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Um amor para não recordar

[Namorados Para Sempre] Um cara, uma moça, um olhar, um romance, brigas, discussões em alto volume e o caos dos relacionamentos, o casal que se xinga, bate, grita e escandaliza. Quantas vezes já não se viu isso em um filme? Não precisa ser um Quentin Tarantino para arranjar de cinco a dez exemplos estalando os …

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[Namorados Para Sempre]

Um cara, uma moça, um olhar, um romance, brigas, discussões em alto volume e o caos dos relacionamentos, o casal que se xinga, bate, grita e escandaliza. Quantas vezes já não se viu isso em um filme? Não precisa ser um Quentin Tarantino para arranjar de cinco a dez exemplos estalando os dedos de tão rápido.

“Namorados para sempre”, de Derek Cianfrance, é um desses filmes, aqueles que não falam mal de ninguém, mas também não marcam a vida de um desavisado que o pegue empoeirado numa prateleira de gravadora. Uma película – como diria o crítico erudito e especializado – que não chove, não troveja, nem por uma garoa breve se decide, fica só naquela ameaça besta de pé d’água que quem mora em São Paulo conhece tão bem.

Uma sinopse um pouco mais detalhada seria algo na linha: Michelle Williams é Cindy, uma bela donzela casada com o jovem mancebo Dean, interpretado por Ryan Gosling. Ambos tem uma filha, Faith Wladyka, e um problema grave – não conseguem mais se entender. Como diria a sinopse oficial, “o filme se desdobra como um dueto cinematográfico cujo refrão pergunta sem parar: ‘para onde foi nosso amor?’”.

Apesar da crítica ao roteiro tão comum a muitos outros filmes, a condução da história é muito boa: dramática, sem soar melosa ou exagerada – exceto por alguns gritos e momentos da interpretação que ficam devendo em relação ao resto. Outro ponto interessante e bem desenvolvido é a trilha sonora, muito adequada e contundente – o crítico erudito contra-ataca… –, feita pela banda Grizzly Bear, que se casa com as cenas e, principalmente, a montagem.

Mencionei a montagem: ponto altíssimo do filme. A transição das cenas é inteligente, dialoga com a própria imagem, a justaposição de planos é primorosa. Vários adjetivos técnicos dos especializados se aplicam aqui, basicamente levando a uma só conclusão – Derek Cianfrance fez um trabalho digno de estrelinhas, caso a resenha tivesse nota. Os momentos em que se junta o som e a imagem, o Grizzly Bear e a mão invisível que rege a edição, dão até orgulho!

Enfim, para não vos aborrecer muito mais: “Namorados para sempre” é um filme legal. E só. Consegue dar umas voltas, requentar alguns modelos, mas não foge do modelo ready-made de se fazer cinema, nada além desse estilo Hot Pocket de se pensar o audiovisual – atores bonitinhos, roteiros previsivelmente enfadonhos, técnica apurada. Até daria para perder quase umas duas horinhas com o casalzinho, mas a vida anda tão corrida e amontoada…

Por Henrique Balbi
henriquebalbi92@gmail.com

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