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“Essa é a nossa luta, a gente não pode parar”: Damiris Dantas, jogadora brasileira na WNBA, fala sobre os playoffs e os protestos na liga

*Imagem de capa: Stephen Gosling/NBAE via Getty Images/Divulgação Damiris Dantas, atleta do Minnesota Lynx, estreou na fase dos playoffs desta temporada da WNBA marcando 22 pontos sobre o time Phoenix Mercury, o que garantiu a classificação do Lynx para a semifinal da competição. Antes da estreia, a jogadora esteve em videoconferência com veículos brasileiros de imprensa …

“Essa é a nossa luta, a gente não pode parar”: Damiris Dantas, jogadora brasileira na WNBA, fala sobre os playoffs e os protestos na liga Leia mais »

*Imagem de capa: Stephen Gosling/NBAE via Getty Images/Divulgação

Damiris Dantas, atleta do Minnesota Lynx, estreou na fase dos playoffs desta temporada da WNBA marcando 22 pontos sobre o time Phoenix Mercury, o que garantiu a classificação do Lynx para a semifinal da competição. Antes da estreia, a jogadora esteve em videoconferência com veículos brasileiros de imprensa e contou que estava ansiosa para saber quem enfrentaria, mas que prefere esse formato de “mata-mata” com jogos únicos. Ela disse que sente menos pressão por não precisar esperar outros resultados para saber se o time seria classificado.

Durante o ano, Damiris teve seu contrato renovado com o Minnesota Lynx, o que era esperado apenas após o fim da temporada. “Eu fiquei meio surpresa, porque esperava isso só depois, mas fiquei muito feliz, e isso tira um pouco o peso das costas” disse a atleta na coletiva. Ela também afirmou que seu objetivo era conseguir uma extensão do contrato para permanecer no time que a respeita e no qual se sente “literalmente em casa”. Agora, Damiris defenderá essa camisa por mais dois anos.

PALMETTO, FL - September 4: Damiris Dantas #12 of the Minnesota Lynx shoots the ball against the Dallas Wings on September 4, 2020 at the Feld Entertainment Center in Palmetto, Florida. NOTE TO USER: User expressly acknowledges and agrees that, by downloading and/or using this Photograph, user is consenting to the terms and conditions of the Getty Images License Agreement. Mandatory Copyright Notice: Copyright 2020 NBAE (Photo by Stephen Gosling/NBAE via Getty Images)
Damiris em jogo pelo Minnesota Lynx. Copyright 2020 NBAE [Imagem: Stephen Gosling/NBAE via Getty Images/Divulgação]
O período de pandemia também foi citado pela jogadora. Ela contou que ficar em casa foi muito difícil, principalmente pela adaptação dos treinos fora das quadras “para não ficar tão fora do ritmo”. A competição foi retomada somente em julho, o que motivou a volta de Damiris aos Estados Unidos. Para garantir a segurança das atletas, os treinos e jogos aconteceram dentro de uma “bolha” formada pela WNBA na Flórida, assim, todos os times da liga ficaram isolados no mesmo local. A jogadora também contou que este período dentro da “bolha” é estressante.

 

Mulheres no basquete

Além das questões diretamente relacionadas aos jogos, Damiris falou sobre seu papel como atleta para inspirar e motivar quem a acompanha. Quando perguntada a respeito da vitória do basquete feminino brasileiro nos jogos Pan-Americanos de 2019, a jogadora contou que, mesmo não tendo participado, ficou extremamente feliz. Ela disse que “esse é um novo momento do basquete feminino”, com o ouro e o aumento da visibilidade.

Damiris contou que batalhou muito para conquistar seu espaço no esporte internacionalmente e que hoje entende a importância de seu papel como inspiração para crianças, jovens e mulheres. Ela disse que a representatividade que as pessoas enxergam nela, “talvez seja a representatividade que buscava quando estava começando”. A jogadora mostrou que se sente muito feliz por poder ser esse exemplo e lembrou que recebe muitas mensagens do público agradecendo por ela cumprir esse papel.

A comissão técnica do Lynx é formada exclusivamente por mulheres, e Damiris disse que essa equipe faz muita diferença para sua atuação no esporte. “Nossa comissão técnica é fantástica e é mais uma inspiração para mim”. Além disso, a jogadora contou que as quatro mulheres que compõem a comissão têm impactado positivamente tudo o que ela faz, tanto no dia a dia quanto profissionalmente. Damiris lembrou, também, da importância de receber reconhecimento pelo desempenho profissional e disse que se sente muito feliz em trabalhar com “mulheres tão empoderadas, boas no que fazem, e que são reconhecidas por isso”.

 

As manifestações contra o racismo

A brasileira também relatou como foram os dias do “boicote” das atletas aos jogos em forma de protesto à brutalidade policial contra pessoas negras nos Estados Unidos. “O que foi falado por todas as atletas foi: ‘A liga toda tá se dedicando a essa campanha desde o começo e as coisas não tão mudando’. Então a gente precisa dar um passo maior, a gente precisa fazer uma coisa para as pessoas ouvirem e prestarem atenção”, disse.

A parada dos jogos por dois dias nas ligas de basquete, tanto masculina quanto feminina, foi um momento histórico no esporte. Nunca houve uma manifestação do mesmo tamanho e tão unida a favor de uma única causa.

Damiris chegando para uma partida com uma camiseta escrito “Vidas Negras Importam” [Imagem: Ned Dishman/NBAE via Getty Images/Divulgação]
Quando questionada sobre os próximos passos a serem dados pelo movimento contra a desigualdade racial, Damiris enfatizou a importância dos atletas nessa luta: “A gente tem que se unir mais e falar mesmo, usar essa nossa visibilidade”. Voltando-se mais para o Brasil, ela destacou a falta de suporte que os atletas têm para fazer isso.

“A gente precisa de mais apoio dos nossos clubes, dos nossos patrocinadores. Aqui na WNBA a gente tem o respaldo do time e da liga, e eu acho que no Brasil falta um pouco disso, do incentivo”. Ela contou que é comum os atletas sentirem medo das consequências desse tipo de posicionamento, e citou o caso do ginasta negro Ângelo Assumpção, que foi demitido de seu clube após denunciar injúrias raciais.

Ela acredita que 2020 está sendo um ano histórico com tantos posicionamentos no mundo do esporte, desde atletas individuais até ligas inteiras, mas também acha que os impactos disso não serão tão imediatos. “Talvez demore um pouco. Talvez eu não colha esses frutos, mas gerações futuras vão colher. Então essa é a nossa luta, a gente não pode parar.”

Damiris e o Minnesota Lynx seguem na disputa pelo título da temporada 2020 da WNBA. Agora nas semifinais, a equipe enfrenta o Seattle Storm em uma série de melhor de cinco, buscando enfrentar o vencedor entre Las Vegas Aces e Connecticut Sun na grande final.

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