Jornalismo Júnior

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Dia 02 | 27ª Bienal do Livro de SP: Conceição Evaristo e Pedro Bandeira marcam a programação com plateia lotada e fila de horas

Com ingressos esgotados, o segundo dia do evento registra número elevado de participantes e grandes personalidades da literatura e do mundo digital
Na imagem, a multidão se aglomera ao redor dos estandes da Bienal
Por Fernanda Franco (fernanda.francoxavier@usp.br) e Thaís Santana (thais2003sc@usp.br)

A Bienal do Livro de 2024 chega ao seu segundo dia com um volume intenso de visitantes. Os ingressos para  a programação do primeiro sábado (7) estavam esgotados desde o dia 3, inclusive as senhas das sessões de autógrafos. A presença de escritores populares em pleno feriado da independência justificam o público numeroso do evento. Conceição Evaristo e Pedro Bandeira foram os convidados de destaque. Outros nomes conhecidos, como Felipe Neto e Elayne Baeta, também marcaram presença. 

Juventude que acolhe e consagra Conceição Evaristo

A escritora mineira Conceição Evaristo subiu ao palco ao lado de Maria Ferreira, Dayhara Martins e Patrick Torres, influenciadores de conteúdo literário, e foi recebida por uma plateia lotada — majoritariamente jovem — com salvas de palmas. 

Autora de clássicos como Ponciá Vicêncio (Pallas, 2003) e Olhos d’água (Pallas, 2014), Conceição mostrou sua habilidade de conversar com diferentes gerações sobre a profissão e o mercado editorial. “Os jovens potencializam os mais velhos. O que me potencializa para a vida e a trabalhar até hoje é o contato que tenho com os mais jovens”, afirmou ela, agradecendo aos louvores recebidos pelo público.

No palco da Arena Cultural, Conceição Evaristo aparece ao lado de influenciadoras digitais e intérprete de libras
Influenciadores literários entrevistam Conceição Evaristo em arena lotada [Imagem: Fernanda Franco/Acervo Pessoal]

Em um bate-papo dinâmico, a autora falou sobre a temática negra estereotipada na literatura, educação e até da percepção sobre a própria carreira com o sucesso conquistado. “Não tinha certeza que a vida me permitiria esses caminhos, sempre sonhei em ser professora. Quem dá o status de escritor é o público e eu não sabia que meu texto tinha toda essa potência”, revela ela.

Conceição Evaristo gesticula enquanto discursa e aparece em destaque no telão do evento
Conceição Evaristo diz que, atualmente, se preocupa menos com a recepção que seu texto vai ter pela crítica literária em relação ao início de sua trajetória [Imagem: Fernanda Franco/Acervo Pessoal]

Questionada sobre um conselho a jovens escritores, Conceição refletiu sobre a própria experiência e respondeu: paciência — mesmo reconhecendo a dificuldade dessa virtude nos tempos atuais. Para ela, o texto literário se filia a uma certa tradição e ressalta a importância de ler o que já foi produzido, indicando autoras como Toni Morrison e Carolina de Jesus. “O que nos fortalece é ler muito. A leitura nos convoca à escrita.” 

Pedro Bandeira, um escritor eternamente jovem

Em seguida, Pedro Bandeira e Thalita Rebouças também lotaram o espaço da Arena Cultural e o entorno, com filas que começaram horas antes. O encontro foi mediado pela escritora Babi Dewet.

Pedro Bandeira, Babi Dewet e Thalita Rebouças sentados um ao lado do outro em bate papo na bienal
Na palestra “Eternamente Jovem”, Pedro Bandeira e Thalita Rebouças discutem o impacto de suas histórias no público infanto-juvenil [Imagem: Fernanda Franco/Acervo Pessoal]

Com uma relação semelhante a pai e filha, Pedro Bandeira, ícone da literatura infantil, e Thalita Rebouças, referência na literatura infanto-juvenil, esbanjaram simpatia e carinho um pelo outro e pelos livros. Em uma conversa cativante, eles compartilharam experiências pessoais e ressaltaram a importância desse nicho editorial na literatura, especialmente para a autoestima dos jovens ao falar sobre situações da realidade deles. “A gente forma leitores a partir da identificação”, disse Thalita. 

Na foto, Thalita abraça Pedro Bandeira no palco da Arena Cultural
Thalita Rebouças agradece Pedro Bandeira por todo o apoio em sua trajetória como escritora e por ser sua inspiração como leitora quando criança [Imagem: Thaís Santana/Acervo Pessoal]

Eles pontuaram também que nesse universo da escrita não faz sentido ter competitividade e nem seguir sozinho. “O sucesso do outro abre caminho para a gente. Até porque o leitor não vai — e nem pode — ler apenas um autor e um livro na vida”, declara Bandeira. Para ele, “leitura é a prática da liberdade” e por isso considera que nenhum livro é bom ou ruim, pois depende da vontade de cada leitor continuar uma leitura ou não.

Pedro Bandeira gesticula enquanto discursa e aparece em destaque no telão do evento
Pedro Bandeira destaca que o escritor trabalha sobre emoções e por isso acredita que as histórias são eternas: “Nossas emoções, nossos amores não envelhecem”  [Imagem: Fernanda Franco/ Acervo Pessoal]

Quando questionado sobre o sucesso do seu trabalho até os dias de hoje, tanto entre crianças quanto entre adultos, Bandeira afirma que a resposta do público ao longo dos anos o profissionalizou: “Leitores formam escritores”. E aconselha que escrever é reescrever. “O seu maior crítico é você mesmo”, pontua. 

Estandes e editoras que valem a pena conferir

No Espaço Infâncias, a Jornalismo Júnior acompanhou o escritor e ilustrador Guilherme Karsten em uma atividade interativa com crianças, pais e educadores. O autor fez a leitura do seu livro Você é um Monstro? (HarperKids, 2022) e, logo depois, ilustrou uma criatura com características sugeridas pelos participantes.

Thalita Rebouças, Paula Pimenta e Bruna Lombardi  em conversa aberta no estande Kindle
O estande do Kindle recebeu as escritoras Thalita Rebouças, Paula Pimenta e Bruna Lombardi para uma conversa aberta sobre o envelhecimento das histórias, sob a mediação da romancista Paola Siviero [Imagem: Thaís Santana/Acervo Pessoal]
Marina Esteves lê texto de bell hooks
Na Praça da Palavra, local organizado pelo BiblioSesc, a palestrante Marina Esteves leu os  textos da escritora feminista bell hooks, utilizando uma interpretação poética [Imagem: Thaís Santana/Acervo Pessoal]

A Jornalismo Júnior cobriu os principais estandes do dia, cada um com sua decoração temática e coleções literárias imperdíveis. O Grupo Editorial Pensamento preparou um estande com uma lousa interativa, na qual os visitantes podem escrever coisas que lhes trazem felicidade. A atividade é uma referência ao lançamento ..Enquanto a Felicidade Não Vem…, do youtuber André Mantovanni

O estande da Panini trouxe uma das maiores estruturas do evento, com uma sessão separada somente para os gibis da Turma da Mônica. Prateleiras amarelas com decorações coloridas tornaram o espaço bem chamativo, enquanto o catálogo inclui exemplares da Marvel, Disney, DC e PlanetManga. 

Livros da coleção Gente Pequena nas prateleiras
Um dos destaques do estande da Editora Catapulta/Librum é a coleção Gente Pequena, Grandes Sonhos, composta por biografias de personalidades históricas para pequenos leitores [Imagem: Thaís Santana/Acervo Pessoal]

Um estande que vale a visita é o da Editora Planeta, dada sua estrutura criativa e comprida, com paredes pintadas pelas capas dos principais livros. A diversidade de gêneros nos títulos é um diferencial dessa passagem e a coleção Mulheres extraordinárias é digna de nota.

Livros empilhados no estande
Outra opção para as crianças é o estande da Ciranda Cultural que traz tanto livros de histórias quanto jogos e brinquedos com preços acessíveis
[Imagem: Thaís Santana/Acervo Pessoal]

O Itaú Cultural preparou a ocupação Machado de Assis para os amantes da literatura brasileira. O espaço traz um visual antigo e expõe fotos e manuscritos do autor, inclusive um exemplar com as reportagens já feitas por ele. Também conta com uma experiência sonora ao apresentar trechos de suas obras lidos por meio de uma transmissão em televisão. 

O último, mas não menos importante, estande visitado pelo Sala33 foi o da Editora HarperCollins. Também uma das maiores exposições do dia, dividida pela seção de fantasia, suspense, romance e literatura infantil, todas com uma decoração temática. 

Prateleiras da HarperCollins
A HarperCollins traz títulos de CS Lewis, Agatha Christie e da convidada do dia Thalita Rebouças [Imagem: Thaís Santana/Acervo Pessoal]

Música ao vivo e cordel cantado

Nem só de livros e palestras vive a Bienal. Em alguns estandes, há uma programação diferenciada que promove ainda mais a interação do público. É o caso da Editora IMEPH no Espaço Cordel e Repente, que no período da noite contou com a ilustre presença do musicista, cantor e ator Chambinho Do Acordeon para embalar o segundo dia em um ambiente repleto de música, forró e muita alegria.

Chambinho no palco com uma sanfona
Chambinho Do Acordeon toca sucessos do forró nordestino e movimenta o público [Imagem: Fernanda Franco/Acervo Pessoal]

Não muito longe, no estande da Secretaria Municipal de Cultura, cordelistas encantam o público que passa pelo local ao montar rimas baseadas nas características e nomes dos que paravam para ouvir. Não muito longe, no estande da Secretaria Municipal de Cultura, cordelistas encantam o público que passa pelo local ao montar rimas baseadas nas características e nomes dos que paravam para ouvir.

Trio toca e canta enquanto o publico assiste
Cordel cantado chama a atenção do público que passa pelas editoras [Imagem: Fernanda Franco/Acervo Pessoal]

*Imagem de capa: Fernanda Franco/Acervo Pessoal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima