Judy: Muito Além do Arco-íris (Judy, 2019) mostra, com muita emoção, os seis últimos meses de vida, em uma turnê de shows em Londres, da grande artista Judy Garland (Renée Zellweger), a protagonista de O Mágico de Oz e dona da voz de “Over The Rainbow”. A partir de flashbacks da adolescência, o longa adaptado do musical da Broadway, O Fim do Arco-Íris, de Peter Quilter, retrata as dificuldades por trás da fama.
Judy começou desde criança, ao acompanhar a mãe, sua carreira como atriz, dançarina e cantora. Com uma mãe rígida e as exigências da MGM, estúdio pelo qual era contratada, ela passou a infância trabalhando e tomando medicamentos para controlar o peso e aumentar sua produtividade.
Todas essas questões continuaram a refletir em Judy quando ela cresceu e explicam um pouco a situação em que ela é retratada no filme, em 1968, já com 46 anos, no fim de sua carreira e vida: alcoólatra, com uma carreira decadente e com dificuldades financeiras. Isso constrói a imagem da artista com o objetivo de comover e gerar pena no espectador. O filme cumpre a função para a qual foi feito.

O ponto alto do filme é, com certeza, a atuação de Renée Zellweger. Ao interpretar uma das principais estrelas da “Era de Ouro” de Hollywood, Renée consegue transmitir ao espectador a intensidade de Judy e sensibilizar a todos. A atuação da atriz foi tão impecável que ela interpretou até as músicas. A atriz absorveu o estilo vocal de Judy, mantendo-se fiel a personagem e cantando de forma emocionante. Não é à toa que sua atuação a rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.
A movimentação das câmeras também é um ponto positivo a ser ressaltado. Elas não ficam paradas, mas acompanham o movimento das personagens em cena e buscam mostrar os ambientes de forma ampla. Isso pode ser observado, por exemplo, na cena em que Judy anda pelo cenário de O Mágico de OZ na companhia do dono do estúdio: a câmera acompanha a caminhada dos dois e mostra o estúdio de uma perspectiva abrangente.
“O que você vê além desta parede?”. A frase, dita em tela preta no início do filme parece ser um convite ao espectador para ir além da Judy Garland artista, mas conhecê-la com todas as suas dificuldades. Apesar dos elogios, existem fatos no longa que foram adjetivados por sua filha mais velha, a atriz Liza Minnelli, como “100% ficção”.
Judy: Muito além do Arco-íris evidencia a solidão e os problemas da artista, mas também consegue fazer o público rir, ao trazer o seu bom humor, e se emocionar. A obra passa uma mensagem de esperança e, ao cantar “Over the Rainbow”, a artista mostra que apesar de tudo, é possível sonhar com um lugar e uma vida melhor, além do arco-íris.
O longa tem data de estreia prevista para 30 de janeiro no Brasil. Confira o trailer: