Atingir a marca de seis filmes e 35 anos de história é um feito impressionante para uma franquia. O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate, 2019) chega às telonas com a missão de celebrar essa façanha, e com a proposta de resgatar a aclamada qualidade dos dois primeiros filmes da saga. Entretanto, o longa exagera na dose de nostalgia e entrega mais da mesma ficção científica de ação.
Destino Sombrio recicla todos os aspectos mais bem-sucedidos da série. Desta vez, a jovem Dani (Natalia Reyes) é o alvo do androide do futuro Rev-9 (Gabriel Luna), e a soldada Grace (Mackenzie Davis), também do futuro, precisa protegê-la – a mesma premissa do filme de 1984, com a costumeira alteração nos detalhes. O desenrolar do roteiro como um todo também é muito parecido. Como se não bastasse, as icônicas personagens de Linda Hamilton e Arnold Schwarzenegger são trazidas de volta para ajudar as protagonistas, em uma tentativa forçada de repetir os dias de glória do Exterminador.

A falta de identidade é outro problema do longa. Não há nada de muito especial na direção de Tim Miller ou nas atuações, nem algum aspecto que o singularize. Como filme de ação é genérico, e como sci-fi é previsível – especialmente quando tenta gerar reviravoltas.
O maior cuidado foi claramente direcionado aos aspectos técnicos. Fotografia, som e edição são feitos de maneira exemplar. As cenas de pancadaria chamam a atenção por serem muito bem executadas e explorarem habilmente o recurso dos efeitos especiais, apesar de às vezes se estenderem demais.
O sexto Exterminador do Futuro é muito mais decepcionante e insosso do que fraco. No fundo, os arcos são satisfatoriamente desenvolvidos e o êxtase é decentemente cumprido. Mas tudo que funciona no filme é uma cópia do que a própria saga já fez. Talvez esteja na hora de dizer “Hasta la vista, baby” e finalmente aposentar os ciborgues viajantes do tempo.
O longa chega aos cinemas no dia 31 de outubro. O trailer está disponível aqui: