Jornalismo Júnior

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“O mais importante congresso brasileiro de jornalismo ambiental da história”

No momento em que pautas ligadas ao meio ambiente são protagonistas na discussão política do país, o Instituto Envolverde, em parceria com a Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental, realizou, na Unibes Cultural, o Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental 2019. O Laboratório acompanhou o primeiro dia do evento e conta, agora, tudo sobre as principais discussões …

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No momento em que pautas ligadas ao meio ambiente são protagonistas na discussão política do país, o Instituto Envolverde, em parceria com a Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental, realizou, na Unibes Cultural, o Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental 2019. O Laboratório acompanhou o primeiro dia do evento e conta, agora, tudo sobre as principais discussões promovidas.

O tema principal do congresso ocorrido nos dias 9 e 10 de agosto foi “resistência e resiliência”, expondo o importante papel da mídia ambiental em combater o discurso anti-ambientalista do atual governo federal. Contudo, o evento não deixou de lado outras temáticas contemporâneas como empreendedorismo sustentável e modernização da comunicação.

O primeiro painel de debate apresentado carregava o título: atual cenário das políticas ambientais brasileiras. Não poderia ser diferente, visto as bruscas alterações recentemente promovidas pela gestão Bolsonaro na agenda ambiental. Samyra Crespo, André Trigueiro (jornalistas), Rogério Menezes (Secretário do Meio Ambiente de Campinas) e Roberto Waack (presidente da Renova) foram os responsáveis por desenvolver a temática de abertura.

Os integrantes do primeiro painel do Congresso. Imagem: Danilo Moliterno
Os integrantes do primeiro painel do Congresso. Imagem: Danilo Moliterno

Samyra, a primeira a se posicionar no debate, destacou o crescimento da adesão à pauta ambiental nos últimos anos. A jornalista, responsável pela obra O que os brasileiros pensam sobre o meio ambiente, comparou o grande número de pessoas presentes no congresso ao cenário da Eco-21 em 1992: “aqui está lotado de gente que pensa em sustentabilidade, naquela época nós não enchíamos uma Kombi”.

Sobre a resistência, ela destacou que o jornalismo ambiental deve estabelecer prioridades no combate às políticas federais. Particularmente, Samyra elegeu o clima e a Amazônia como as principais pautas a serem defendidas – visto a recente exoneração do diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), acusado de “mentir sobre dados de desmatamento e agir a serviço de ONGs”.

Na sequência, foi a vez de André, comentarista da Globo News, falar sobre o assunto. Ele primeiramente reforçou a necessidade da priorização da Amazônia – destacando o processo de destruição do bioma. E, em seguida, num discurso emocionante, apontou o evento como “o mais importante congresso brasileiro de jornalismo ambiental da história”, devido o cenário nacional.

A exoneração do diretor do Inpe, Ricardo Galvão, não foi a primeira demonstração de aversão a causas ambientais por parte do atual governo brasileiro. Isto é o que considera Rogério Menezes, que relembrou a aprovação da medida provisória 870. A MP, proposta por representantes do governo no Congresso, reformou a estrutura ministerial do país.

Dentre as mudanças promovidas pela medida, a realocação da Agência Nacional de Águas no ministério do desenvolvimento, e do Serviço Florestal na Agricultura foram os mais problematizados. Isso porque ambos os casos ignoram conflitos de interesse envolvendo o meio ambiente e o desenvolvimento econômico.

Por fim, Rogério Waack buscou destacar o bom trabalho que vem sendo desenvolvido pelo jornalismo ambiental, colocando-o “acima da nota de corte jornalística”. Na conclusão de sua fala, entretanto, o presidente da Renova relembrou os episódios de Mariana e Brumadinho, classificando-os como um “desastre” – o que geraria uma efervescência na discussão.

Prontamente, André Trigueiro pediu a palavra. “Chamo de negacionistas aqueles que classificam como desastre, ambos os episódio foram crimes”. Ele, aparentemente inspirado, ainda discursou com emoção: “e para aqueles que consideram ser comunicador neste momento um fardo, eu digo que considero um privilégio”.

O debate foi, então, estendido ao público. Foram levantados pontos como o papel dos estados e municípios na oposição ao governo federal e a  baixa incidência de movimentos populares pró meio ambiente. Enquanto o primeiro foi brevemente respondido por Rogério – “é a chance de desenvolver as frágeis estruturas municipais” – o segundo rendeu uma interessante discussão.

Waack explicou a ausência de movimentos populares pela “não associação dos problemas ambientais aos problemas enfrentados diariamente pela população”. Ele sugeriu, como forma de sanar esta questão, que comunicadores promovessem esta relação – relembrando que poucas pessoas sabem, por exemplo, que a seca do Sistema Cantareira em 2015 foi provocada pelo desmatamento da Amazônia.

Ao mesmo tempo em que este debate ocorria no teatro da Unibes Cultural, no 5º andar do prédio (espaço U-cult), uma roda de conversa – nomeada “Vacina faz bem e a Terra é Redonda” – debatia o papel do jornalismo ambiental em combater a desinformação, as fake news e as teorias da conspiração.

Mais tarde, no teatro, Mariana Campos, Ulisses Capozzoli (jornalistas), Marcio Issense (fotógrafo) e Ivaneide Bandeira (líder da Associação Etnoambiental Kanindé) discutiram a perseguição sofrida por defensores da agenda ambientalista no governo Bolsonaro. Este segundo painel recebeu o nome: “A trincheira é real”. Enquanto isso, no espaço U-cult, uma roda de conversa abordava “as novas narrativas do meio ambiente”.

Durante a noite, o evento recebeu uma fala de inspiração do, claramente inspirado, André Trigueiro. Este ainda participaria do último painel do dia, ao lado das jornalistas Paulina Chamorro e Ana Carolina Amaral e do Secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Ritll . O painel 3 debateu a perda do protagonismo internacional por parte do Brasil, em relação às questões ambientais.

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