Para quem gosta de lendas surgidas na internet, já era hora de um dos personagens mais obscuros da web ganhar um filme de maior visibilidade. Slender Man – Pesadelo Sem Rosto (Slender Man, 2018) consegue dar a devida visibilidade ao homem da sombra e ainda assustar o espectador. A trama tem início com quatro amigas (Hallie, Wren, Chloe e Katie) que moram em um subúrbio e seguem suas vidas não tão extraordinárias, até que, em uma noite, decidem invocar o misterioso Slender Man. No início do filme, as cenas acontecem muito rápido: algumas das meninas começam a ter pesadelos e Katie desaparece em uma excursão com a escola. A partir daí que se inicia a série de sustos e calafrios que o filme proporciona.
Quando as três amigas encontram, no quarto de Katie, desenhos e pesquisas relacionadas à lenda, além de conversas e vídeos de pessoas que já tentaram invocar o homem, percebem que o desaparecimento pode ter relação com a brincadeira que fizeram — e que talvez não fosse uma brincadeira. Para conseguir a menina de volta, elas tentam invocar o Slender Man em um bosque, mas a tentativa falha e as assombrações se intensificam.
As partes do filme que têm como objetivo proporcionar o medo cumprem com seu dever até um ponto. Todas possuem gatilhos para que o espectador fique nervoso e comece a se assustar, mas a maioria tem o mesmo desfecho: o aparecimento do Slender Man — o que é esperado, afinal o filme é sobre ele — mas algumas partes começam a ficar cansativas por esse motivo. Não é por isso que o filme deixa de cumprir seu dever como um gênero de terror, já que há cenas que vão além do personagem e conseguem garantir suspense e, é claro, medo.
O elenco merece notoriedade: todas as quatro amigas interpretaram seus papéis muito bem, sobretudo Joey King, que deixou o lado fofo de seu último filme, A Barraca do Beijo (The Kissing Booth, 2018) e incorporou Wren e toda sua loucura (quando assombrada pelo Slender Man) de forma impecável. O problema é que vimos muito de Wren e Hallie (Julia Goldani Telles), mas Chloe (Jaz Sinclair), em certo momento da trama, deixa de aparecer e o que acontece com ela fica subentendido. Não conhecemos muito de Katie (Annalise Basso), mas logo no início podemos ver como ela não gostava de sua vida no momento, vivendo com seu pai alcoólatra, e como isso contribuiu para que ela fosse a “escolhida”.
O final do filme, por conta de sua intensidade, passa a ser um tanto forçado. Isso ocorre porque há uma insistência em assustar através do Slender, que toma sua pior forma somente na última cena, como se a produção necessitasse aproveitar o último momento para tal. Ainda assim, o diretor, Sylvain White, consegue finalizar a obra sem muitas pontas soltas e de forma coerente — mesmo que não seja o final ideal. Por fim, Slender Man – Pesadelo Sem Rosto é aquele filme de terror que consegue envolver muito bem o espectador na história e ainda proporciona os clássicos sustos e calafrios, dando ao personagem principal — o Slender — a merecida notoriedade.
O filme estará disponível nos cinemas nesta quinta-feira, pronto para atrair todos que já sonharam com uma adaptação do famoso personagem. Confira o trailer:
por Mariana Cotrim
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