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Young Adult, New Adult e Chick Lit – novos gêneros dão cara nova à lista dos mais vendidos

  “De repente, é como se estivéssemos sozinhos ali. Só nós dois. Meu corpo inteiro se acende, cada terminação nervosa vibrando baixinho, aquela eletricidade me puxando para ele, tornando-se cada vez mais forte.” É o que diz Anastasia Steele, protagonista da trilogia febril Cinquenta Tons de Cinza. A coleção estourou no ano de 2012 entre …

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Capa de um dos volumes da coleção Gossip Girl, de Cecily von Ziegasar. Foto: Reprodução

 

“De repente, é como se estivéssemos sozinhos ali. Só nós dois. Meu corpo inteiro se acende, cada terminação nervosa vibrando baixinho, aquela eletricidade me puxando para ele, tornando-se cada vez mais forte.” É o que diz Anastasia Steele, protagonista da trilogia febril Cinquenta Tons de Cinza. A coleção estourou no ano de 2012 entre o público feminino, chegando, em dezembro deste mesmo ano, a vender 13 livros por minuto, segundo dados de sua editora, Intrínseca. Trazendo ao imaginário do leitor cenas envolventes, o best-seller faz parte de uma das novidades nas livrarias: a chamada literatura New Adult, que invadiu as prateleiras dos ‘Mais Vendidos’ nos últimos dois anos.

Aqueles que divertiam-se com literatura Young Adult na adolescência – vorazes consumidores de Meg Cabot e Cecily von Ziegasar – eram os jovens high school, que viam nesses livros antes aventuras e desejos do que a sua própria realidade: as intrigas de colegial e os desejos do coração em conflito com as limitações da idade são levados ao drama máximo. Um dos maiores destaques do estilo é a coleção O Diário da Princesa (Galera Record, 2000) , de Meg Cabot, publicado em dez volumes e posteriormente adaptada ao cinema em dois longas de mesmo nome. A mais recente bomba Y.A., a trilogia Jogos Vorazes (Rocco, 2010), de Suzanne Collins, caminha por outros trilhos: a adrenalina toma conta da aventura e sua fuga da realidade está no interesse dos jovens pela distopia característica da história. Foi também adaptado para as telonas, o que elevou sua vendagem já invejável de 13 milhões de cópias para mais de 36 milhões nas terras norte-americanas em 2012.

Maior exemplo de Chick-lit, o Diário de Bridget Jones deixou fãs saudosos que foram parcialmente recompensados com a literatura New Adult. Foto: Reprodução

Mas a chegada à maioridade, a mudança de rotina de estudos e de trabalho, a universidade, e a responsabilidade sobre si chegam a todos os leitores e a literatura N.A. os acompanha. A saída de casa, a liberdade de decisão e o sentimento de excitação das primeiras experiências da vida de um jovem adulto, que agora se vê dono das próprias escolhas, são tema principal desse novo viés literário. Os livros de E.L. James, Jamie McGuire e Sylvia Day dialogam com o público que vivencia tais situações e preenchem uma lacuna antes existente entre o período da adolescência e maturidade. O ícone mais recente do N.A., a trilogia de E. L. James, Cinquenta Tons de Cinza, aborda todas essas novas experiências da perspectiva sexual. Uma menina virgem que se vê levada à condição de mulher pelas intensas aventuras sexuais que vive com um misterioso homem. A obra extrapolou o público alvo de seu estilo ao atrair leitoras de todas as idades em busca da descoberta do bondage.

Exemplar da literatura New Adult, o livro Toda Sua, de Sylvia Day, segue a linha da trilogia de E. L. James. Foto: Reprodução.

Mais do que preencher uma lacuna, os livros New Adult absorvem um grande público: os leitores de Chick-lit. Melancia (Bertrand Brasil, 2003) , O Diário de Bridget Jones (Record, 1996) e Becky Bloom (Record, 2001)  despertam saudosismo em qualquer devorador do estilo. Mirando um público mais adulto, as tramas se desenrolam com base em vidas de mulheres comuns: são jornalistas, secretárias e advogadas que tocam suas vidas, o trabalho, amigos e amor – destaque para este último, que sempre entra em cheque durante a narrativa – e são contadas na base do humor leve e da leitura fluida. A figura do ‘mocinho’, nunca idealizado, constrói o alicerce do drama, conquistando protagonistas e leitores. Marian Keyes, Lauren Weisberger e Candace Bushnell carregam o gênero muito bem, sem deixar de mencionar Helen Fielding, autora d’ O Diário de Bridget Jones, lançado em 1996 e responsável pelo boom do chick-lit, que conta a história de uma jornalista de quilinhos extras, procurando ascensão profissional, dividida entre dois homens. A trama também virou filme, alguns anos depois, em 2001, no qual a protagonista foi interpretada pela atriz britânica Renée Zellweger.

As livrarias abarrotadas são uma tentação para qualquer apaixonado pelas viagens a que conduzem os bons livros. As obras são mais do que clássicas ou infantis, são mais do que adultas ou técnicas: se subdividem em mil categorias e atendem a todos os públicos e a todas as idades. Bonita mesmo é a mistura de estilos literários a que se abrem e se apaixonam os leitores, todos os dias, no estilo único do bookaholic.

Por Marcela Romão
marcelacromão@gmail.com

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