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As diferentes faces de Wagner Moura, nosso eterno Capitão Nascimento

Wagner Moura já interpretou inúmeros papéis, que marcaram gerações. Hoje, trabalhando também como diretor, nosso eterno Capitão Nascimento se mostra multifacetado e essencial para a luta política no cinema

Wagner Maniçoba de Moura nasceu no dia 27 de junho de 1976, em Salvador, na Bahia. Foi, 24 anos depois, através de sua atuação na peça A Máquina (2000), que sua carreira começou a alavancar, o que levaria à descoberta de um dos maiores atores brasileiros da contemporaneidade.

Wagner Moura no set de Marighella (2019). [Imagem: Reprodução/Instagram/@marighellla_ofilme]


Uma infância marcada por constantes mudanças e o amor pelas artes

Filho de pai sargento da Aeronáutica, Wagner Moura passou grande parte de sua infância e adolescência constantemente se mudando e chegou a morar no Rio de Janeiro. Ainda na escola, Moura não se encaixava com as outras crianças e tinha até mesmo um apelido: “óvni”. Assim, rejeitado por outros alunos, ele começou a fazer aulas de teatro junto com uma amiga e imediatamente se apaixonou pelas artes cênicas.

Contudo, Wagner Moura se formou em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e chegou a trabalhar no Correio da Bahia por certo período de tempo. O futuro ator também chegou a ter uma assessoria de imprensa, mas que logo faliu. Durante o período da faculdade, Moura continuou fazendo teatro e rapidamente se viu no teatro profissional baiano e fazendo comerciais.

Wagner Moura trabalhando como repórter. [Imagem: Reprodução/Bahia Notícias]


O início da fama

No ano 2000, Wagner Moura participou da peça de teatro A Máquina, que contava com participações de Lázaro Ramos e Vladimir Brichta. A produção rodou por diversas cidades e fez grande sucesso em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Essa peça apresentou ao público o enorme talento de Moura, se tornando o grande divisor de águas em sua carreira. A partir desse momento, o baiano começou a receber convites para trabalhar na televisão e no cinema.

Já em 2003, Wagner Moura participou dos filmes O Homem do Ano, de José Henrique Fonseca, Carandiru, de Hector Babenco, e Deus é Brasileiro, de Cacá Diegues. A atuação de Moura neste último longa possibilitou sua entrada na Globo, através do seriado Carga Pesada (2003). Logo em seguida atuou em Sexo Frágil (2003) e protagonizou sua primeira novela: A Lua me Disse (2005), de Miguel Falabella.

Contudo, foi em Paraíso Tropical (2007), novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, no personagem de Olavo, que Wagner Moura se tornou imensamente reconhecido, ganhando diversos prêmios pelo papel.

Wagner Moura, Lázaro Ramos, Vladimir Brichta, Lúcio Mauro Filho e Bruno Garcia no set de Sexo Frágil. [Imagem: Reprodução/TV Globo]


“Pede pra sair, pede pra sair!”

No mesmo ano de seu maior sucesso na televisão, Wagner Moura protagonizou o filme Tropa de Elite (2007),  de José Padilha, como Capitão Nascimento, o personagem mais marcante e famoso de toda sua carreira. O longa, além de mostrar o funcionamento e a corrupção da Polícia Militar do Rio de Janeiro, apresenta a história de Nascimento, capitão do BOPE, que procura um substituto, enquanto espera seu primeiro filho.

Três anos depois chegou às telonas Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010), também de José Padilha, que fez até mais sucesso do que o primeiro filme, tendo o maior público da história do cinema nacional: 11 milhões de espectadores. Neste longa, Nascimento foi afastado do BOPE após uma operação que deu errado e agora trabalha como subsecretário de Inteligência na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Assim, o foco do filme passa a ser a corrupção dentro da política do estado e sua relação com as milícias.

O papel de Capitão Nascimento, com toda sua força, permitiu o reconhecimento internacional de Wagner Moura. Em 2013, o ator participou do longa Elysium, de Neill Blomkamp. Já em 2015, o baiano protagonizou a série Narcos, como Pablo Escobar.

Wagner Moura como Capitão Nascimento em Tropa de Elite. [Imagem: Divulgação/Universal Studios]


O trabalho como diretor e a luta política

Wagner Moura, que já atuou em dezenas de filmes, séries, novelas e peças de teatro, estreou recentemente como diretor, com o filme Marighella. O longa narra a história do guerrilheiro Carlos Marighella e sua luta contra a censura da ditadura militar e conta com atuações de Seu Jorge, Humberto Carrão, Bruno Gagliasso e Adriana Esteves.

Wagner Moura e Seu Jorge nas gravações de Marighella. [Imagem: Divulgação/Universal Studios]

O longa foi fortemente reconhecido nacional e internacionalmente, rendendo inúmeras indicações a prêmios cinematográficos. Marighella foi selecionado para o Festival de Berlim de 2019, rendeu o prêmio de “Melhor Ator” do Bari International Film Festival para Seu Jorge e é o filme com o maior número de indicações ao 21º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro: 17 ao total.

Marighella, ao tratar da história e da luta de um militante contra a ditadura militar, ocorrida no Brasil entre 1964 e 1985, já é por si só um símbolo de resistência política. Como prova disso, o longa teve quase dois anos de atraso na sua estreia, já que a Agência Nacional do Cinema (Ancine) realizou diversas tentativas de arquivamento da obra.

Exibição de Marighella na ocupação Carolina Maria de Jesus. [Imagem: Reprodução/Instagram/@marighella_ofilme]

Além disso, o trabalho e o cuidado de Wagner Moura na produção cinematográfica de Marighella, mostram também a sua própria luta. Mesmo não possuindo nenhuma rede social, o ator e diretor sempre se posiciona politicamente, seja em programas de televisão ou em entrevistas. Declaradamente contra o governo Bolsonaro e participante em diversos movimentos sociais, Wagner Moura se mostra presente e necessário na política brasileira, além de ser um símbolo para a resistência contra a censura e o autoritarismo.

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