O terror hollywoodiano contemporâneo parece que não cansa de reproduzir as mesmas histórias sem nenhuma novidade. Em A Maldição da Freira (The Devil’s Doorway, 2018) isso não poderia ser diferente. Na trama, os padres Thomas Riley (Lalor Roddy) e John Thornton (Ciaran Flynn) vão investigar uma espécie de milagre em um lar irlandês comandado por freiras. Lá, eles acabam descobrindo diversos segredos que envolvem a provável possessão demoníaca de uma jovem.
Mesmo utilizando o recurso de found footage, que simula uma gravação amadora, a estética do longa consegue ser muito bonita e atrativa. As imagens tem um aspecto velho, como se fossem filmadas com uma câmera muito antiga. Essa característica traz um charme para o longa, além de criar certa atmosfera de filmes de terror. É como se quem assistisse encontrasse, literalmente, as gravações do suposto ocorrido.
Além disso, os personagens sobrevivem a base de atitudes estúpidas que todos os protagonistas de filmes de terror tomam. Em determinado momento o padre John passa a presenciar eventos sobrenaturais que envolvem crianças. Ele conta esse ocorrido para Thomas, que não acredita e se diz cético. Isso seria relativamente normal se John não tivesse registros em vídeo do ocorrido que, por algum motivo desconhecido, não decide mostrar para provar que estava falando a verdade.
Muitos assuntos interessantes são mencionados durantes a história, mas ficam completamente de lado. A madre superiora comenta com o padre Thomas o problema do Vaticano usar o convento para esconder toda sua sujeira: mandar pessoas com problemas para ela “endireitar”, esconder meninas que foram abusadas e engravidaram de padres e este tipo de coisa.
A Maldição da Freira tem um potencial que é completamente desperdiçado: poderia dar uma roupagem nova, mais crítica, para assuntos problemáticos do Vaticano, aliada a elementos de terror. Infelizmente, no final das contas o filme acaba se tornando confuso e o famoso mais do mesmo no cinema de horror.
O longa estreia nos cinemas brasileiros dia 28 de fevereiro. Confira o trailer aqui:
por Marcelo Canquerino
marcelocanquerino@gmail.com
O filme é razoável, não é tão assustador. De nota eu daria um 6,5…