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Quando viver se torna uma obrigação: 6 filmes que abordam a eutanásia

por Thiago Castro thiagocastro96@gmail.com A eutanásia, por definição, é o ato de abreviar a vida de um paciente incurável, de maneira indolor e pacífica. Isso pode ser feito por um médico ou familiar, a pedido do enfermo, ou por um consenso de terceiros quando o paciente em questão não pode decidir por si mesmo. O …

Quando viver se torna uma obrigação: 6 filmes que abordam a eutanásia Leia mais »

por Thiago Castro
thiagocastro96@gmail.com

A eutanásia, por definição, é o ato de abreviar a vida de um paciente incurável, de maneira indolor e pacífica. Isso pode ser feito por um médico ou familiar, a pedido do enfermo, ou por um consenso de terceiros quando o paciente em questão não pode decidir por si mesmo. O assunto é polêmico e divide opiniões. Se por um lado alguns consideram a eutanásia uma forma de acabar com o sofrimento de alguém, outros enxergam como assassinato e um atentado à vida. A discussão também está presente no mundo do cinema. Prepare as lágrimas, pegue um lenço de papel e confira 6 belíssimos filmes que abordam o tema:

Menina de Ouro (Million Dollar Baby, 2004)

Frankie Dunn (Clint Eastwood) é dono de uma academia de boxe, e treina os lutadores. Ele é um homem fechado e magoado pela vida, devido ao afastamento de sua filha. Um dia, aparece uma jovem disposta a treinar em sua academia, Maggie Fitzgerald (Hilary Swank). Ela é pobre e determinada, que tem como sonho ser uma grande boxeadora. Diante da recusa de Frankie em treinar uma mulher, Maggie passa a frequentar a academia e a lutar sozinha. Frente à sua  enorme insistência, o veterano passa a treiná-la e descobre nela um talento único, que a faz ganhar inúmeras competições. Porém, em uma delas, Maggie é covardemente atacada por trás e sofre um acidente que a deixa tetraplégica. A boxeadora pede a Frank para que desligue os aparelhos que sustentam sua vida, por não aguentar viver naquela situação. O homem, porém, criou laços paternais com Maggie, e se vê dividido entre atender ao pedido de sua pupila, aliviando sem sofrimento, e matar sua própria “filha”. Com um roteiro pesado e emocionante, menina de ouro põe em jogo a eutanásia como ato humanitário. Merece destaque a brilhante atuação de Hilary Swank, que ganhou o Oscar de melhor atriz com o longa.

Marley e Eu (Marley & Me, 2008)

A eutanásia também está presente no mundo animal. O filme conta a história de Jonh (Owen Wilson) e Jennifer Grogan (Jennifer Aniston), que ao se casarem, mudam-se para uma casa na Florida e decidem comprar um cachorrinho. Marley chega à família ainda filhote, e mostra seu temperamento alegre, carinhoso e destrutivo. Sofá, cortina, roupas, tudo se torna mastigável para o labrador, que cresce e vira um enorme cachorro, sem perder seu jeito desajeitado. A idade chega para todos, inclusive para o melhor amigo do homem. Já idoso e com problemas estomacais, Marley está sofrendo, e não tem perspectivas de melhora. Por amor ao amigo, seus donos então decidem sacrificá-lo, para atenuar sua dor, em uma cena comovente que arranca lágrimas de todos os amantes de animais.

Amor (Amour, 2013)

Será que a morte pode ser o último ato de um amor que durou a vida toda? No vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal aposentado que vive em um confortável apartamento em Paris. Professores de música, eles viveram confortavelmente, cercados pela arte e por pupilos famosos. Um dia, Anne sofre um derrame, e fica com parte do corpo paralisado. Anne e a vida do casal vão se deteriorando lentamente. À medida que o estado da mulher piora, a única coisa que resta do luxuoso apartamento é o amor imensurável, construído ao longo de uma vida inteira. Georges se vê diante da esposa cada vez mais dependente e desnorteada, sentindo-se impotente. A Eutanásia seria uma prova de amor? Livrar sua amada de um sofrimento que a deteriorou daria a ela um destino mais digno? Amor é um filme único. É impossível não se emocionar com a excepcional atuação de Emmanuelle Riva, capaz de arrancar lágrimas dos corações mais duros.

Mar Adentro (Mar Adentro, 2004)

“Viver é um direito, não uma obrigação”, diz Ramón Sampedro (Javier Bardem) no vencedor do oscar de melhor filme estrangeiro. Após um acidente que o deixou tetraplégico, há mais de 20 anos, Ramón se sente impotente. Ele julga estar preso em uma condição indigna, pois depende de familiares até para as tarefas mais simples, como coçar o nariz. Ele entra em contato com a advogada Julia (Belén Rueda), que leva seu caso aos tribunais espanhóis, para conseguir legalmente o direito de morrer. O caso repercute em todo o país, e Ramón segue sua luta ao lado de Julia e da amiga Rosa (Lola Dueñas). Baseado em uma história real, mar adentro levanta discussões polêmicas. “A vida pertence a Deus. Uma liberdade que elimina a vida não é liberdade” diz um padre, também tetraplégico, ao visitar Ramón “Uma vida que elimina a liberdade também não é vida”, responde.

Uma Prova de Amor (My Sister’s  Keeper, 2009)

Uma garotinha chamada Anna (Abigail Breslin) procura um advogado. Ela quer ter emancipação médica e decidir o que fazer com seu próprio corpo. Anna foi concebida pelos seus pais Sara (Cameron Diaz) e Brian Fitzgerald (Jason Patric) em proveta, geneticamente saudável, para servir como doadora para sua irmã mais velha, Kate (Sofia Vassilieva), que tem uma severa forma de leucemia. Com o desenrolar do filme, temos contato com a história e todo o sofrimento de Kate, na luta contra a doença. No final, descobrimos que Anna entrou na justiça a pedido da irmã, que queria morrer para acabar com toda sua dor, mas sabia que os pais jamais concordariam. Emocionante e sensível, o longa mostra até onde alguém é capaz de ir para ter o direito de tirar a própria vida, confiando no amor e carinho de seus semelhantes.

Você Não Conhece Jack (You Don’t Know Jack, 2010)

Baseado na história real de Jack Kervokian (interpretado por Al pacino), o “doutor morte” como é conhecido nos EUA, o filme conta a história do médico que ajudou mais de 130 pacientes a pôr um fim em suas próprias vidas. Ele chega a criar uma máquina que auxilia na morte dos pacientes, e provoca intenso debate no país a cerca da legalidade da eutanásia, bem como a fúria de juízes e religiosos. Jack, dotado de uma grande ética médica, ajuda apenas aqueles que têm necessidade, ou seja, doentes terminais que sofrem e não tem mais perspectivas de melhora. Ele exclui aqueles que o procuram apenas por baixa autoestima ou por problemas diversos. Após dispensar seu advogado e começar a praticar ele mesmo a eutanásia, o médico é preso e só é solto em 2007. Tendo como lema “O ser humano tem o direito de morrer com dignidade”, o doutor Jack Kervokian foi um intenso defensor da eutanásia, e sua história provoca polêmica até hoje.

 

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