Patrícia Chemin
Quando ouvi falar do filme “Home – nosso planeta, nossa casa”, eu pensei “deve ser mais um daqueles documentários sobre como destruímos o meio ambiente…”. Eu não estava totalmente errada. Há mais filmes com o mesmo tema, mas “Home” destaca-se por outros elementos.
A partir de conceitos que lembram as aulas de biologia do colegial, o filme mostra que o Homem é a forma de vida que mais mudou a face da Terra. Apesar de exibir toda a destruição que os seres humanos causaram à harmonia frágil do planeta e de dar um prazo de 20 anos para mudarmos essa realidade, o documentário não se encaixa naquela moda hollywoodiana de filmes sobre o cataclismo do mundo, pois tenta despertar a esperança.
Tudo busca emocionar o espectador: as músicas, o lento movimento da câmera, os argumentos de que tudo no mundo está interligado. Embora seja algo importante, a mensagem “degradamos o mundo, agora vamos salvá-lo” não é o forte do documentário, pois não sensibiliza as pessoas. O trunfo está nas imagens, que surpreendem por sua beleza. Talvez tenha sido essa a intenção do diretor e dos produtores: estimular a vontade de mudar ao mostrar que ainda há lugares do nosso planeta que devem ser preservados.
Essas imagens vieram de 54 países e 120 locações, o que rendeu 488 horas de filmagens feitas durante 217 dias a partir de helicópteros. “O resultado final é realmente o filme de um fotógrafo que não está acostumado a restrições”, disse Yann Arthus-Bertrand, co-roteirista e diretor de “Home”. As filmagens foram feitas baseadas apenas em uma pequena sinopse, pois não havia roteiro.
No cartaz de “Home” há a frase: “mais do que um filme, um movimento global”. Visto no dia 5 de junho (Dia Mundial do Meio Ambiente) em 87 países e em vários formatos (redes de televisão aberta, cinema, DVD e Internet), o filme – que possui até créditos de carbono – teve a intenção de atingir a maior audiência possível e convencer a todos de nossas responsabilidades relacionadas ao planeta. Adverte que “é tarde demais para ser pessimista”.