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Romeu e Julieta, o Musical: Shakespeare e Marisa Monte unidos em prol do amor

Romeu e Julieta, a famosa tragédia romântica de Shakespeare, já foi adaptada para diversos formatos e, por ser um clássico, segue influenciando diversas produções. Assim, o diretor Guilherme Leme Garcia traz a história como um musical, se utilizando do repertório de Marisa Monte. A promessa é narrá-la com um toque contemporâneo e brasileiro sem perder …

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Romeu e Julieta, a famosa tragédia romântica de Shakespeare, já foi adaptada para diversos formatos e, por ser um clássico, segue influenciando diversas produções. Assim, o diretor Guilherme Leme Garcia traz a história como um musical, se utilizando do repertório de Marisa Monte. A promessa é narrá-la com um toque contemporâneo e brasileiro sem perder a poesia original.

A peça já passou pelo Rio de Janeiro, onde fez sucesso, e sexta-feira dia 10 de agosto iniciará sua temporada nas terras paulistanas, no Teatro Frei Caneca. A escolha de produzir este clássico ao som de Marisa Monte foi uma escolha ousada feita por Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche. Gustavo, amigo de infância de Marisa, disse ter ficado surpreso e satisfeito com o quanto as músicas combinaram com a narrativa, quase como se tivessem sido produzidas para ela.

Outra escolha ousada do musical se relaciona ao figurino. Criadas pelo estilista João Pimenta, as roupas foram feitas de tal forma que fossem atuais e, ao mesmo tempo, não destoassem da época na qual a história se passa. Dessa forma, as vestimentas estabelecem um diálogo entre os séculos XVI e XXI. Além disso, elas carregam o conceito de comparar as duas famílias inimigas: Capuleto e Montéquio, com o Sol e a Lua, respectivamente. Assim, Julieta e sua família vestem tons dourados, enquanto Romeu e os outros Montéquios usam cinza. Tal recurso, além de constituir uma estética luxuosa, propõe que as cores auxiliem o público no entendimento do papel de cada personagem.

Créditos: Mayumi Yamasaki e Laura Scofield / Jornalismo Júnior

Um dos pontos que foi enfatizado no encontro com a imprensa, tanto pelo elenco quanto pela direção criativa, foi o foco do musical em falar de amor. Isso parece óbvio, considerando o tema da peça, porém, ao longo da coletiva, os atores mostraram que o sentimento ali pregado vai muito além da narrativa atemporal de Shakespeare. O contexto brasileiro e a urgência de exercer o respeito e dizer não à guerra foram levantados por vários dos componentes da ficha técnica do espetáculo.

Pedro Caetano, que interpreta Teobaldo Capuleto, disse: “Esse elenco inteiro tem a missão do amor”. A necessidade de exercer o amor, afeto e empatia foram levantados como a moral da história a ser aplicada no contexto atual. Para Bárbara Sut — que interpreta Julieta — a intolerância e o ódio da história existem também no Brasil de hoje, e a peça ensina a buscar o amor acima de tudo.

O elenco será composto por 24 atores, escolhidos criteriosamente após dois meses de testes. Entre eles estão nomes como Kacau Gomes, Ícaro Silva e Claudio Galvan. Guilherme, o diretor, afirmou que era importante que o elenco representasse a realidade brasileira, que é “multicultural, multiracial, multissexual… Multitudo”. Dessa forma, a equipe esbanja e abraça as diversidades. Ele terminou a coletiva dizendo: “Estamos em um tempo em que raça, sexo e religião não podem mais ser questões para nós”.

No que diz respeito à exibição do musical em si, foram poucas as cenas mostradas no dia da coletiva. Porém, todas as três mostraram impecabilidade e perfeição. As coreografias, feitas por Toni Rodrigues, estavam sincronizadas e as vozes se mostraram muito harmônicas e afinadas. Além disso, como de praxe no gênero teatro musical, a interação do cenário com os atores foi bem feita e agregou valor ao espetáculo. Como resultado, ficou o gostinho de quero mais e a curiosidade em saber o que mais a produção pode oferecer.

Assim, a partir do que foi apresentado, vale a pena conferir o espetáculo. Afinal, o ideal de propagar o amor, a tolerância e a diversidade por si só se já destaca como um ponto positivo importante. E ver a mesclagem entre a poesia tribalista e a shakespeariana será, no mínimo, curioso.

Créditos: Mayumi Yamasaki e Laura Scofield / Jornalismo Júnior

Por Mayumi Yamasaki Laura Scofield 
mayumiyamasaki@usp.br | lauradscofield@yahoo.com.br

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