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Australian Open: Brasil é ouro de forma inédita, Djoković chega a marca histórica e Sabalenka conquista seu primeiro Grand Slam

Campeões das duplas mistas, Luisa Stefani e Rafael Matos se tornaram a primeira dupla 100% brasileira a conquistar um Grand Slam. Nas duplas, o feminino teve vitória tcheca, enquanto o masculino foi dominado pelos donos da casa

Brasil: o caminho até o título das duplas mistas

Em 2021, Luisa Stefani conquistou uma medalha inédita nas Olimpíadas de Tóquio ao lado de Laura Pigossi nas duplas femininas. Na ocasião, ambas foram chamadas a competir às vésperas da competição e salvaram quatro match points da dupla russa Vesnina e Kudermetova para trazer o bronze para o Brasil. Pouco mais de um mês depois da partida histórica, porém, Luisa rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho durante a semifinal do US Open e teve que ficar cerca de um ano parada. Desde que voltou às quadras, em meados de 2022, a paulistana já venceu cinco títulos em cinco categorias diferentes e com cinco parceiros diferentes. O mais recente havia sido o WTA de Adelaide 2, quando venceu nas duplas femininas ao lado da estadunidense Taylor Townsend.

O último dos cinco parceiros campeões ao lado de Luisa Stefani (25), é Rafael Matos, gaúcho de 27 anos que já havia disputado a United Cup, novo torneio de seleções, ao lado da medalhista olímpica. No caminho até a final do Australian Open (ou Aberto da Austrália), em Melbourne, no dia 26, os brasileiros superaram a dupla chinesa Zhang Zhizhen e Han Xinyun (6 a 2 e 6 a 0), na primeira rodada. Na segunda, venceram a dupla formada por Bethanie Mattek-Sands (EUA) e Mate Pavić (CRO), por parciais de 6 a 4 e 6 a 4. Nas quartas de final, 6 a 3 e 6 a 4 contra os australianos Lizette Cabrera e John-Patrick Smith, enquanto nas semifinais nova vitória diante dos donos da casa: 4 a 6, 6 a 4 e 11 a 9 contra Olivia Gadecki e Marc Polmans, com direito a match point salvo pelos brasileiros no set tie-break (desempate).

A final: 

A classificação de Luisa Stefani e Rafael Matos para a final do primeiro Grand Slam do ano já era histórica por si só. Desde 1982, quando Cássio Mota e Cláudia Monteiro chegaram à final do Roland Garros e foram prata, uma dupla 100% brasileira não avançava a uma final desta proporção. Até a final do dia 26 de janeiro, Maria Esther Bueno (Roland Garros, 1960), Bruno Soares (Australian Open, 2016 e US Open 2012 e 2014) e Thomaz Koch (Roland Garros, 1975) eram os brasileiros campeões de duplas mistas em Grand Slam — mas sempre com uma dupla estrangeira.

Na grande final, o duelo contra os experientes indianos Rohan Bopanna (42) e Sania Mirza (36), que jogava sua última partida de Grand Slam, começou difícil. No primeiro set, a dupla brasileira começou bem, quebrando o saque adversário e abrindo 2 a 0. Mas os indianos devolveram a quebra e fizeram 3 a 2. A melhora seguiu e, em dado momento, eles venciam por 5 a 3. A um game da derrota, Luisa e Rafael se recuperaram e conseguiram empatar a partida. Com cada dupla confirmando seu serviço nos sets seguintes, os brasileiros venceram o tie-break por 7 a 2 e fecharam o primeiro set com vitória. 

O segundo set acabou por ser bem mais tranquilo para a dupla brasileira, com subsequentes quebras de saque dos rivais e vitória por 6 a 2. Ao final dos dois sets, o Brasil era, pela primeira vez, campeão de um Grand Slam com uma dupla mista 100% nacional!

Próximos passos de Luisa Stefani e Rafael Matos

O título de duplas mistas não implica melhora no ranking, mas traz uma boa premiação financeira aos vencedores. Luisa e Rafael, que pretendem manter a parceria invicta até o momento, embolsaram, cada um, por volta de 550 mil reais. 

Cerca de duas semanas após a conquista, Luisa Stefani vai em busca de mais troféus e acaba de se classificar para a semifinal do WTA 500 de Abu Dhabi, torneio no qual joga ao lado da chinesa Shuai Zhang. Luisa tem, agora, 17 vitórias seguidas em torneios em dupla, e ocupa o 36º lugar no ranking de duplas feminino. O Brasil também está representado no simples feminino com Bia Haddad Maia, número 14 do mundo no ranking da WTA (Associação de Tênis Feminino). A brasileira, que não teve um bom desempenho no Australian Open e foi eliminada na primeira rodada, é o grande nome do tênis brasileiro individual.

Rafael Matos, por sua vez, disputa, no momento, o ATP 250 de Córdoba, para o qual é favorito ao lado do espanhol David Vega Hernández. Nas oitavas de final, eles derrotaram o também brasileiro Marcelo Demoliner e seu parceiro, o italiano Andrea Vavassori. Matos é, no momento, o número 26 do mundo no ranking ATP (Associação dos Profissionais de Tênis Masculino) das duplas.

22 vezes Djoko: o Rei do Australian Open!

Se por um lado a vitória brasileira no Aberto da Austrália é histórica pelo ineditismo, mais um título de Novak Djoković em um Grand Slam passaria despercebido se não significasse mais uma marca gigantesca na carreira do sérvio. Após vencer o ATP de Adelaide, no início do ano, Djoko chegou ao seu décimo título no Australian Open após 15 anos da primeira conquista, e de maneira avassaladora: em sete partidas disputadas, ele perdeu apenas um set, ainda em uma das rodadas iniciais, diante do francês Enzo Couacaud. No trajeto até o troféu, o sérvio eliminou Andrey Rublev (número cinco do mundo) e derrotou Stefanos Tsitsipas (número três do mundo) na grande final, com direito a dois sets vencidos em tie-break — isso tudo com uma ruptura de três centímetros no tendão da coxa, segundo alega o tenista e confirma o diretor do torneio, Craig Tiley. Há, ainda, quem negue a gravidade da lesão. Em busca de seu primeiro Grand Slam, Tsitsipas (24) afirmou, após a derrota, que não acredita que Djoko, prestes a completar 36 anos, tenha atingido seu limite

Se o Brasil tem, somando todos os tipos de Grand Slam, 22 títulos, Novak Djoković acumula 22 conquistas por conta própria nos quatro torneios de maior relevância do tênis mundial (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open). O último, Djoko define como “a maior vitória de sua vida”.

A vitória de Djoko, no dia 29 de janeiro, trouxe o tenista de volta ao topo do mundo no ranking mundial da ATP e fez com que o sérvio igualasse o espanhol Rafael Nadal em número de Grand Slams conquistados (22) — Roger Federer vem logo atrás, com 20. [Foto: Reprodução/Twitter @VarskySports]

Sabalenka: o primeiro a gente nunca esquece!

Aos 24 anos, a tenista belarussa Aryna Sabalenka já tinha uma carreira de respeito. Antes do Australian Open, eram 11 títulos de simples e seis de duplas — incluindo dois Grand Slams ao lado da belga Elise Mertens, o US Open de 2019 e o Australian Open de 2021. Em termos de simples, porém, ela nunca tinha passado da semifinal. Isso mudou em 2023. Após 10 vitórias consecutivas na temporada e o título do WTA de Adelaide, Sabalenka chegou à final, em Melbourne, sem ter perdido um set sequer ao longo de toda a competição. No caminho, enfrentou, inclusive, Elise Mertens, vencendo por tranquilidade por 2 sets a 0. 

A final, diante da cazaque Elena Rybakina, campeã de Wimbledon em 2022, entregou tudo o que se esperava em termos de dificuldade para a belarussa. Nos três duelos anteriores entre ambas, a oponente de 23 anos havia vencido. E assim começou a final, com vitória de Rybakina por 6 a 4 contra uma Sabalenka instável no saque. No segundo set, a reação da belarussa: Sabalenka quebrou o saque da adversária e, após muita disputa, venceu por 6 a 3. O set decisivo seguiu um ritmo semelhante, e terminou com vitória da belarussa por 6 a 4. Final: 2 a 1 e o primeiro Grand Slam individual da carreira de Sabalenka, que salta, agora, do quinto para o segundo lugar no ranking da WTA.

Vencedora e promissora. Sabalenka é uma das candidatas a dominar o tênis mundial após a aposentadoria de Serena Williams, em 2022. [Foto: Reprodução/Twitter @itsrohitchouhan]

Duplas simples: de um lado a experiência, do outro a novidade

Nas duplas femininas, não se pode dizer que o resultado foi uma grande surpresa: antes mesmo do Aberto da Austrália de 2023, Kateřina Siniaková (26) e Barbora Krejčíková (27), da Tchéquia, já somavam seis títulos juntas, sendo duas edições de Roland Garros (2018 e 2021), uma de Wimbledon (2018), uma de Tour Finals (2021), uma de Olimpíadas (Ouro em Tóquio 2020) e a última edição do Australian Open, em 2022. Separadas, elas ainda acumulavam mais seis troféus em Grand Slams — todos na conta de Krejčíková: Wimbledon (duplas, 2022), US Open (duplas, 2022), Australian Open (duplas mistas, 2019, 2020 e 2021) e Roland Garros (simples, 2021).

Diante de todo esse retrospecto, as tchecas chegaram à final tendo perdido apenas um set ao longo de todo o torneio, na estreia diante de Catherine Harrison (EUA) e Ulrikke Eikeri (NOR). Adversárias de Siniaková e de Krejčíková na final, as japonesas Ena Shibahara (24) e Shuko Aoyama (35) tiveram mais dificuldades no percurso, apesar de também só terem perdido um set até a final. Em Melbourne, porém, o currículo pesou. A dupla japonesa tinha apenas um título de Grand Slam, conquistado em 2022 com Shibahara, nas duplas mistas. Fez a diferença a força da maior dupla do tênis feminino atual, e as tchecas se sagraram bi-campeãs do Australian Open por 2 sets a 0, com parciais de 6 a 4 e 6 a 3.

Sete Grand Slams em dupla. A parceria entre Krejčíková e Siniaková é de dar inveja a qualquer tenista. [Foto: Reprodução/Twitter @K_Siniakova]

No masculino, a força dos donos da casa fez a diferença pela segunda vez consecutiva. Jason Kubler (29) e Rinky Hijikata (21) conquistaram um Grand Slam pela primeira vez em suas carreiras — e como convidados! Assim como os vencedores de 2022, Nick Kyrgios e Thanasi Kokkinakis, os campeões deste ano só disputaram o torneio em casa graças ao chamado wildcard, que lhes deu a possibilidade de alcançar a primeira final e o primeiro título como profissionais.

Se a trajetória dos australianos já era diferente daquela feita pelas tchecas antes do Australian Open, durante a competição a luta também foi dura: Kubler e Hijikata tiveram que passar pelos cabeças de chave Neal Skupski (GBR) e Wesley Koolhof (HOL) e por duplas experientes, como a composta pelo espanhol Marcel Granollers (36) e pelo argentino Horacio Zeballos (37), para chegar à finalíssima. No confronto final, os australianos enfrentaram a boa dupla do monegasco Hugo Nys com o polonês Jan Zieliński, que tinham eliminado Rafael Matos e David Vega Hernández nas fases anteriores.

A final foi vencida por Jason Kubler e Rinky Hijikata por 2 sets a 0, parciais de 6 a 4 e 7 a 6 (7 a 4). Antes deles e da dupla de 2022, somente em 1997 a Austrália tinha tido vencedores caseiros nas duplas masculinas. À ocasião, Todd Woodbridge e Mark Woodforde foram campeões em solo natal.

*Imagem de capa: Reprodução/Twitter @DjokerNole, @cassiolimpico e @SabalenkaA

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