Este filme faz parte da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique aqui.

Mandela e os Outros [Imagem: Reprodução]
O documentário traz o julgamento dos homens que formaram o grupo armado de oposição ao governo, o Umkhonto we Sizwe, que tinha Nelson Mandela como um de seus líderes. O grupo realizava ataques para resistir ao regime vigente, como explodir locais públicos. Até o dia em que, entregues por um “companheiro” de luta, foram presos, e mais tarde, levados a julgamento.
A ferramenta que unifica os personagens nesse longa é justamente o banco dos réus, pois ainda que lutassem por um mesmo ideal, eram de etnias e regiões diferentes do país africano. E isso é feito de maneira muito interessante: com animações. Além das entrevistas com os próprios homens do extinto Umkhonto we Sizwe, ― hoje idosos com 90 anos de idade ― fotos e vídeos da época, desenhos são usados para ilustrar o julgamento, que não possui imagens, foi gravado por áudio.

O julgamento ilustrado [Imagem: Reprodução]
É emocionante ver os heróis da África se emocionando com os áudios do julgamento que um dia os condenaram à prisão perpétua ― eles acreditavam que seria à morte. Ver os familiares dos envolvidos, como a esposa de Nelson Mandela, Winnie Mandela, que veio a falecer logo após as filmagens do longa; o filho do juiz presente no caso, que se emociona ao mesmo tempo em que se indigna por ver que seu pai não lutou contra o apartheid, mas ao contrário, abraçou a causa do governo mesmo sendo judeu e tendo conhecimento dos horrores causados pelo nazismo.
Emocionante também são as cenas finais, nas quais os homens se encontram, se comovem, revivem a história que juntos fizeram. O Estado Contra Mandela e os Outros, dirigido por Nicolas Champeaux e Gilles Porte é inquietante, surpreendente.
Confira o trailer oficial:
por Crisley Santana
crisley.ss@usp.br