Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Strange in the Multiverse of Madness, 2022), dirigido por Sam Raimi, é um dos filmes mais aguardados pelos fãs da Marvel desde o lançamento de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (Spider-Man: No Way Home, 2021). O longa faz parte da fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel (UCM) e dá continuidade à narrativa do multiverso já abordada em produções anteriores do estúdio.
A trama se inicia com um sonho curioso de Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), que logo é explicado com a chegada de America Chavez (Xochitl Gomez), nova personagem do UCM que traz explicações e novidades sobre o multiverso. Em seguida, também entram em cena figuras já conhecidas, mas com papel essencial para o desenvolvimento da trama, como Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), vista pela última vez na série WandaVision (2021), e Wong (Benedict Wong).
No decorrer da narrativa, Strange embarca em uma viagem pelos numerosos universos com Chavez, buscando salvá-la de uma perigosa ameaça e, durante a trajetória, se depara com diferentes situações sociais e tecnológicas, como o fato de que na maioria das outras existências as pessoas não pagam por nenhum tipo de comida. Nessas realidades o protagonista acaba se deparando com personagens ilustres, como os Illuminati, outras versões de si mesmo e de sua amada, Christine Palmer (Rachel McAdams), além de protagonizar combates incríveis com alguns deles.
O longa, como dito anteriormente, dá continuidade a questão do multiverso, já abordada em produções da Marvel, dando destaque para a sua exploração. Aspectos como a viagem através dele, a importância de mantê-lo estável e as diferenças entre as versões dos personagens e dos futuros de cada uma, são aspectos centrais da construção narrativa. Além disso, há um desenvolvimento muito maior dos protagonistas, mostrando a evolução de seus poderes e a superação de problemas pessoais, como exemplificado pela vida amorosa de Stephen, retratada logo no início do filme.
Tal qual outras produções do UCM, Multiverso da Loucura é puro uso de tecnologia CGI (Computer Graphic Imagery), como visto durante a viagem do protagonista até certa realidade ou na magia usada pelos personagens durante os combates, o que o deixa ainda mais real e emocionante. Contudo, o filme apresenta um diferencial: possui elementos típicos do gênero terror. Monstros, magia negra, zumbis e suspense marcam a presença do estilo, ainda que suave, na construção das cenas, mesclando-o com a narrativa épica do herói.
A junção entre os dois gêneros, um tanto quanto inédita, foi uma ótima escolha para a trama. O suspense, aliado à forte presença de feitiçaria e ao enredo de perseguição deu um grau maior de emoção ao longa, prendendo a atenção do público e potencializando o desenvolvimento das cenas e sequências. Além do mais, a técnica permitiu que as duas partes nas quais a história foi dividida se encontrassem ao longo do tempo de maneira clara, garantindo a comunicação entre elas sem que o sentido fosse prejudicado.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura é um prato cheio para os fãs de heróis, principalmente os de Wanda e Strange, personagens que recebem grande destaque e tem tanto seus poderes quanto aspectos pessoais bem aprofundados, e para os que gostam de teorizar a respeito dos próximos passos do UCM. Vale ressaltar que, igual as outras produções do estúdio, a obra se encontra conectada à várias outras, fazendo necessário para sua compreensão máxima assisti-las, sendo as principais: WandaVision, What If…? (2021) e Homem-Aranha: Sem Volta para Casa.
O filme estreou dia 5 de maio e está disponível nos cinemas de todo o Brasil. Confira o trailer:
*Imagem de capa: Divulgação/Marvel Studios