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Santos Dumont – o Poeta Inventor: por dentro da mente do aviador

Exposição patrocinada pelo Farol Santander homenageia os 150 anos do pai da aviação

Por Yasmin Andrade (yasmin.andrade1@usp.br)

Neste ano, é celebrado os 150 anos de Santos Dumont, consagrado o “pai da aviação”. Por isso, no mês do aniversário de Dumont, chegou em São Paulo uma nova exposição para homenagear o aeronauta brasileiro: “Santos Dumont – o Poeta Inventor”. 

Localizada no centro da capital paulista, bem ao lado da estação de metrô São Bento, a exposição aconteceu nos 23° e 24° andares do Farol Santander entre os dias 14 de julho e 15 de outubro. Aberta de terça-feira a domingo, das 9h às 20h, os ingressos podiam ser adquiridos pelo Sympla ou na bilheteria local por R$35,00 (inteira) e R$17,50 (meia-entrada). 

A exposição se inicia já no hall do edifício com uma réplica do 14 Bis, o biplano com o qual Dumont fez o primeiro voo do mundo. Feito em tamanho real, pesando 150kg, não é somente um exemplar, mas um modelo funcional. Ele pode voar! 

O exemplar, construído por Alan José Calassa em 2005, pesa 150kg, mede 9,6 metros de comprimento por 11,7 metros de envergadura e 3,72 metros de altura na extremidade das asas. [Imagem: Divulgação/ Farol Santander]

A mostra inédita foi elaborada pela arquiteta e curadora Ceres Storchi, que combina uma harmonia entre a frieza técnica da aviação e a alma leve e poética do inventor. Um deleite para os amantes de História e Mecânica Aeronáutica.

A exposição começa na galeria do 24º andar, onde apresenta a narrativa das diversas tentativas e os muitos inventores que se propuseram a fazer o homem voar. “Essa exposição é uma homenagem, mas ela também quer mostrar o que foi essa batalha nesse período na vida de tantos pilotos e tantos estudiosos, nós apresentamos homens e mulheres precursores, seja na área da ciência aeronáutica ou só na pilotagem, no comando das aeronaves”, explica a curadora.

O Balão Brasil e os 10 modelos de dirigíveis (Nº1 a Nº10) concebidos e testados por Santos Dumont são apresentados por maquetes exclusivas e descritas por meio dos próprios escritos de Dumont, o que traz ao visitante uma sensação de familiaridade e conexão com o aeronauta.

Panorâmica do 24° andar. [Imagem: Acervo Pessoal/ Yasmin Andrade]

Nas palavras de Storchi, em entrevista concedida à Jornalismo Júnior: “A primeira questão foi realmente perceber como ele gostaria de ser apresentado e contar sobre essa pessoa na palavra do próprio Santos Dumont: tem muitos textos que são tirados de livros e entrevistas e me pareceu que seria digno fazer isso”.

A mostra apresenta sua trajetória na conquista do voo, sua vida no Brasil e suas pesquisas em Paris, tudo isso por meio de itens raramente ou nunca exibidos do acervo do Museu Paulista, da Fundação Santos Dumont e da Cartier. Entre eles estão: o cesto do Balão Brasil; uma escultura de bronze Ícaro; gorro, luvas e relógios do aviador; câmeras fotográficas; cadernos de anotação com contas matemáticas escritas por seu próprio punho, as licenças de aviador e outros documentos. 

Segundo a curadora, a escolha desses objetos serve um propósito: “Objetos são testemunhos de uma série de eventos, de uma série de momentos e, alguns objetos carregam a alma dessa pessoa que possuiu, têm um impacto a presença do objeto original, é uma experiência forte para as pessoas de todas as idades”.

 Essa experiência imersiva faz com que caminhemos sobre a cidade de Paris, com a localização das atividades cotidianas de Dumont. Sejam as vitórias ou as quedas, suas aventuras são contadas também através de notícias dos jornais da época, como o Le Petit Journal.

Sua trajetória é exposta em uma linha do tempo contendo os fatos mais importantes. As explicações científicas de seus projetos são introduzidas por meio de poemas que Dumont escrevia, o que torna leve o aprendizado proporcionado pelo espaço.

A mostra contava com uma réplica em tamanho real do aeronauta. [Imagem: Divulgação/ Farol Santander]

Já na galeria do 23º piso, outro grande destaque: um modelo funcional do avião La Demoiselle, pesando 110kg, exibido e pilotado por uma figura cênica de Santos Dumont. 

O modelo, restaurado por Reinaldo Rodrigues em 2023, pesa 110kg, com 6,20m de comprimento por 5,50m de envergadura. [Imagem: Divulgação/ Farol Santander]

Além disso, há outra singularidade: um grande painel repleto de nomes femininos que normalmente são apagados da história da aviação: suas vidas, criações e importância na área são retratadas de forma a valorizar essas mulheres.

Os nomes incluem: Raymonde de Laroche, Marie Marvingt, Hélène Dutrieu, Jeanne Herveau, Matilde Moisant, Ada Rogato, Anésia Pinheiro Machado, Thereza di Marzo, entre outras. [Imagem: Acervo Pessoal/ Yasmin Andrade]

De acervo, está exposto o cesto do dirigível Nº6 e o Conversor Marciano, uma de suas invenções que auxiliava a reduzir o peso do corpo de alpinistas durante a subida de montanhas, junto a um conjunto de fotos e desenhos dos projetos, que detalham técnica, a mecânica e a poesia das criações de Dumont.

Com recursos de tecnologia e mídia, dois espaços interativos permitem que os visitantes experimentem simuladores de voo ao “controlarem” um dirigível que flutua sobre Paris e um avião Demoiselle. O andar também conta com jogos temáticos como quebra-cabeças magnéticos e jogo da memória, onde encontramos fotos em preto e branco relacionadas ao aviador.

Visitante montando o quebra cabeça. [Imagem: Acervo Pessoal/ Yasmin Andrade]

É uma grande oportunidade para todas as idades homenagear esse grande inventor brasileiro e conhecer mais detalhadamente, por meio da imersão na mente de Dumont, sua vida e invenções que mudaram o percurso da humanidade.

*Imagem da capa:  [Imagem: Acervo Pessoal/ Yasmin Andrade]

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