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Tóquio 2020 | “Os caras é grande, mas nóis é ruim!” Bruno Fratus é bronze nos 50m livre!

Com direito a novo recorde olímpico estabelecido por Dressel, Bruno Fratus larga atrás, mas recupera e é bronze nos 50 metros nado livre

Imagine soltar um grito que estava entalado há mais de dez anos. Imagine estar felizão de verdade, e não de forma irônica com uma sexta colocação. Imagine agora, que aos 32 anos de idade, após tantos bons resultados em mundiais e apenas decepções em Olimpíadas, conseguir se sagrar como um dos maiores nadadores da história do Brasil. Imagine ser Bruno Fratus.

Fratus pronto para levar o bloco de largada para casa após ganhar o bronze nos 50 metros livre. [Imagem: Jonne Roriz/COB]
Nascido em Macaé, Rio de Janeiro, o nadador de provas curtas, Bruno Giuseppe Fratus ─ ou apenas Fratus, para os mais econômicos ─ começou sua caminhada pelo bronze olímpico nos Jogos de Londres, em 2012. Naquela ocasião, Bruno ficou há dois míseros centésimos de seu compatriota, Cesar Cielo, e, com o tempo de 21s61, atingiu o outro lado da piscina na quarta colocação

A frustração na capital inglesa não impediu que o brasileiro atingisse marcas expressivas durante seu ciclo olímpico. Neste tempo, Bruno conquistou o bronze no Mundial de Cazã, em 2015, e a prata nos Jogos Pan Americanos de Toronto, no mesmo ano. Fratus chegou então ao Rio de Janeiro, em boa forma, para buscar a medalha olímpica que havia ficado por um triz em Londres. No entanto, sua performance competindo em casa rendeu-lhe, no máximo, um ótimo meme televisivo. O nadador brasileiro, como esperado, chegou à final dos 50 metros livre. Porém, obteve um mau resultado e terminou a prova ─ junto à sua participação nos Jogos ─ na sexta colocação

O meme foi fruto de uma entrevista que Bruno Fratus forneceu à Rede Globo logo após sua saída da água. O repórter perguntou a Bruno se ele estava feliz com o resultado. A resposta veio em tom irônico, um “tô felizão” em parceria com um sorriso amarelo. É claro que não estava feliz! Um nadador de tão alto escalão, competindo uma Olimpíada em sua própria casa, apenas sairia satisfeito com uma medalha no peito. Dessa forma, Fratus voltou para casa pronto para enfrentar mais um ciclo olímpico, agora rumo à Tóquio.

Fãs relembram o meme “tô felizão” de Bruno Fratus

A caminhada para os Jogos Olímpicos do Japão foi atípica e ─ inevitavelmente ─ pandêmica. Entretanto, antes do coronavírus infectar e dominar o mundo, Fratus havia conseguido excelentes resultados. O brasileiro foi prata nos Mundiais de Budapeste, em 2017, e de Gwangju, em 2019, além de ter conquistado o ouro no Pan de Lima, também em 2019. Devido a pandemia, os Jogos foram adiados em um ano, o que estendeu o ciclo olímpico. Já em 2021, Bruno cravou sua ida à Tóquio atingindo o índice olímpico durante a seletiva nos Estados Unidos, onde reside. 

Enfim chegamos em Tóquio. Bruno Fratus aterrissou no Japão para competir em uma só prova: os 50 metros nado livre. A competição foi passando e Fratus apenas esperava por sua disputa ─ a última da natação olímpica. Neste meio tempo, o carioca conseguiu assistir seu compatriota, Fernando Scheffer, largar na raia oito para conquistar o bronze nos 100 metros nado livre ─ um motivador a mais, quem sabe. Fato é que Bruno estreou bem nos Jogos e conseguiu se classificar para a final com o terceiro menor tempo, somente atrás do francês Florent Manaudou, e o homem que viria a quebrar mais um recorde olímpico, o estadunidense Caeleb Dressel.

Toda essa extensa introdução foi para chegarmos enfim à expressa final. Mas não podia ser diferente, estamos falando de uma prova em que os atletas buscam quebrar a barreira dos 21 segundos. O tal “cinquentinha”, apelidado carinhosamente por Cesar Cielo, é um evento rápido, intenso e, sem dúvidas, marcante. No entanto, a largada de Bruno Fratus na raia três do “cinquentinha” não foi nem tão rápida, nem tão intensa quanto o esperado. Porém, sua recuperação nos últimos 25 metros lhe renderam o terceiro fator mandatório da mais ligeira prova da natação: ela foi marcante. O brasileiro conseguiu acelerar e quase alcançou seu rival, Florent Manaudou, terminando apenas dois centésimos de segundo acima do francês, o que lhe rendeu o bronze inédito. Para além da redenção de Fratus, a final teve como grande destaque a quebra do recorde olímpico, estabelecido em Pequim 2008 por ninguém mais ninguém menos do que Cesar Cielo. A fera responsável pelo recorde foi Caeleb Dressel, que, em 21s09, terminou com o reinado do brasileiro ─ que curiosamente comentava a final pelo Sportv.

Comemoração de Fratus após a chegada na terceira colocação

Falando sobre televisão, dessa vez não houve espaço para as ironias do nadador. Pelo contrário, Fratus forneceu, em sua entrevista bronzeada, um ótimo humor e tratou de temas como o nervosismo, o amor ─ sim, mais um romântico no esporte ─, os sonhos, a superação e, principalmente, o orgulho de ser brasileiro. O grande destaque foi a resposta de Fratus quanto à sua estatura inferior a de seus adversários: “Os cara é grande, mas nóis é ruim! Aqui é Brasil!”.

Foi com essa energia entusiasmada e cheia de amor que Bruno subiu ─ pela primeira vez em Jogos Olímpicos ─ ao pódio, se emocionou, gritou, comemorou muito, fugiu do protocolo e foi de encontro com sua esposa e técnica Michelle Lenhardt, o que rendeu um beijaço (com todas as letras) perfeitamente capturado pelas lentes do cameraman. 

O beijaço do “romântico” e mais novo medalhista de bronze, Bruno Fratus.

Após uma semana de Jogos, o amor ganhou, o bem venceu, o nome Bruno Fratus está marcado na história e podemos todos dormir com o sorriso no rosto. Como diria o próprio Bruno, VAMO SER FELIZ, “POXA”!

 

*Imagem de capa: Jonne Roriz/COB
Tóquio 2020 ROC

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