Confesso que não sou especialista em filmes de ação. Aliás, bem longe disso. Mas ao assistir a Velozes e Furiosos 6 (Fast and Furious 6, 2013), tive a sensação de que há grandes chances de os fãs da série ficarem muito felizes.
O filme retoma a história dos amigos Brian O’Conner (Paul Walker) e Dom Toretto (Vin Diesel), apresentada em Velozes e Furiosos (The Fast and The Furious, 2001) e desenvolvida, em especial, durante Velozes e Furiosos 4 (Fast and Furious, 2009) e Velozes e Furiosos 5 (Fast Five, 2011). Desta vez, o agente do FBI Lucas Hobbs (Dwayne Johnson) precisa da ajuda de Toretto e sua equipe para capturar Shaw, um criminoso perigosíssimo. Para convencê-lo, Hobbs revela a Dom fotos de sua, até então, falecida esposa – a já conhecida Letty (Michelle Rodriguez) – e afirma que a busca por Shaw poderia levá-lo até ela. Além disso, acaba oferecendo também o perdão judicial por todos os crimes cometidos por Dom e companhia (vale lembrar que os personagens de Vin Diesel e de Brian vinham sendo procurados desde o quarto filme da série). A partir daí, é só ação.
Que o roteiro segue a mesma fórmula dos anteriores não é bem novidade. A combinação história empolgante adicionada de muitas cenas de lutas e corridas de carros aparece novamente, mas faz jus ao seu objetivo.
É verdade que, para se assistir filmes como Velozes e Furiosos e Duro de Matar (Die Hard, 1988), por exemplo, é preciso entrar no clima. As cenas de ação dificilmente são cem por cento verossímeis. E neste caso não é diferente. A maioria das partes de luta ou de perseguições entre os carros (ou de lutas E perseguições entre os carros) são bastante surreais, mas em boa parte do tempo, plausíveis. Impossível negar, porém, que em certos momentos a linha tênue entre o aceitável e o apelativo é ultrapassada sem pudores. Chega a ser bastante cômico.
Em alguns momentos, as cenas acabam pecando pela extensão, e se tornam um pouco exaustivas. No entanto, são todas extramente ricas e bem elaboradas. É uma produção de alto nível. Carros destruídos, vidros estilhaçados, explosões. Fica difícil até imaginar a dimensão de todos os gastos envolvidos. Além disso, a trilha sonora tem papel decisivo neste aspecto e se adapta muito bem aos momentos mais intensos do filme.
O longa ganha também pontos positivos graças à fotografia. Desde as cenas iniciais, são exibidas paisagens de fazer inveja. Entre elas, destaque para os panoramas da Espanha, de Moscou e de Londres (onde se passa a maior parte do filme).
Apesar de guardar algumas surpresas para o final, o roteiro abusa de falas um tanto clichês e se torna, em alguns momentos, bastante previsível. No entanto, consegue dar conta de todos os mistérios que levanta ao longo do filme, sem ficar muito confuso.
Quanto aos personagens, a atuação de Vin Diesel não é lá muito emocionante. Sempre com a mesma expressão, faz papel de durão, mas sem muita graça e criatividade. O lado cômico é garantido pelos personagens Tej Parker e Roman Pierce, interpretados respectivamente por Ludacris e Tyrese Gibson.
E sendo assim, sou obrigada a admitir. Como filme de ação, Velozes e Furiosos 6 obtém grande êxito. Intensidade e dinâmica não faltam e como dizem os próprios personagens, ‘’correr ou morrer’’ é a frase que melhor pode definir a história de Toretto e seus amigos, ou melhor dizendo, Toretto e sua família.
Por Victória Pimentel
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