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As SAFs são o futuro do futebol?

Um panorama dos clubes-empresa no Brasil e no mundo

Por Diogo Silva (diogo.spinelli@usp.br)

Desde a virada do século, vem surgindo um movimento que se alastrou pela Europa: o dos clubes-empresa. Times de futebol como Manchester City, Paris-Saint Germain e Chelsea venderam suas marcas para grandes conglomerados e vêm tendo diferentes experiências nos últimos anos. Não muito tempo depois, essa “moda” chegou ao Brasil, sob o modelo das SAFs. Hoje, clubes como Botafogo, Vasco, Cruzeiro e Bahia já adotam o novo formato de gestão, e outros já estudam a possibilidade com bons olhos.

Porém, essa medida ainda divide opiniões entre as pessoas, e as experiências não ajudam a sanar essa desconfiança na cabeça dos torcedores. Isso ocorre porque, da mesma forma que há SAFs lutando pelos principais títulos no Brasil e no Mundo, há clubes no mesmo modelo de gestão que estão afundados em crises e longe da elite esportiva de seus respectivos países. Mas afinal, o que são as SAFs? Como funcionam? E, principalmente, esse é o futuro do futebol?

O que é SAF?

A SAF, ou Sociedade Anônima de Futebol, é uma tipificação para empresas privadas criada em 2021 pelo Congresso Nacional com o intuito de facilitar a transição de clubes de futebol para o modelo de clube-empresa. Esse modelo foi pensado especificamente para os times de futebol.

Há três formas de um clube de futebol se tornar uma SAF hoje:

  1. Ser fundado diretamente nesse formato;
  2. Pode ser convertido de associação civil sem fins lucrativos (formato de gestão dos clubes que não são clube-empresa) para SAF;
  3. Criar uma SAF da qual a associação é dona, mas transferir todos os ativos do futebol (direitos de transmissão, patrocínio, jogadores, etc) para a nova empresa, que será vendida posteriormente.

A partir do momento em que alguém adquire um clube, essa pessoa passa a ter poder sobre a sua gestão. Isso só mudará se a empresa for revendida para outro comprador, que passará a ser o novo proprietário. No caso dos clubes brasileiros, está prevista uma série de direitos e de deveres que, caso não sejam cumpridos, podem levar à saída do investidor —  associação pode reassumir o controle do futebol caso isso esteja previsto em contrato, por exemplo. 

Apesar disso, o dono não tem poderes absolutos. Na lei, existe um mecanismo de proteção da tradição do clube. Enquanto a associação civil possuir ações do clube, ela tem poder de veto sobre alguns itens, como nome, escudo, hino, cores, sede, entre outros.

Um problema que aflige muitos clubes brasileiros e foi um motivo recorrente para a conversão dos clubes em SAF é o endividamento: as dívidas não são transferidas para a empresa, mas há mecanismos para fazer os pagamentos. De acordo com a lei de SAFs, há duas formas de gerenciar as dívidas:

  1. Regime Centralizado de Execuções: esse mecanismo abre a possibilidade de a empresa assumir a responsabilidade de contribuir com, no mínimo, 20% das receitas mensais do clube para a associação, já que todos os ativos do clube foram transferidos para a SAF e, desta forma, a associação não tem grandes formas de arrecadação. A dívida tem um prazo de seis anos para ser quitada, o qual é prorrogável por mais quatro anos. Esse regime ainda possibilita um desconto de até 30% no valor a ser pago.
  2. Recuperação Judicial: consiste, basicamente, em uma renegociação das dívidas civis e trabalhistas com mediação do poder público, abrindo a possibilidade de desconto.

Clubes-empresa no Brasil e no mundo

Manchester City

Elenco do City comemorando o título da Premier League da temporada 2011/12, primeira no regime de clube-empresa [Imagem: Reprodução/ Wikimedia Commons]

Na última temporada (2022/23), o clube inglês conquistou, na mesma temporada, a Copa da Inglaterra, a Premier League e a Champions League, tão sonhada pelo clube. Mas isso não veio do nada. Esse é o resultado de um projeto que vem sendo construído desde a venda do clube, em 2008.

Em 2008, o Manchester City não vinha bem nem financeiramente, nem esportivamente. Em meio a muitas dívidas e a algumas temporadas lutando na segunda metade da tabela, o sheikh Mansour Bin Zayed Al Nahyan apareceu com a proposta de comprar o clube.

Nas temporadas seguintes, o City quebrou recordes de investimentos e de transferências, trazendo nomes hoje  conhecidos no meio do futebol e que viriam a ser importantes para a história do time, tais como Kompany, Tévez, Yaya Touré, David Silva, Boateng e Agüero.

Em 2011/12, o clube conquistou a Premier League pela terceira vez na história, deixando o seu rival local, Manchester United, com o vice-campeonato. O gol do título, sacramentado na última rodada, foi marcado por Agüero já nos acréscimos do segundo tempo. 

Desde então, a equipe passou a ser protagonista na elite do futebol inglês e conquistou títulos como a Copa da Inglaterra, a Copa da Liga Inglesa, a Supercopa da Inglaterra e, novamente,  a Premier League. Com o investimento estrangeiro, o City se estruturou financeiramente, reformou o centro de treinamento e modernizou seu estádio em pouco tempo de projeto.

Manchester City – Uma nova era

Em 2016, um novo capítulo da história do clube começou com a chegada do treinador espanhol Pep Guardiola. O comandante elevou o patamar do time, que passou a ser protagonista também no cenário continental. Com Pep à frente  da equipe, foram cinco títulos da liga nacional em sete temporadas, além de vários jogadores que tiveram destaque no futebol mundial, como Ederson, Walker, Fernandinho, Gündoğan, Bernardo Silva, Agüero, David Silva, Kevin De Bruyne, entre outros. 

Apesar da evolução, o City seguia com dificuldades na busca pelo título inédito da Uefa Champions League e, ao longo dos anos, sofreu eliminações marcantes para rivais ingleses como Liverpool e Tottenham, além de uma derrota na final da temporada 2020/21 contra o Chelsea, uma derrota inesperada para o Lyon e uma virada histórica diante do Real Madrid.

Finalmente, na última temporada, veio a consagração do projeto. Com jogadores como Rúben Dias, Stones, Mahrez, Grealish e o jovem craque Haaland, o time conquistou a tríplice coroa em 2022/23, isto é, venceu a Premier League, a Copa da Inglaterra e a Champions League na mesma temporada.

Manchester City – O donos do clube

Hoje, Mansour Bin Zayed e o Estado saudita são proprietários de várias equipes ao redor do mundo. Além do clube de Manchester, o saudita é proprietário do Girona (Espanha), do Bolívar (Bolívia), do New York City (Estados Unidos), entre outros. O Manchester City é o clubE-matriz, enquanto o demais acabam cumprindo a função de satélite, servindo de apoio. 

Uma grande dilema ético que cerca o City Group e outros clubes de formato semelhante, como o Newcastle e o Paris-Saint Germain está relacionado à origem do dinheiro de seus donos. Esses clubes são propriedades de ditadores do mundo árabe;  Mansour, dono do City Football Group, por exemplo, é membro da família real e meio-irmão do monarca Mohammed bin Zayed.  Além do regime político antidemocrático, os comandantes do país arabe colecionam um serie de acusações de tortura e de violação dos direitos humanos.

Valencia

Diferentemente da experiência vivida pelos clubes ingleses, na Espanha, os torcedores do Valencia vivem um pesadelo e uma relação muito difícil com os atuais donos do clube.

No começo do século, o clube vivia seu auge. Foram dois títulos da liga espanhola, um título da Uefa Europa League e um da Supercopa da Uefa, além de ter disputado uma final de Champions League, na temporada 2002/03, quando perdeu para o Bayern de Munique.

Nos anos seguintes, a equipe teve campanhas ruins e passou a ser um time de meio de tabela no campeonato, algumas vezes lutando contra o rebaixamento. Em 2014, o bilionário singapurense Peter Lim comprou o clube.

O empresário tinha a característica de monopolizar as decisões, incluindo a escalação da equipe. Em 2017, quando o time não vivia um grande momento, o treinador Marcelino García foi contratado e implantou um trabalho promissor. O Valencia chegou a conquistar a Copa do Rei, em 2018/19 e passou a brigar na parte de cima da tabela, com classificações para competições europeias. Porém, o treinador tinha desentendimentos frequentes com Peter Lim e, no fim de 2019, descontente com as interferências em seu trabalho, foi demitido.

Torcedores do clube espanhol fazem ataques racistas contra o dono do clube Peter Lim em protesto [Imagem: Reprodução/ Wikimedia Commons]

Depois de Marcelino, o clube não conseguiu grandes resultados. Pensando em uma reformulação total, Peter Lim trocou diretores e vendeu jogadores muito importantes e queridos pela torcida. Dentre eles, destacam-se Ferran Torres, jovem promissor da seleção espanhola que foi vendido para o Manchester City por apenas 23 milhões de euros e hoje joga no Barcelona,  Parejo, capitão do time e ídolo do clube, que foi liberado de graça para o rival espanhol Villarreal, e Rodrigo, craque do time, que foi para o Leed United por 30 milhões de euros e hoje está no futebol saudita. Outras peças importantes, como os meio-campistas Coquelin e Kondogbia, o zagueiro Garay e o goleiro Cillessen, saíram do plantel.

Para além de tudo isso, dois episódios foram decisivos na movimentação da torcida do Valencia contra o magnata:  quando um antigo conselheiro do clube afirmou que Lim usaria o clube para fazer negócios ilegais e ganhar dinheiro e, principalmente, quando Kim Lim, filha de Peter, postou um story no Instagram com os dizeres: “Alguns torcedores do Valencia estão atacando a mim e à minha família. Eles não entendem? O clube é nosso e podemos fazer o que quisermos com ele e ninguém pode falar nada”. 

Postagem de Kim Lim, em seu Instagram [Imagem: Reprodução/Instagram: @kimlimhl]

Botafogo

Estádio Nilton Santos lotado em jogo do Botafogo [Imagem: Reprodução/ Wikimedia Commons]

O Botafogo de Futebol e Regatas é a única SAF do Brasil que teve um certo sucesso no curto prazo. A transição veio em um momento complicado do clube, que estava endividado e disputando a segunda divisão do campeonato nacional. O empresário estadunidense John Textor, proprietário de times como o Lyon, da França, e o Crystal Palace, da Inglaterra, foi o responsável por adquirir o “Glorioso”, o que foi visto positivamente pela maioria da torcida. É o que explica Victor Satos, do canal Fala Fogão: “A torcida já não suportava anos e anos sob a administração de amadores. Quando ficou séria essa possibilidade de virar SAF, a torcida rapidamente entendeu que era a nossa última chance de recolocar o Botafogo no caminho certo”.

Apesar do otimismo e da boa relação, Textor não ficou livre das críticas: Recentemente, o empresário foi questionado por realizar transferências de jogadores entre os clubes dos quais é dono. O atacante Jeffinho, por exemplo, era destaque do alvinegro carioca quando foi vendido, em janeiro de 2023, ao Lyon, por 10 milhões de euros. À época, questionou-se o quanto o conflito de interesses não poderia fazer com que os valores pagos pelos atletas fossem muito baixos. 

Victor enfatiza esse ponto. “A relação é boa, mas fica ótima quando o time vence. Em época de janela de transferências, porém, fica um pouco mais complicado, pois o torcedor quer ver grande movimentação, mas o Botafogo não sai contratando de qualquer maneira nem com pressa. Na época da venda do Jeffinho, muitos ficaram irritados pela maneira como tudo aconteceu, mas depois isso passou”, diz.

O Botafogo não vive um bom momento no futebol, mas isso não é uma onda de sorte: o clube vem construindo um trabalho desde que foi comprado pelo bilionário americano. “A SAF está reconstruindo o Botafogo do zero, [antes] não tínhamos nada. O campo anexo do [estádio] Nilton Santos era muito ruim e machucava os atletas (o campo está passando por reformas). O trabalho do scout precisa ser muito destacado, pois esse time começou a ser construído em 2022 e agora é capaz de brigar por conquistas.” explica o criador de conteúdo.

O Botafogo brigou pelo título do campeonato brasileiro após muito tempo fora da disputa , e Victor explica como está o sentimento da torcida com isso: “O time tem tudo para ser campeão brasileiro, mas não era algo que esperávamos. A SAF mudou a perspectiva de presente e futuro do Botafogo e a certeza de que essa equipe que compete veio para ficar. Mas ainda há muito por fazer” — na época em que a entrevista foi realizada pelo Arquibancada, o Fogão liderava o campeonato nacional e era franco-favorito à conquista.

Bahia

A SAF do Bahia também veio em um momento complicado para o clube. Dentro do campo, o time estava jogando a segunda divisão depois de muitos anos na elite do futebol brasileiro. Fora dele, a história era diferente: a venda para o Grupo City animou os torcedores mesmo com o rebaixamento. “A expectativa da torcida foi grande principalmente no sentido de ampliar para o Bahia as possibilidades de prospectar o mercado e de trazer novas perspectivas, metodologias e tecnologias. A SAF pode ser um aporte financeiro e o grupo City terá um terreno fértil para conseguir desenvolver melhor o seu trabalho, afinal  já estará estruturado”, diz Rodrigo Barata, apresentador do canal Bora Bahêa.

Arena Fonte Nova, estádio que recebe jogos do Bahia em Salvador [Imagem: Reprodução/ Wikimedia Commons]

O diferencial da SAF do Tricolor de Aço em relação às demais do país é a bagagem trazida pelo Grupo City após as experiências em Manchester, por exemplo. “Foi um dos acontecimentos mais contra-hegemônicos do  futebol brasileiro, porque rompeu com a lógica histórica de mercado de grandes investidores irem para os clubes do eixo [Rio-São Paulo], mas o Bahia conseguiu seduzir o grupo City. Isso foi algo que chamou a atenção do Brasil todo e empolgou a torcida”, complementa o influenciador.

. “O Grupo City traz um conhecimento tecnológico e uma prática profissional que é realmente acima do que se vê de média no futebol brasileiro.” Essa fala de Rodrigo permite que se projete o Bahia como exemplo de gestão em caso de sucesso.

Toda a expectativa em relação ao investidor ainda não se tornou realidade, mas a torcida segue esperançosa e especula quanto a projetos de um novo centro de treinamento e de um estádio novo. “Há indicativos de que a SAF do Bahia passe a administrar a Arena Fonte Nova, que tem contrato em vigor até 2028 [com sua atual gestora], mas o normal do grupo City é administrar um estádio próprio.”

Rodrigo acrescenta que a gestão dos Emirados Árabes Unidos tende a enxergar o futebol para além do jogo: “Eles (Grupo City) enxergam um estádio como um espaço de entretenimento”.Sobre o CT, o criador de conteúdo afirma que já foram feitas melhorias pontuais, mas que o antigo CT do Bahia, o CT do Fazendão, pode ser uma alternativa. “O CT do Fazendão é mais perto do centro da cidade, da Arena Fonte Nova e do Aeroporto.” A medida reduziria o deslocamento da equipe baiana, já que o atual CT fica a 45 quilômetros de Salvador.  

Em campo, porém, os resultados têm demorado a aparecer. Apesar do título estadual, o time caiu na fase de grupos da Copa do Nordeste, foi eliminado nas quartas de final da Copa do Brasil e lutou desde o começo contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. “Algumas pessoas acham que o Grupo City não tinha dimensão do nível de competitividade do futebol brasileiro, dos desafios em meio ao calendário e ao deslocamento”, diz o torcedor tricolor. No entanto, Rodrigo acredita que, “evitando a queda nessa temporada, o time já vai vir muito mais forte para 2024 e para os anos seguintes. O objetivo é que o Bahia se torne um dos principais clubes em desempenho e resultados no futebol brasileiro”.

Red Bull Bragantino

O time do Red Bull Bragantino tem um experiência diferente de clube-empresa em relação a outras SAFs do futebol brasileiro. Antes mesmo da criação da lei de SAFs, a Red Bull, que já possuía um clube no Brasil, comprou o Bragantino, time modesto, mas tradicional do interior paulista, e que hoje é a principal equipe da empresa. Hoje, o Red Bull Brasil, antigo empreendimento da marca de energéticos, virou o Red Bull Bragantino 2, e disputa apenas a Série A2 do Campeonato Paulista, com o time sub-23.

Após a venda, o clube teve uma ascensão meteórica no futebol brasileiro e subiu para a Série A como campeão da Série B. O estádio Nabi Abi Chedid e o centro de treinamento foram reformados e, em poucas temporadas na elite do futebol nacional, a equipe já fez boas campanhas e se classificou para competições internacionais, tendo, inclusive, sido finalista da Copa Sul-Americana em 2021.

Jogadores do Red Bull Bragantino comemorando um gol [Imagem: Reprodução/ Wikimedia Commons]

Apesar dos bons resultados, nem tudo foi flores na relação da torcida com a parceria. Com  fusão ao grupo de bebidas austríaco, o time de Bragança Paulista adotou o escudo, uniforme e cores que são padrão de todos os clubes da franquia, deixando para trás os símbolos e as cores (branco e preto), que fizeram parte da história do clube. Isso incomodou, principalmente, a ala mais tradicional da torcida, e fez com que a transição fosse gradual até mesmo nos uniformes. Diante de situações como essa, abre-se o espaço para questionamentos sobre os limites de interferência de uma marca na identificação dos torcedores com a equipe. 

Quem será o próximo?

Atlético Mineiro

Com detalhes a serem acertados, o Clube Atlético Mineiro já criou a SAF e tem negociações avançadas de venda para o grupo dos 4Rs (Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador). O anseio pela mudança de gestão surgiu nos torcedores devido ao tamanho da dívida do clube. “Os torcedores entenderam que a SAF era a única salvação do clube que tem a maior dívida do país, então a aceitação [entre os torcedores] foi praticamente absoluta. A SAF pode praticamente zerar a dívida do clube”, explica Henrique Muzzi, apresentador do canal Bica Galo.

Apesar de brigar por títulos nos últimos anos, chegando a conquistar o Brasileirão e a Copa do Brasil em 2021, o Galo gastou muito com jogadores e estrutura — a construção de seu estádio particular, a Arena MRV, gerou uma dívida de R$1,8 bilhão.

Sede do Clube Atlético Mineiro em Belo Horizonte/Minas Gerais [Imagem: Reprodução/ Wikimedia Commons]

Os atleticanos têm nas outras SAFs exemplos daquilo que se deve fazer parecido e daquilo que devem evitar. “Acho que algumas equipes vão ter um sucesso maior e, em contrapartida, outras vão demorar um pouco mais, até porque o futebol não é uma ciência exata. As SAFs têm tudo para trazer essa modernização, mas isso depende muito dos gestores que estarão à frente delas. Afinal, não adianta a SAF disponibilizar essas ferramentas de modernização e os gestores continuarem com pensamentos retrógrados “, esclarece Henrique.

Fortaleza

O Fortaleza criou recentemente sua SAF, mas, ao contrário do que costuma ser feito, a associação não pretende vender suas ações. A intenção é manter 100% do clube nas mãos da associação esportiva para não perder o controle sobre o futebol, ainda que  os dirigentes não descartem uma venda para um investidor no futuro.

O clube cearense vem fazendo grandes campanhas nos últimos anos. Em 2018, foi campeão da Série B, enquanto em 2019 e em 2022 venceu a Copa do Nordeste. 

A transição veio para abrir novas possibilidades burocráticas e financeiras ao Leão do Pici, como a possibilidade de fazer empréstimos com maior facilidade. Vale ressaltar que essa evolução vem se dando sem a presença de um grande investidor.

Mascote do fortaleza vibrando no estádio castelão cheio de torcedores [Imagem: Reprodução/ Wikimedia Commons]

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