O Cirque du Soleil retorna, após 2 anos e meio de pausa em virtude da pandemia, ao Brasil com o espetáculo Bazzar, a 8ª temporada no país em 16 anos. A estreia acontecerá do dia 08 de setembro e o espetáculo estará em cartaz até 27 de novembro, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Em seguida, o circo terá apresentações no Rio de Janeiro, de 08 a 31 de dezembro, no estacionamento do Riocentro.
Bazzar teve sua estreia na Índia, em 2018, e é a 43ª produção do Cirque desde sua inauguração, em 1984. Com a participação de 33 artistas e músicos sob a direção de Susan Gaudreau, de Marie-Hélène e de Johnny Kim o espetáculo passou por 11 cidades entre a Índia, o Omã, os Emirados Árabes Unidos, o Catar, o Líbano, a Turquia, o Egito e a República Dominicana.
A história de Bazzar
Em Bazzar, a trupe de 27 artistas elétricos que se revezam em acrobacias e cenas impressionantes é comandada pelo Maestro. Esse personagem central é quem — tenta ter — controle do espetáculo com o uso de seu Chapéu como ferramenta principal para tal. Com o decorrer dos atos, Maestro procura passar seus ensinamentos a Minimaestro, um aspirante a protagonista que, de maneira cômica e sensível, busca absorver as lições do ancião.
Entretanto, em determinado momento, uma trapaceira, despertada pela curiosidade em relação ao Chapéu, atrapalha a ordem definida por Maestro para ter o objeto em seu domínio e instaura um caos criativo na trupe ao, ingenuamente, o quebrar.
Porém, com a ajuda da Grande Âme, a cantora do show, a Mulher Flutuante — que é, também, a trapaceira em questão e o alvo amoroso de Minimaestro — aparece nos palcos para abraçar o caos e acalmar os colegas com sua áurea otimista. Assim, a trupe pode finalizar o espetáculo com a celebração de uma nova forma de enxergar suas performances.
Precisão mecânica e alegria
Para o retorno aos palcos, o Cirque se empenhou em trazer movimentos inovadores, entre eles, o Hairceau, uma mistura de aro aéreo com suspensão de cabelo. O país em que Bazzar estreou também influenciou os movimentos com o acréscimo de Mallakhamb, uma ginástica tradicional indiana em que os artistas, no trapézio duplo, precisam exercitar a proeza técnica e fazer uso de uma força excepcional, além de treinar a confiança no parceiro.
Elementos do início do circo — que foi originalmente formado por um grupo de artistas de rua — são trazidos ao espetáculo em homenagem ao período. Com o intuito de promover essa ambientação das ruas, James Lavoie, responsável pelo figurino, reuniu, por exemplo,
conceitos contemporâneos do século 20, com o estilo street para, junto com o cenógrafo, Simon Guilbault, criar uma conexão entre a vestimenta dos artistas e o espaço, que se mesclam e se movimentam. O compositor e diretor musical, Simon Carpentier, também procurou inspiração em artistas desse meio e suas percurssões, unindo o Folk, o violão e a música eletrônica, que são tocados ao vivo durante o espetáculo.
A expectativa para Bazzar é grande por ser o 8º show do grupo após dez meses de retorno pós-pandemia, e o primeiro no Brasil. Johnny Kim, diretor artístico do espetáculo, comenta que, para a maioria dos artistas, essas apresentações em setembro serão as primeiras depois de 30 meses de pausa.
Um mundo mágico
A Jornalismo Júnior teve acesso a três cenas completas que compõem Bazzar. Nelas, a sensibilidade e precisão nos movimentos performados no palco levaram a plateia a bater palmas entusiasmada.
A confiança entre os performadores é encantadora e demanda tal nível de coragem e treinamento que, em determinados momentos, aqueles que assistem podem se perguntar se aquelas pessoas se apresentando são, de fato, reais, ou parte da história mágica de Bazzar.
As roupas alegres, o jogo de luzes e a escolha de coreografias combinados dão a cada personagem do Cirque a personalidade que lhe cabe dentro da história. Ao entrar em contato com as apresentações, o intuito de cada escolha dos produtores Carpentier e Lavoie é escancarado. O “laboratório de performance” — nome dado ao palco pela escritora de Bazzar, Susan Gaudreau — se torna, nesse viés, um personagem, tamanha a destreza em conectar tempo, personagens, espaço e ritmo com o público.
O espetáculo é composto não apenas por acrobatas e outros profissionais circenses, mas também por uma equipe focada na percussão que ajuda a criar no circo uma atmosfera que beira o mágico. As diversas nacionalidades dos participantes de cada número, entre canadenses, venezuelanos, gregos e brasileiros, formam apresentações especializadas e que exploram todo o potencial físico do ser humano — após alguns minutos sentados frente ao palco, os espectadores podem ter a certeza de que o Cirque Du Soleil buscou, no mundo, os melhores.
Imagem de capa: Juliano Palma/Divulgação Cirque du Soleil.