson (Bill Paxton) — alguns dos personagens com maior tempo de tela — são todos soldados. Essa sequência ao filme de 1979 deixa o horror um pouco de lado para focar na ação militar: não estamos mais lidando com aquele lento aumento de tensão que resulta no jogo de gato e rato entre Ripley e o alien do longa original.

Mas resumir o filme de Cameron a um filme de ação seria dizer muito pouco. Bishop (Lance Henriksen), o androide faz-tudo, Carter (Paul Reiser), o representante muquirana da Weyland-Yutani, e Newt (Carrie Henn), a garotinha expert em sobrevivência, completam o elenco — e são os principais responsáveis por temperar o roteiro com subtramas para além do embate “brucutus versus alienígenas”.

 

Imagem em preto e branco com os novos personagens da sequência de Aliens. Os cinco personagens são brancos, possuem vestimentas militares, carregam armas e usam dispositivos de comunicação em suas cabeças.
Novo rol de personagens já dá tom militarista à sequência de “Alien, o Oitavo Passageiro”. [Imagem: Divulgação/20th Century Fox]
Há de se dizer que nem tudo funciona nessa história. Bishop, por exemplo, é subutilizado, e seu arco de “redenção dos androides” aos olhos de Ripley parece uma bobagem até para um filme de insetos espaciais gigantes. Mas Cameron está no controle das suas personagens (como roteirista) e de quem os encarna (como diretor): os estereótipos em tela (e é um filme, de fato, construído sobre estereótipos) são tratados com a dose certa de ironia e desapego para funcionarem na história sem serem pesantes ou bestas demais.

Mesmo o horror e o suspense não se perdem completamente nessa salada. A lente de Cameron devassa muito mais as cenas do que a de Scott, mas soluções práticas, como apresentar algumas sequências de ação pelas camerazinhas atracadas aos capacetes dos marines, nos lembram que ainda há uma boa dose de thriller ali.

Até os gafanhotões espaciais — devidamente pluralizados no título, pois abundam como nunca — aparecem só depois de uma hora de preparação, como ditam as fórmulas mais clássicas de filmes de horror. A ambientação e a tensão podem não estar no primeiro plano, mas servem bem a Cameron em momentos chave da narrativa desse sci-fi de ação.

O acerto foi não se importar tanto com a carga que o filme original representava. E “não se importar tanto” parece ter sido fácil para um cineasta que começou a carreira em um longa como Piranha 2: Assassinas Voadoras (Piranha 2: The Spawning, 1981). Mudando alguns elementos aqui e ali, Cameron criou uma sequência que, mesmo sem a elaboração estética do filme de Scott, consegue ter voz própria.
Nota do Cinéfilo: 4 de 5, Muito Bom!

Aliens, O Resgate está disponível aos assinantes do Telecine Play. Confira o trailer:

*Imagem da capa: Divulgação/20th Century Fox

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