Imagem: Maria Eduarda Nogueira / Comunicação Visual / Jornalismo Júnior
Ainda no clima de ritmos brasileiros, o Sala33 preparou uma seleção de músicas para enaltecer outro que faz parte da nossa essência e é uma mistura de diversas influências que se refletem na população!
Sorriso Negro – Dona Yvonne Lara (Pedro Ezequiel)
Uma jóia rara chamada Dona Yvonne Lara. Um dos nomes mais respeitados de todos os tempos no samba, a Rainha tem diversos sucessos, como “Sonho Meu”, que foram regravados por outros artistas também. Mas, em sua voz é que fica eternizado. Dona Yvonne tem essa letra para retratar a beleza e superação do negro, utilizando o termo como adjetivo positivo, assim quebrando o esteriótipo de que ” negro” é algo ruim. E, infelizmente, ela nos deixou esse ano. Mas tenho certeza que o céu está em festa ao som de sua voz.
Ser Humano – Zeca Pagodinho (Pedro Ezequiel)
Cervejeiro e um sambista de respeito, Zeca Pagodinho faz uma homenagem nesta sua letra, uma homenagem à todas as pessoas que não deixam o outro na mão. Pessoas que estão ali, independente da situação, para ajudar o seu semelhante, revivendo um sentimento de humanidade no cotidiano frio do mundo.
Temporal – Art Popular (Pedro Ezequiel)
Seguindo um lado mais romântico, o grupo Art Popular, também conhecidos por seus pagodes, tem esse sucesso como sua marca. Utilizando de uma letra que conta um suposto fim de sentimento entre um casal, a música ainda tem arranjos que ajudam a se envolver nessa trama. E o apogeu é posto na letra, como um termo, e na melodia, tendo um ápice neste momento. Mas, deixando toda a técnica aos que conhecem, esta música é extremamente marcante e inesquecível para os amantes do samba.
Moleque Atrevido – Jorge Aragão (Pedro Ezequiel)
Ter respeito pelos mais velhos e pela sua caminhada é, sem dúvidas, mais que é necessário. E no universo do samba é assim. Jorge Aragão conta nesta canção o motivo de respeitar aqueles que chegaram a determinado lugar, pois a superação de cada um é o argumento mais sólido e que justifica o motivo da reverência a quem faz isso. Particularmente, gosto deste samba por me identificar com a letra: alguém que se supera, enfrentando várias coisas adversas. Mas, chega aonde chegou: na melhor Universidade do país e que, hoje, trabalha em um baita núcleo cultural do jornalismo. É um moleque atrevido mesmo!
Se Não Fosse o Samba – Bezerra da Silva (Pedro Ezequiel)
Quando pensar em um artista irreverente, lembre-se de Bezerra da Silva. Com letras irônicas e de protesto, esse negro maravilhoso marcou época e conquista os mais novos também. Seu hall de sucessos conta com “Malandragem dá um tempo”, ” Sequestraram a minha sogra”, “Malandro é Malandro e Mané é Mané”, ” Asa à Cobra” e muitos outros. Neste que foi selecionado, Bezerra canta como o samba serviu como um meio de impor respeito e como isso mudou o comportamento de figuras ao seu redor.
Nosso Grito – Grupo Fundo de Quintal (Pedro Ezequiel)
Mesmo quando tudo parecer difícil e os problemas insuperáveis, tem que lutar. E isso, o Fundo de Quintal conseguiu representar muito bem no seu samba. O grupo traz um grito, ecoado em conjunto, de todos os guerreiros do dia a dia que se unem pra superar as barreiras da vida. E vale citar a referência que o nome do grupo carrega: essa expressão, “fundo de quintal”, quer dizer que é um samba de raiz, um samba feito por amigos no fundo de um quintal, ou seja, é algo muito bom.
Sonhando Eu Sou Feliz – Beth Carvalho (Pedro Ezequiel)
Este é mais um que retrata as dificuldades, mas que consegue superar. Beth Carvalho, com sua voz potente e única, canta a situação de muitos brasileiros: desempregados, com um nó na garganta, mas que não deixa de sonhar e encontrar um pouco de felicidade nas coisas.
Coração Radiante – Grupo Revelação (Mariana Arrudas)
Ouvir essa música me dá um quentinho no coração! Ela tem história e eu vou me expor aqui. Quando eu tinha uns 15 anos eu tinha um super crush em um menino, e um belo dia eu fui numa festa e ele surgiu lá! Ai ele me chamou pra dançar as músicas lentas (eu quase morri) mas quando finalmente chegamos pra dançar, tocou essa música que eu escolhi, aí pronto: virou nossa música. Cantei muito ela pensando nesse crush viu? Nada melhor que ficar sonhando ao som de um sambinha.
Deixa Acontecer – Grupo Revelação (Mariana Arrudas)
Talvez eu seja um pouquinho fã de Grupo Revelação… Mas essa também não podia ficar de fora! É a música que mostra a minha filosofia de vida, “deixa acontecer NATURALMENTE” dá até uma emoção. E eu concordo plenamente com a letra todinha, enfim, é um hino.
Liberdade, Liberdade! Abre As Asas Sobre Nós – Dominguinhos Do Estacio (Mariana Arrudas)
Brilhando na Sapucaí! Esse samba marcou os desfiles de escola de samba, a letra é linda, o ritmo contagiante! Já tive um monte de apresentação de escola ao som dessa música, e era sempre um desafio (tentar) sambar, mas mesmo assim era super divertido.
Um Passo à Frente – Ao Vivo (Caetano Veloso, Moreno Veloso) (Mayumi Yamasaki)
Essa música constava na setlist da turnê de Caetano Veloso com seus filhos Zeca, Moreno e Tom. Eu fui a um dos shows com a minha mãe, por isso de cara a canção me faz recordar ótimos momentos. Entretanto, merece ser dito que a sensação boa provocada por ela – que às vezes chega a me lembrar a euforia presente no início de um romance – vem também do seu ritmo contagiante.
Aposto que vão se deixar levar por esse samba baianíssimo!
Samba da minha terra – João Gilberto (Giovanna Stael)
A canção de Dorival Caymmi ganha um charme especial com a interpretação de João Gilberto. Com a melodia suave, é um sambinha perfeito pra ouvir numa tarde na beira do mar. A mensagem principal da música é verdadeira: “quem não gosta de samba, bom sujeito não é”.
Aquele Abraço – Gilberto Gil (Giovanna Stael)
Este samba composto e interpretado pelo ilustre Gilberto Gil homenageia pessoas, bairros, escolas de samba, e figuras cotidianas do Rio de Janeiro, que continua lindo. Além das homenagens, a música tem história. Em tom de deboche, Gil manda um abraço para o bairro de Realengo, que abrigava o quartel onde o cantor foi preso durante o regime militar por causa de seu costume de cantar as injustiças da época. Posteriormente, foi condenado ao exílio. Composta em 1969, a música é considerada um hino de despedida do artista já saudoso pela cidade do Rio de Janeiro.