Por Thiago Castro e Ana Luísa Fernandes
thiagocastro96@gmail.com, ana08m@gmail.com
O cinema tem velhos clichês que constantemente são renovados. Todos os anos, por preguiça de roteiro ou para agradar a massa de espectadores, os mesmos elementos são usados, com uma roupagem nova que consegue chamar a atenção. É caso de no olho do tornado (Into the Storm), que estreou dia 28/8 nos cinemas brasileiros. A mesma história de sempre, só que agora com tornados gigantes.
O filme é sobre um grupo de cientistas caçadores de tempestades liderado por Pete (Matt Walsh), um homem ambicioso que só pensa no sucesso de sua próxima filmagem. Paralelo ao grupo, somos apresentados a Donnie Morris (Max Deacon), um adolescente que resolve faltar com seu compromisso de filmar a formatura de seus colegas para ajudar o amor da sua vida, Kaitlyn (Alycia Debnam-Carey) em seu projeto ambiental em uma fábrica abandonada. Porém, a cidade é assolada por diversos tornados, e o destino dos caçadores e dos adolescentes é entrelaçado.
A história do longa é clichê do começo ao fim. O mocinho fica preso com a menina que gosta, e ela acaba se apaixonada por seus atos heróicos. O pai, que nunca se deu bem com o filho, agora se vê em uma odisseia para salvar seu amado primogênito. O roteiro lembra bastante o dia depois de amanhã, (The Day After Tomorrow, 2004) só que com a esmagadora diferença de usar tornados ao invés de neve. Revolucionário. Até mesmo os personagens que deveriam se destacar, como Pete, acaba caindo em um desfecho digno de sessão da tarde. Não há nenhuma novidade no filme. Sua 1h29min, que pode parecer pouco tempo, acaba se mostrando ideal, já que os personagens são pouco explorados.
Apesar do roteiro batido, No Olho do Tornado possui efeitos especiais muito bem desenvolvidos, que de certa maneira compensam o roteiro pouco cativante. As cenas dos tornados são muito bem construídas, destacando-se as labaredas de fogo que se misturam com os ventos. Essas cenas mostram que o grande protagonista do filme é, sem dúvida, o tornado, responsável pelos únicos momentos de apreensão e tensão.
Uma outra estratégia do filme foi a utilização de diversas técnicas de filmagem. Além da filmagem tradicional, foram utilizadas câmeras de mão, mostrando o que os próprios personagens estavam filmando, câmeras que documentariam o tornado, utilizadas pelos cientistas e também uma câmera no estilo “vlog”, utilizada por dois homens bêbados que querem se tornar famosos no youtube. Eles representam a única (e falha) comicidade do filme.
Por fim, apesar da história repetitiva e de algumas fracas atuações, No Olho do Tornado vale o ingresso pelos bons efeitos visuais. A icônica vaca voando com a força do vento remete ao filme Twister (Idem, 1996), pioneiro nos filmes que englobam tornados e furacões. Apesar da inspiração em um filme de tanto sucesso, 18 anos depois poderíamos esperar algo mais bem elaborado.