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O que é a pelota basca, modalidade dos Jogos Pan-Americanos 2023?

Pouco conhecido no Brasil e na América do Sul, o esporte ex-olímpico é febre no extremo Norte da Espanha e no Sudoeste da França

A pelota basca é um esporte surgido durante a Idade Média no País Basco, comunidade autônoma que compreende uma região no extremo norte da Espanha e no noroeste da França. Fez parte do quadro olímpico oficial na edição dos Jogos Olímpicos de 1900 e foi exibida como esporte de demonstração em Paris 1924, Cidade do México 1968 e Barcelona 1992. Ainda que pouco conhecido ao redor do mundo, o desporto é praticado em cerca de 27 países. O Brasil é uma das nações com praticantes da pelota basca, mesmo que não possua federações estaduais ou uma confederação nacional.

Com características que variam de acordo com a localidade, a pelota basca se divide em modalidades e especialidades, de acordo com a Federação Internacional de Pelota Basca (FIPV), órgão máximo que gere o esporte. As modalidades variam de acordo com a cancha (quadra) em que se joga, enquanto as  especialidades se referem ao que se pratica dentro da cancha, levando em conta as raquetes (quando usadas) e as bolas utilizadas. Informações sobre a particularidade de cada categoria podem ser encontradas no site da FIPV.

Tipos de quadras oficiais onde se joga a pelota basca [Imagem: Reprodução/Federación Internacional de Pelota Vasca]

Especialidades oficiais da pelota basca [Imagem: Reprodução/Federación Internacional de Pelota Vasca]

Nos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, foram disputadas seis especialidades na categoria masculina e quatro na feminina. Abaixo, quadro com a divisão das especialidades e respectivas modalidades. 

Especialidades e medalhistas da pelota bascas nos Jogos Pan-Americanos de 2019 [Imagem: Reprodução/Wikipedia]

O esporte se assemelha, de certa forma, ao tênis e ao squash. Dispostos numa mesma quadra, os competidores, que podem estar sozinhos ou em dupla, devem bater a bola na parede da cancha. O objetivo é fazer com que o adversário não consiga rebater a bola antes que ela quique duas vezes no chão. Caso isso ocorra, a equipe que executou a jogada soma um ponto. As quadras têm de 30 a 54 metros de comprimento, com uma parede do lado esquerdo e uma grande vidraça do lado direito. A largura é de 10 metros, somada a uma contracancha de 4 metros — área depois da linha lateral onde a bola não pode pingar diretamente, mas que os jogadores podem pisar. Caso a bola pingue direto nesse espaço, é considerada bola fora e ponto do adversário, mas, se ela for até esse espaço pelo ar, é um lance válido.

A quadra da pelota basca, a contracancha e o vidro que separa o espaço de jogo da arquibancada. [Foto: Reprodução/Iberdrola]

Existem também outros dois tipos de quadras: o trinquete e o frontball (frontón peruano). O trinquete é similar à anterior, mas possui uma espécie de casa com telhado do lado esquerdo, onde a bola pode encostar livremente. Contudo, a pelota não pode quicar no chão em nenhum momento, exigindo que o atleta esteja muito bem posicionado para rebatê-la. Além disso, a contrachanca não existe nesse modelo de campo, deixando o espaço de jogo mais restrito e aumentando sua dinamicidade. Já o frontón peruano consiste em um paredão aberto, sem parede ou vidro nas laterais e no fundo. O formato acaba demandando maior resistência física dos atletas, que têm que percorrer constantemente distâncias maiores para rebater a bola.

As principais diferenças entre cada especialidade se dão pelo meio o qual se bate na pelota. No Pan-Americano, existe a pelota mano (jogo em que se bate na bola com as próprias mãos), a pala cuero (praticada com uma raquete de madeira ou de fibra de carbono, em que a parte com a qual bola é rebatida tem  um diâmetro menor que o convencional) e a paleta goma (que se assemelha muito com a pala cuero, porém com uma bola um pouco mais lenta). Os tamanhos e pesos das bolas variam de acordo com a especialidade.

A velocidade atingida pela bola em partidas de pelota basca é a mais alta dentre os esportes praticados com o acessório. Na especialidade cesta punta, também conhecida como Jai Alai, o Guinness Book homologou a velocidade de 302 km/h durante uma partida de pelota basca, confirmando o esporte como aquele com a bola mais veloz do mundo. Inclusive, o Governo Basco divulga o esporte justamente com esse bordão: “o esporte mais rápido do mundo”.

Cesta Punta, a especialidade mais excêntrica da pelota basca, não faz parte do quadro do Pan [Foto: Reprodução/Saint-Jean-de-Luz Tourisme]

Brasil e a pelota basca

Com pouca tradição na pelota basca, o Brasil possui apenas uma quadra para o esporte em todo o país, localizada no Clube Athletico Paulistano, no Jardim América, na cidade de São Paulo. Quase centenária, a cancha da pelota basca recebe em média 30 praticantes desse desporto, e é frequentemente utilizada por crianças do clube que treinam vôlei e utilizam o “paredão” da quadra para  aprimorar suas técnicas de ataque e recepção.

Guilherme José Killingsworth, conhecido como Karula, sócio do clube e praticante da pelota basca há mais de 40 anos, já representou o Brasil em diversos Campeonatos Mundiais. Ele detém o recorde de pessoa mais velha a ter vencido uma partida no mundial de pelota basca: em 2014, venceu junto com Luca de Freitas a dupla canadense Deschenes e Van Rosborough, no México, por 30 a 13.

Atualmente aposentado, Karula foi policial e conciliou por diversos anos a profissão com a prática da pelota basca. Em entrevista ao Arquibancada, ele conta  que, no início dos anos 1900, havia várias quadras de pelota basca espalhadas pelo centro de São Paulo, que foram sumindo ao longo dos anos devido à expansão geográfica da cidade, até que sobrasse somente a do Paulistano.

“A modalidade jogada aqui é a paleta argentina, utilizando uma raquete de madeira que agora está sendo trocada por uma de fibra de carbono”, diz Guilherme. “Também jogamos o frontênis, uma modalidade praticada com raquete de tênis reforçada para que as cordas não estourem, fazendo com que a rebatida gere um efeito maravilhoso e a bola pegue  uma velocidade incrível”, completa o ex-policial. 

Raquete do frontênis e da paleta goma e suas respectivas bolas [Foto: Arquivo Pessoal]

Clube Athletico Paulistano, sede da única cancha de pelota basca no Brasil

Mesmo sendo centenária e única, a quadra do Clube Paulistano é frequentemente ameaçada de extinção, por ter uma procura menor dentro do clube e ser pouco conhecida por aqueles que não praticam a pelota basca. Ainda que negligenciado, o espaço proporcionou a formação de atletas amadores que, hoje, servem às seleções do Brasil, México, Peru e Venezuela. Inclusive, estes dois últimos casos tem um elo curioso. “Nós temos, em Minas, a campeã venezuelana. Saiu da Venezuela com a família toda. Por causa do regime, eles estavam sem dinheiro para nada. Ela conseguiu vir antes ao Brasil, e depois trouxe o irmão, a irmã, o pai, a mãe e até o cachorro também”, conta Karula.

 Atualmente, o Paulistano não conta com projetos de iniciação esportiva em qualquer uma das especialidades da pelota basca. Engajados, os praticantes tentam articular ações para desenvolver a prática do esporte. Como nenhum dos sócios pode atuar como professor, devido à política interna do clube, existe entre eles a ideia de contratar um professor de tênis que possa adaptar seus conhecimentos e metodologia à pelota basca. A mobilização representa um pequeno passo em busca da formação de atletas de pelota basca em território brasileiro.

Outra barreira no desenvolvimento desse desporto  no Brasil é a ausência de uma Confederação Nacional. Para que fosse criada, seria preciso a existência de, no mínimo, três Federações Estaduais. O que existe hoje é uma associação paulista, suficiente para que o Brasil pudesse ser  aceito na FIPV. A organização levou em conta o fato de existir apenas uma quadra em todo o país para permitir a filiação, mesmo sem uma confederação.

Não bastassem as barreiras burocráticas e técnicas, existe também a barreira da incerteza de se aventurar em um esporte pouco difundido na maior parte do globo e que não garante uma independência financeira para quem o pratica. Karula conta que duas meninas do Paulistano chegaram a ser convidadas para treinar por um colégio na França e se profissionalizar lá, mas as duas estavam no último ano de graduação em cursos superiores. Por essa razão, sequer cogitaram trocar as carreiras bem encaminhadas por uma aventura na pelota basca pela Europa.

Disputas internacionais

Realizado de quatro em quatro anos, o Campeonato Mundial de Pelota Basca ocorre pouco após a disputa da Copa do Mundo de Futebol, que acaba virando assunto entre os atletas. Guilherme Karula conta que em 1998, quando  a França venceu a Copa do Mundo contra o Brasil, os atletas franceses da pelota entoavam a Marseillaise (hino da França) em tom de brincadeira no ônibus. Após a conquista do Brasil na Copa da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, os brasileiros puderam devolver a gozação aos principais países da pelota basca (França, Espanha e Argentina), eliminados precocemente durante o torneio.

Com tratamento de luxo desde que começaram a representar o Brasil nos mundiais da pelota basca, Karula conta que, até 2014, os atletas recebiam hospedagem, transporte e alimentação gratuita durante a realização dos campeonatos mundiais. À época, o Brasil era convidado a disputar uma seletiva que se dividia em três chaves, nas quais as equipes jogavam contra países de nível similar. Quando uma seleção vencia em sua categoria, poderia disputar o Mundial seguinte contra equipes de hierarquia superior.

A situação mudou quando, depois do mundial, o comando da Federação Internacional foi trocado. A nova gestão buscava expandir sua influência até a África na tentativa de atingir a marca de 45 países praticantes de pelota basca, fator que poderia tornar o esporte olímpico.

Para o mundial de 2018, mudou-se completamente o formato da seletiva, o que dificultou o ingresso do Brasil na competição: “Nós fomos jogar no Chile e caímos no grupo da Argentina, com o tricampeão mundial. Antes, a gente tinha que jogar com Honduras, com El Salvador, com a Bolívia. Disputas mais equilibradas, sabe?” disse Guilherme Karula. Essa nova postura e o distanciamento com a expansão que vinha sendo feita, evidenciou o desejo de afastar o desporto dos países mais fracos e fazer um mundial só para a elite, que hoje gira em torno de França, Espanha, México, Argentina, Cuba e Uruguai. Guilherme ainda contou que tem o interesse em ir para o mundial de 2026 caso sejam convidados e alocados em uma chave de nível condizente com o brasileiro. Esse mundial está previsto para ocorrer em Salta, na Argentina.

Atletas ao redor do mundo

Próximo do início dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, que ocorrerão na capital chilena entre 20 de outubro e 5 de novembro, o Arquibancada conversou com três atletas da pelota basca de diferentes nacionalidades para entender um pouco mais sobre como iniciaram na modalidade, como é a prática dentro de seus países e o que eles esperam dessa importante competição continental quadrienal.

Com a participação de 41 países e mais de 6 mil atletas, os Jogos Pan-Americanos de Santiago irão sediar 38 modalidades além da pelota basca. [Foto: Divulgação]

André Bellido

Peruano de 20 anos, André Bellido é atleta da pelota basca há mais de três anos. Desde muito jovem, já praticava tênis e pelota frontón (que é um esporte peruano). “Sempre gostei muito de esportes. Joguei até mesmo os coletivos, como futebol e basquete, mas nunca a nível competitivo”, conta André.

Em 2014, quando tinha 12 anos, houve uma apresentação sobre a pelota basca no colégio onde estudava. Esse foi seu primeiro contato com o esporte. Anos mais tarde, ele próprio foi convidado para fazer uma apresentação também, onde pôde mostrar um pouco sobre os tipos de canchas e as especialidades mais conhecidas que são jogadas.

Apenas cinco anos depois dessa apresentação, André estava em Lima, nos Jogos Pan-Americanos de 2019. Com 17 anos, representou seu país na pelota basca. Ele define essa experiência como “hermosa”, e explica que “saltava ao saber que jogaria com os melhores do mundo”. A diferença de nível entre os experientes campeões da pelota e ele, tão jovem, era grande: “ainda que quisesse ganhar, a frustração era grande por não conseguir jogar tão bem contra atletas de níveis mais elevados, o que me fazia comemorar muito cada ponto”. Sobre a experiência do Pan, aponta que “o mais valoroso foram os vínculos criados com esportistas tão experientes ali e o respeito mútuo foi o mais bonito”.

Sobre as expectativas para os Jogos Pan Americanos que estão por vir, André conta que não está se pressionando por resultados, pois acredita no processo. Com dois compromissos internacionais pela frente, o garoto também treina de olho no Mundial Sub-22 da pelota, que será no México. Ele diz que o que mais lhe trará satisfação será chegar aos jogos com a consciência de que está preparado em cada uma das competências: física, tática, técnica e mentalmente. 

Quanto à estrutura e ao desenvolvimento desse esporte no Peru, André disse que existe uma cancha há apenas nove anos. Somente após o bom desempenho do país no Pan Americano de 2019, é que uma série de novas quadras começaram a ser construídas. Em seu país inteiro, apenas quatro homens estão aptos a competir representando o Peru internacionalmente: “fico muito orgulhoso, principalmente, pelos meus amigos, com os que treino”. Rindo, ele também conta que, antes do Pan de Lima, uma professora, ao ficar sabendo que André havia se classificado para representar o país nos Jogos e por isso não poderia ir à aula,  perguntou-lhe para qual esporte ele havia se qualificado: “tampouco ela sabia o que era pelota basca”. 

Questionado sobre a possibilidade de viver somente da pelota basca, o atleta diz que, atualmente, no Peru, é impossível, pois atletas que alcançaram êxitos esportivos pelo país recebem uma espécie de apoio econômico que dura apenas oito meses. Por isso, os treinadores da seleção incentivam que sigam estudando e dando andamento em suas carreiras fora do esporte.

Aos 21 anos, André Bellido se encaminha para sua segunda participação em Jogos Pan-Americanos [Foto: Reprodução/Instagram: @seleccion_pelotavasca]

Pascal Ramírez

A chilena Pascal Ramírez foi medalhista de bronze nos Jogos da Juventude na especialidade da pelota mano. Ainda que com pouco tempo de prática no esporte, ela comenta sobre a rotina de treinos diários: “Nosso treinamento começa às 18:00, mesclando diversas coisas: preparação física, levantamento de pesos, […] treino técnico, que seria repetição de jogadas e controle de jogo, além de um treino para quadra com mudanças de ritmo, explosão, etc. Fazemos isso todos os dias, alternando a ordem”.

Assim como André, Ramírez classifica de maneira eufórica a oportunidade de poder representar o Chile a nível internacional: “É uma sensação única. É bom poder representar um lugar do mundo, representar o Chile, seus companheiros, seu treinador e mostrar todo o trabalho que foi feito para estar lá”.

A jogadora conta que dedica muito tempo, compromisso e responsabilidade, e sente muita felicidade ao ver seu progresso dia após dia, em consequência de seu esforço.

Ela também destaca a experiência da prática da pelota enquanto mulher, sobretudo na especialidade da pelota mano, que ela disputa. Ainda que seja mais atrativa pela praticidade de se jogar, é novidade nas categorias femininas. Porém, Ramírez diz perceber cada vez mais mulheres buscando a prática. Por fim, Pascal ainda lamenta que, por várias razões — como quadra e clima —,  a prática não seja muito equitativa quando se compara a adesão feminina com a masculina.

Assim como no Peru, Pascal Ramírez conta que, no Chile, a situação do esporte também não é muito diferente da brasileira. Ela e seus companheiros de seleção desejam que haja mais público e impacto na sociedade por parte da pelota basca, ainda pouquíssimo conhecida. A própria Pascal conheceu a prática apenas durante a pandemia, quando tinha muito tempo livre e ia junto com seu ex-companheiro aos treinos. Como tinha muita vergonha, precisou da ajuda de sua irmã para começar a jogar de fato. “Desde então, não deixei de ir nenhum dia, há um ano e meio”, conta a chilena.

Pascal Ramírez representa a seleção chilena no frontball, especialidade na qual se bate na bola com as próprias mãos [Foto: Reprodução/Instagram: @pelotavascachile].

Filipe Otheguy

Ainda que dispute as competições internacionais pelo Brasil, Filipe Otheguy nasceu em Biarritz, região da França que faz parte do País Basco. Tendo ingressado no esporte com apenas sete anos, Filipe explicita que muitos na região conhecem a pelota basca e a jogam “como o futebol é jogado pelos brasileiros”. Sua primeira vivência com a pelota se deu no clube de sua cidade, o Club SPUC. Entretanto, a modalidade também é praticada nas escolas, sendo muito comum que as pessoas conheçam o esporte desde pequenas — realidade totalmente contrária à maior parte do mundo. 

Por cerca de dez anos, Filipe também praticou futebol. Aos 17 anos, decidiu treinar exclusivamente para se tornar um profissional da pelota basca. Ainda que tenha tido uma iniciação diferente dos outros, o franco-brasileiro esclarece que, mesmo na França, não é fácil viver desse esporte. Além de jogador profissional, ele tem outra ocupação: Filipe é educador esportivo, graduado pela Académie Basque du Sport, localizada em Biarritz, mesma cidade onde nasceu.

Filipe Otheguy se aventurou pelo futebol antes de virar medalhista da pelota basca. [Foto: Reprodução/Facebook/Arin Luzien]

Dono da primeira medalha do Brasil na história da pelota basca nos Jogos Pan-Americanos, ele optou por defender o Brasil por conta de sua mãe, que é cearense. Desde muito pequeno, gostava de ver a seleção brasileira de futebol jogar. Assim, a opção em representar o Brasil internacionalmente se tornou uma grande vontade para ele. Essa decisão se concretizou em 2014, quando participou de sua primeira competição oficial representando a amarelinha, no Mundial do México.

Por mais que goste muito do Brasil, Filipe jamais esteve em território brasileiro e ainda não fala o português, apesar de conseguir compreendê-lo bem. Ele define a relação com os familiares brasileiros como “muito boa, falo com eles no grupo de WhatsApp da família e pelo Messenger com minha prima Sidneide”. 

      Sidneide diz que Filipe “quis representar o Brasil mesmo antes de conhecer o país, em homenagem à mãe dele e à nossa família aqui do Ceará, a qual ele tem muita vontade de conhecer, mas não temos condições financeiras para isso”.

Além do futebol, Filipe disse que teve a oportunidade de conhecer o voleibol, o vôlei de praia, as músicas e o famoso feijão. Também conhece alguns dos colegas peloteiros do Paulistano que competiram nos mundiais, incluindo Guilherme Karula, que diz ser “uma honra ter o Filipe conosco”. 

       Para que Filipe pudesse disputar o Pan, foi necessário todo um aparato jurídico para que ele se vinculasse ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Por uma brecha de esportes minoritários, como é o caso da pelota basca, foi possível que ele representasse o Brasil mesmo sem a pelota possuir uma Confederação que pudesse ser ligada ao COB.

Ele declarou como “fabulosa” a oportunidade de jogar pelo Brasil no esporte que praticou durante toda sua vida e espera que a modalidade se desenvolva cada vez mais no país.

Mesmo sem ter estado no Brasil, Filipe Otheguy já fez história para o país nos Jogos Pan-Americanos [Foto: Reprodução/Facebook/Tout sur la Pelote Basque]

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