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Netflix: ‘Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars’ e sua cafonice em tons de homenagem 

“Kitschy”, expressão do inglês para denominar um estilo estético que no Brasil fica traduzido como cafona. A ligação dessa palavra com Will Ferrell pode ser empregada positiva ou negativamente ao longo de sua carreira, em especial ao seu tipo de humor. De outro lado, está o Festival de música Eurovision, que reúne artistas de diferentes …

Netflix: ‘Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars’ e sua cafonice em tons de homenagem  Leia mais »

Kitschy”, expressão do inglês para denominar um estilo estético que no Brasil fica traduzido como cafona. A ligação dessa palavra com Will Ferrell pode ser empregada positiva ou negativamente ao longo de sua carreira, em especial ao seu tipo de humor. De outro lado, está o Festival de música Eurovision, que reúne artistas de diferentes países da Europa para uma competição e coleciona performances em que essa adjetivação lhe cai bem. O que acontece quando o amor de Ferrell pelo festival encontra a Netflix? Sua tentativa humorada de homenagem.

Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars (Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga, 2020) acompanha a jornada de Lars Erickssong, interpretado por Will Ferrell, que sonha em ganhar o festival desde a infância, quando este lançou para o mundo a banda sueca ABBA. Sigrit Ericksdóttir (Rachel McAdams) se inspira desde pequena no entusiasmo de Lars e juntos formam o Fire Saga. De uma maneira inusitada, entram no Eurovision com seu pop extravagante representando seu país de origem, Islândia. 

Caracterizado como comédia e musical, o filme apresenta altos e baixos nos dois gêneros. Começando pelo lado musical, as apresentações que fazem uma ótima fusão entre figurino, ambientação e atuações cafonas são destaques. Até as que não possuem um tom satírico para com o festival são bem posicionadas na composição do filme. No entanto, o maior problema do lado musical também se entrelaça com o lado humorístico, já que um maior aproveitamento das cenas, maior presença do festival em si, deu, por vezes, lugar a uma comédia repetitiva. 

Entrando no lado humorístico, quando este não está associado com a música, possui uma inclinação a se tornar cansativo. Certas piadas são mal utilizadas e descaradamente repetidas em outras partes do filme, às vezes em sequência, sem outra abordagem. O humor absurdo fica em um meio termo: momentos de quebra de expectativa típicos dos filmes de Ferrell são enfraquecidos pelo vício da repetição já citada. A parte estética dos personagens compõe um lado positivo, fazendo um contraste cômico com o ambiente ao redor. 

 

Participantes de anos anteriores do Eurovision em uma apresentação. [Divulgação/Netflix]
Participantes de anos anteriores do Eurovision em uma apresentação. [Divulgação/Netflix]

O aspecto de homenagem do filme pode atrair o público que gosta do festival, ainda mais neste ano em que o Eurovision teve que ser cancelado por conta da pandemia. Contando com diversos cameos (participações especiais) de artistas reais do festival, o longa interliga sua história em um número musical que mescla músicas no melhor estilo Pitch Perfect. Porém, mesmo com o impacto dessa cena e de outras, seu tom de homenagem às vezes é seletivo para as pessoas que conhecem o Eurovision e seus participantes, deixando o público geral desnorteado. 

Rachel McAdams cumpre seu papel de forma agradável, passando ingenuidade e até certa determinação em representar o país que ama. A sueca Molly Sandén, que dubla McAdams, mostra sua potência nas músicas e compõe suas características. Dan Stevens, de Downton Abbey, marca os números musicais com seu personagem russo Alexander Lemtov, demonstrando a excentricidade da competição. Em contraponto, Will Ferrell parece deslocado na atuação, com expressões vazias. Distante de papéis memoráveis do ator,  Lars só se sustenta na cafonice musical. 

Como uma comédia musical despretensiosa, que não pretende se levar a sério e expõe uma cafonice homenageante, Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars pode agradar. Em uma análise, duas horas de filme podem se tornar cansativas com a saudade das performances e com piadas descompassadas. A maior preocupação acerca da continuidade do filme na memória geral está na sua seletividade de público. Mas para os fãs da competição, é uma maneira descontraída de reviver seu lado cafona e, até mesmo, preencher o vazio desse ano. 

O longa já está disponível para todos os assinantes da Netflix. Confira o trailer:

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