Para alívio dos fãs que compraram ingressos para o primeiro dia do Lollapalooza na expectativa de ver Muse ao vivo, o show do festival aconteceu. O grupo deixou todos seus seguidores apreensivos com a notícia do cancelamento de sua apresentação no side show de quinta-feira (3/4), devido a problemas de saúde. E ninguém que tenha visto o show de sábado pode negar que o vocalista Matt Bellamy não teve razão em cancelar a apresentação de quinta.
Bellamy está com laringite, o que comprometeu sua voz. O cantor cantou o mínimo possível e optou por executar as músicas em versos curtos e graves, sem seus agudos tão característicos. Apesar de compreensível, a situação não deixou de ser um pouco frustrante para aqueles que estão acostumados a ouvir a banda em toda sua potência e capacidade.
Outros problemas do show – e que podem ser alvos de reclamações justas – foram a qualidade e volume do som. O microfone de Bellamy parecia estar mais baixo do que os demais, dificultando a compreensão do que era dito pelo cantor, que já tinha a voz comprometida. Uma grande variação de volume era perceptível quando a banda se juntava ao guitarrista durante as canções.
Nem tudo estava perdido
Pontos negativos à parte, os ingleses do Muse trouxeram um bom repertório para o Lollapalooza, com sucessos de todos os seus álbuns, como “Plug in Baby”, de Orygin Of Symmetry (2001) “Stockholm Syndrome”, de Absolution (2003), o grande hit “Supermassive Black Hole”, de Black Holes and Revelations (2006), Uprising, de The Resistance (2009) e “Madness”, primeiro single do mais novo disco da banda, The 2nd Law (2012).
Uma boa surpresa para o público foi o cover de “Lithium”, do Nirvana. A canção foi uma homenagem a Kurt Cobain, pois no sábado foram completos 20 anos de sua morte. Ainda em referência ao ícone do grunge, Matt Bellamy jogou sua guitarra para o alto e depois chocou-a no piano de calda usado durante a apresentação, para delírio da plateia.
Apesar de todos os percalços, o Muse empolgou com a qualidade de seus músicos, que raramente param de tocar entre uma canção e outra. Os improvisos durante as apresentações são marcas da banda, e isso estava presente no show do Lollapalooza. A banda só precisou mais da ajuda de seus fãs para realizar a apresentação, como o próprio vocalista deixou registrado em seu twitter: “obrigada São Paulo pelo seu apoio hoje e por cantar por mim.” Não foi incômodo nenhum, Matt.
Por Ana Luiza Tieghi
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