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Homem-Aranha: a trajetória do herói no cinema

Relembre os altos e baixos dos sete filmes live action do Amigão da Vizinhança

O Homem-Aranha é um dos heróis mais famosos e amados do mundo. O personagem criado por Stan Lee e Steve Ditko teve sua primeira aparição, em agosto de 1962, em Amazing Fantasy #15. O Cabeça de Teia logo conquistou o público pela fácil identificação e não demorou muito para virar o carro chefe da editora.

A Marvel posteriormente se estabeleceu como uma das maiores empresas de quadrinhos no mundo. E não demorou muito para pensar em adaptar as histórias de seus heróis nas telonas, mas a ideia não deu muito certo. No mesmo período, a editora estava à beira da falência quando decidiu vender os direitos cinematográficos de suas criações para outras empresas. E claro que o teioso não poderia deixar de estar no meio, já que era o personagem mais valioso da editora.

Dessa forma, a Sony Pictures ficou com o direito de produzir filmes sobre o Homem-Aranha e não tardou para começar a pensar sobre uma franquia do Cabeça de Teia, que se iniciaria em 2002.

 

Tobey Maguire

Homem-Aranha (Spider-Man, 2002) foi a primeira adaptação do herói às telonas. O ator escolhido para dar vida a Peter Parker foi Tobey Maguire. Mary Jane foi interpretada por Kirsten Dunst, Harry Osborn por James Franco e Willem Dafoe encarnou o vilão Duende Verde, e o diretor da obra foi Sam Raimi.

O longa possui uma trama que soube honrar o legado do personagem e até hoje possui momentos memoráveis. A origem do herói é retratada de maneira fantástica, mostrando a evolução do Cabeça de Teia de um nerd que ao ganhar poderes fica cheio de si e acaba pagando caro por isso, já que sua decisão de se vingar de uma injustiça acarretou na morte do seu Tio Ben (Cliff Robertson). Essa situação levou o Amigão da Vizinhança a criar seu traje e lutar contra o crime em Nova York. Sam Raimi soube fazer valer o lema do personagem: “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”.

Peter descobrindo seus poderes. [Imagem: Reprodução/Sony Pictures]
Peter descobrindo seus poderes. [Imagem: Reprodução/Sony Pictures]
Mas nem só de herói vive um filme. Outros personagens também foram marcantes. Mary Jane, Harry Osborn e Tia May (Rosemary Harris) desempenham bem seu papel na trama e possuem relações interessantes com Peter. Mas quem dá um show de atuação mesmo no longa é Willem Dafoe como Norman Osborn e Duende Verde. A obra consegue mostrar toda a insanidade do personagem enquanto aterroriza Nova York e faz de tudo para acabar com o Homem-Aranha. Destaque também para J.K Simmons, que se encaixou perfeitamente como J. Jonah Jameson, chefe do jornal em que Peter vende fotos e que vive atacando o super-herói.

O primeiro filme do Teioso é uma bela adaptação e conta com diversas cenas icônicas, como Peter descobrindo seus poderes, a conversa com tio Ben, a criação do traje, o beijo com Mary Jane de cabeça para baixo na chuva e a batalha final. Tudo isso tornou o longa um sucesso absoluto, o que garantiu uma continuação.

Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2, 2004) conseguiu melhorar tudo da primeira película e ainda hoje é considerado por muitos fãs o melhor longa do personagem. O enfoque da obra é mostrar as dificuldades que Peter enfrenta por ser o Homem-Aranha. Problemas financeiros por não conseguir se manter em um emprego, faltar às aulas da faculdade, não poder ficar com Mary Jane, J. J. Jameson difamando o herói e a relação com Harry são alguns dos dramas vividos pela persona.

Nessa produção, há um aprofundamento maior nas relações entre o protagonista e os outros personagens. A relação ambígua com Harry é bem interessante, ao mostrar uma pessoa que é amiga de Peter e que odeia o Homem-Aranha. O distanciamento com Mary Jane é quando o filme mais consegue mostrar o peso de ser um super-herói, já que ela fica muito aborrecida com o afastamento de Parker e chega até a marcar um casamento com outra pessoa.

Peter Parker, com o traje do Homem Aranha e sem a máscara, olhando para suas mãos com luvas. [Imagem: Reprodução/ Sony Pictures]
O estresse de Peter afeta seus poderes. [Imagem: Reprodução/ Sony Pictures]
O antagonista dessa vez é o Doutor Octopus, um dos vilões mais clássicos do herói. Interpretado por Alfred Molina, a trama consegue mostrar que o cientista por trás dos tentáculos mecânicos é uma boa pessoa que está sendo dominada pelo seu equipamento, principalmente nos momentos de monólogos do personagem, que está conversando com as máquinas.

O filme mais uma vez consegue envolver o espectador do início ao fim e é repleto de cenas marcantes, como as lutas entre o Homem-Aranha e o Doutor Octopus, Peter abandonando o traje e voltando a viver uma vida normal, salvar uma criança sem o traje e retornar a ser herói, parar um trem sem freios, Mary Jane descobrindo a verdade sobre Peter e abandonando o casamento para ficar com ele. Esse segundo longa da franquia também fez um grande sucesso.

Após dois bons filmes, o público aguardava ansiosamente Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3, 2007), mas a produção não correspondeu às expectativas. A trama foi muito apressada em introduzir muitos arcos em pouco tempo, o que prejudicou bastante o desenvolvimento dos personagens e da narrativa. O problema fica claro nos vilões da obra. Homem Areia (Thomas Haden Church) é o que menos sofre e acaba ganhando um lado mais humano, que envolve a saúde da filha e o assinato de tio Ben de forma não intencional. Harry como Novo Duende pareceu uma forma de encerrar o arco dos amigos, porém toda a questão da amnésia tira um pouco o impacto da subtrama.

Outros personagens como Eddie Brock (Topher Grace) e Gwen Stacy (Bryce Dallas Howard) fizeram sua estreia no universo dirigido por Sam Raimi. Entretanto, as personas foram rasas e não conseguiram a simpatia do público. A garota parecia estar na trama apenas para estremecer a relação entre Peter e Mary Jane, que já estava abalada devido a um inexplicável beijo do Homem-Aranha em Gwen. Eddie Brock sofre do mesmo problema ao interpretar um rival de Peter nas fotografias e que acaba se transformando em um vilão ao se unir com o simbionte, que por si só já possui altos e baixos.

Homem-Aranha com a roupa preta após se unir ao simbionte. [Imagem: Reprodução/Sony Pictures]
Homem-Aranha com a roupa preta após se unir ao simbionte. [Imagem: Reprodução/Sony Pictures]
A ideia da simbiose de Peter rende bons momentos, como o uso da roupa preta para refletir a mudança de personalidade do herói, com direito a uma dancinha que é difícil esquecer. Mas o rompimento entre os dois no mesmo filme leva à aproximação do simbionte com Eddie Brock, o que só serviu para inchar ainda mais o longa com o surgimento do terceiro antagonista: Venom. Um dos maiores vilões do herói que aparece apenas para a batalha final, a qual termina com sua morte. Muitos fãs não gostaram do trabalho feito com o personagem.

Apesar de possuir alguns pontos altos como a redenção de Harry, Homem-Aranha 3 é um filme problemático que custou o cancelamento da trilogia. Sam Raimi sofreu uma forte pressão e interferência da Sony em seu trabalho, o que viria a se repetir durante o desenvolvimento do quarto longa. O diretor acabou não gostando do rumo da franquia e após ouvir rumores de um reboot, decidiu pular fora. Tobey e Kirsten seguiram pelo mesmo caminho e a franquia foi cancelada.

 

O espetacular Homem-Aranha

O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man, 2012) chegou aos cinemas cinco anos depois. Andrew Garfield foi o escolhido para viver o herói, enquanto Emma Stone foi a intérprete de Gwen Stacy. Marc Webb ficou responsável pela direção dos filmes da nova franquia.

A narrativa buscou se diferenciar da versão anterior em alguns pontos, ainda que contasse novamente a origem do herói com a descoberta dos poderes, a arrogância e a morte do tio Ben (Martin Sheen). Logo na cena inicial, vemos os pais de Peter e o mistério que envolve o desaparecimento e a morte dos personagens. Essa trama acompanha os dois longas dessa fase do herói, mas não consegue cativar o espectador e se apresenta um pouco arrastada.

A versão que Andrew entrega do personagem é satisfatória e mostra toda a introversão do Peter Parker, apesar de alguns problemas sem a máscara, como o skate, que incomodou alguns fãs de longa data. Mas enquanto Homem-Aranha, essa versão é muito fiel ao Amigão da Vizinhança com o estilo piadista e brincalhão do herói durante as lutas, algo que fazia falta na franquia anterior.

O desenvolvimento do personagem é bem feito, embora para isso precise apresentar a história de origem novamente. Todavia, há algumas diferenças, como o arco envolvendo o herói buscando o assassino do tio Ben e o enfrentamento com a polícia, liderada pelo Capitão Stacy (Denis Leary), pai de Gwen. A motivação do Teioso é apenas a vingança, mas após salvar a vida de um garoto, Peter decide virar um herói de fato. A genialidade do personagem também é melhor trabalhada, como na produção dos icônicos lançadores de teia e na resolução de uma equação fundamental para o cruzamento genético de espécies, que não sai como o esperado e transforma Curt Connors (Rhys Ifans) no vilão Lagarto.

O filme é um bom recomeço e possui ideias legais. O ponto máximo desse reboot é a relação do herói com Gwen. Há uma excelente química entre os atores – que namoraram na vida real – e a garota se mostra muito útil nos desafios do Cabeça de Teia. Destaque também para o capitão Stacy que, próximo da morte, faz Parker prometer ficar longe de Gwen e o rapaz não conseguindo cumprir a promessa deixou um enorme gancho para a sequência.

Gwen e Peter conversam em um corredor na escola. [Imagem: Reprodução/Sony Pictures]
O relacionamento entre Peter e Gwen é um destaque positivo nos filmes de Andrew Garfield. [Imagem: Reprodução/Sony Pictures]
Dois anos depois, foi lançado O Espetacular Homem-Aranha 2: A ameaça de Electro (The Amazing Spider-Man 2: Rise of Electro, 2014). Considerado por muitos o pior filme do teioso, o longa se perde pela inserção de muitos personagens em um roteiro que não convence.

Dessa vez, o enredo trabalha o relacionamento entre Peter e Gwen em torno da promessa. Parker tenta ficar longe de Stacy, mas não consegue e acaba pagando um preço alto por isso. A conspiração dos pais do Amigão da Vizinhança retorna e é explicado que os poderes da aranha só funcionam nele devido ao DNA de seu pai, o que incomodou por transformar o herói em uma forma de “escolhido”.

Mas é nos vilões que o filme encontra os grandes problemas. Electro (Jamie Foxx) é o principal antagonista e suas motivações são rasas e pouco desenvolvidas, e se baseiam em Max Dillon não sabendo lidar com os poderes e irritando-se com o Homem-Aranha tirando seus holofotes. Harry Osborn (Dane DeHaan) faz sua estreia na franquia. Nessa adaptação, o personagem sofre de uma grave doença hereditária e acredita que o sangue do Teioso pode salvá-lo, porém o herói recusa por temer os efeitos colaterais. O que leva Harry a encontrar outros meios para sobreviver e acaba se transformando no Duende Verde, que só aparece no final da produção.

Peter Parker vestindo o uniforme do Homem-Aranha e olhando para câmera. [Imagem: Reprodução/Sony Pictures]
O uniforme do segundo filme rendeu elogios. [Imagem: Reprodução/Sony Pictures]
Apesar do longa não ter agradado à crítica e ao público, há pontos positivos como o uniforme e a cena inicial, na qual o Cabeça de Teia tenta impedir um grande roubo em Nova York durante a formatura do colégio. Outro destaque é o trágico final, em que Gwen acaba morrendo durante a batalha do herói com o Duende Verde. Após isso, Peter fica tão arrasado com a falha que abandona o uniforme por cinco meses. O momento é bem interessante e mostra o peso do personagem perder novamente alguém que ama.

O segundo filme não atingiu as expectativas financeiras da Sony, mesmo assim, havia planos para mais dois filmes com Andrew, além de produções derivadas, como Venom e Sexteto Sinistro. Após um desgaste com o ator e a saída do diretor Marc Webb para o quarto filme, a franquia foi cancelada.

 

O retorno à Marvel

Com o sucesso absurdo do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), a Sony e a Disney costuraram um acordo para inserir o Homem-Aranha no universo compartilhado, e, em 2015, foi anunciado que o herói faria parte da franquia. Após alguns meses, Tom Holland foi escalado para dar vida a Peter Parker. A estreia do herói ocorreu em Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016)

Homem-Aranha segurando o escudo do Capitão América. [Imagem: Reprodução/Marvel Studios]
A primeira vez que o herói apareceu no UCM. [Imagem: Reprodução/Marvel Studios]
Dessa vez, optaram por não contar a origem e já o inseriram como um vigilante atuando no Queens. Tony Stark (Robert Downey Jr.) o recrutou para participar de uma batalha contra a equipe do Capitão (Chris Evans). Pela primeira vez, era possível ver o Homem-Aranha interagindo com outros heróis, algo muito aguardado pelos fãs. A relação que mais chamou a atenção do público foi a com o Homem de Ferro. No ano seguinte, o personagem ganharia seu primeiro filme solo no UCM.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-Man: Homecoming, 2017) se diferenciou das versões antigas ao explorar a fase colegial do herói e não utilizar novamente o núcleo de personagens das franquias anteriores, à exceção da Tia May (Marisa Tomei). O filme agradou como um todo e soube explorar uma nova faceta do Cabeça de Teia, agora modernizado e com direito a um traje tecnológico. O longa também faz questão de se conectar aos eventos do universo, como o anseio de Peter por se tornar um vingador e o vilão abutre manusear armas de tecnologia alienígenas oriundas da Batalha de Nova York, ocorrida em Os Vingadores (The Avengers, 2012).

Posteriormente, o herói participou de Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, 2018) e Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, 2019). O personagem ganhou uma nova roupa durante o filme de 2018 e esteve presente no núcleo que vai ao planeta de Thanos (Josh Brolin), mas acabou virando pó ao final da produção. Após Hulk (Mark Ruffalo) desfazer o estalo de dedos do vilão, o Homem-Aranha ressuscitou e participou da batalha final contra o exército do Titã Louco.

Alguns meses após a última produção dos vingadores, foi lançado Homem-Aranha: Longe de Casa (Spider-Man: Far From Home, 2019), primeiro longa do herói que não se passou em Nova York, e sim na Europa, em um passeio escolar. Na trama, Peter ainda é afetado pela morte de Tony Stark, quando os Elementais surgem. Nick Fury (Samuel L. Jackson) aparece para estragar o passeio do Teioso e o chama para ajudar. Mysterio (Jake Gyllenhaal) se apresenta com um herói que o auxiliará na tarefa, mas logo se revela como o conhecido vilão especialista em efeitos especiais. Contudo, mais uma vez, o antagonista nutre raiva do Homem de Ferro, e não de Peter. No fim, o Amigão da Vizinhança consegue ficar com seu interesse amoroso Michelle Jones (Zendaya), todavia, Mysterio dá sua última cartada antes de morrer, revelando a identidade do Homem-Aranha.

Homem Aranha espantado e com as mãos na lateral da cabeça. [Imagem: Reprodução/ Marvel Studios]
Peter ao descobrir que Mistério divulgou sua identidade. [Imagem: Reprodução/ Marvel Studios]
A versão de Holland é bem aceita e soube se diferenciar das produções  anteriores,  mas alguns fãs criticaram a extrema ligação com o Homem de Ferro. A continuação do herói acontecerá em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (Spider-Man: No Way Home, 2021).  O filme contará com a presença do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) e explorará o multiverso. A expectativa para o longa é alta, devido ao retorno de vilões de filmes antigos do herói, até agora foram confirmados o Duende Verde de Willem Dafoe, o Doutor Octopus, o Homem-Areia, o Lagarto e o Electro. Além deles, há rumores de que Tobey Maguire e Andrew Garfield participarão da película. A obra estreia em 16 de dezembro de 2021.

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