Um dos maiores jogadores da história da NBA, vestiu as camisas 6 e 23 e ama um “Taco Tuesday”. Descobriu de quem estamos falando? Se você pensou no LeBron James ou “King James” ou “Papai LeBron”, você acertou em cheio (e merece um taco!). O atual armador principal do Los Angeles Lakers tem uma história de conquistas pelo basquete — quatro títulos da NBA, 4x MVP, 4x Finals MVP, além de duas medalhas olímpicas pela Seleção Americana — que justifica a condição de jogador valioso. Quem vê a atuação de quase 20 anos do King James sabe que é resultado de um trabalho árduo e constante. Nesta matéria do Arquibancada, relembraremos um pouco da história de LeBron e o seu caminho para a conquista do título pelo Miami Heat em 2012 pela NBA.
Background de LeBron James
LeBron Raymone James nasceu em 30 de dezembro de 1984 em Akron, Ohio. Gloria James, mãe de LeBron, teve de criar o único filho sozinha aos 16 anos, visto que Anthony McClelland, ex-presidiário e pai de LeBron, não queria participar da criação do futuro astro do basquete. Além de ter de aceitar vários trabalhos para sustentar o filho, Gloria apresentou e incentivou o basquete na vida do menino para que ele não entrasse na criminalidade.
Em 1999, aos 15 anos, LeBron é recrutado para o time de basquete da sua escola do ensino médio, o St. Vincent-St. Mary High School. A união de força e velocidade fez com que sua atuação levasse a equipe a conquistar três títulos estaduais e, por isso, LeBron James foi nomeado como “Ohio Mr. Basketball”.
A primeira campanha do LeBron e as finais contra Spurs em 2007
Com 19 anos, o novo camisa 23 do Cleveland Cavaliers construiu e deixou seu legado na sua cidade natal com o seu time: foi eleito o “Rookie of the Year” na sua primeira campanha em 2004 e colocou o Cavaliers em 2º lugar na Conferência Leste em 2007.
A primeira campanha do LeBron contou com boas estatísticas para quem havia saído diretamente do high school: em 79 jogos na temporada, James teve uma média de 20.9 pontos por jogo, 5.9 assistências e 5 rebotes, com um aproveitamento de 41,7% nos arremessos. O jogador liderava a equipe não só em pontos por jogo, mas também em roubos de bola (1.6) e em minutos jogados (39.5). Na época, os Cavs tinham uma média de 92.9 pontos por jogo, sendo que 22,5% desses pontos vinham do jovem de 19 anos (a idade média do time era de 24.7).
Na temporada de 2006/07, os Cavs desafiaram seus limites e alcançaram 50 vitórias, além de conquistarem seu primeiro título da Conferência Leste. Com a quarta melhor classificação defensiva da temporada, venceram o Washington Wizards por 4 a 0 na primeira rodada, New Jersey Nets (atual Brooklyn Nets) em seis jogos nas semifinais e o Detroit Pistons, também em seis partidas na Final da Conferência — no quinto jogo contra os Pistons, o camisa 23 anotou 48 pontos pelo time. LeBron James tinha apenas 22 anos, mas o papel dele foi essencial nos jogos para que os Cavaliers se destacassem dessa forma.
As finais que levariam o LeBron a conquistar o seu primeiro título de campeão da NBA contaram com um time que já se garantia era reconhecido pelas boas atuações em jogos há tempos: San Antonio Spurs. Contra o pivô Tim Duncan e os armadores Tony Parker e Manu Ginóbili, LeBron foi varrido na série e entregou o título de campeão ao Spurs. Para se ter uma noção dessas finais acirradas, expomos os placares do primeiro ao último jogo da série: 85-76, 103-92, 75-72 e 83-82.
The Decision: levando os talentos para South Beach
Os murmúrios da sua decisão se ampliaram para discussões públicas entre emissoras de televisão, que já viam o jogador como um produto atrativo. A ideia de uma pessoa que se identificou como “Drew” (depois, descobriram que era um torcedor do Detroit Pistons chamado Drew Wagner) em uma das colunas de Bill Simmons da ESPN chegou a se concretizar: “E se LeBron anunciar que escolherá sua equipe de 2010-11 ao vivo na ABC em uma determinada data para um programa chamado ‘A Escolha de LeBron’?”. Depois de muitas negociações, Maverick Carter, parceiro de negócios do LeBron, convenceu o jogador a fazer um programa ao vivo da agência livre na ESPN. Orientado por James e Carter, o valor arrecadado com a audiência foi convertido para instituições de caridade, como o Boys & Girls Club of America (R$3,5 milhões foram doados para essa instituição).
Em 8 de julho de 2010, o The Decision foi transmitido ao vivo e, para a surpresa e decepção de muitos torcedores, LeBron James declarou que não iria renovar o contrato com o Cleveland Cavaliers. Como agente livre, iria para o Miami Heat: “Nesse outono, levarei meus talentos para South Beach e me juntarei ao Miami Heat. Essa foi a conclusão que tomei nesta manhã. Será a oportunidade de vencer, de vencer em múltiplos anos e não apenas na temporada regular ou jogos seguidos. Quero vencer campeonatos e sinto que posso competir lá.”
Após a transmissão do programa, os fãs do jogador se decepcionaram e reagiram queimando as jerseys (regatas de jogo dos torcedores) que continham o número e o nome de LeBron. Eles consideraram a sua saída como uma traição à sua cidade natal. O proprietário dos Cavs, Dan Gilbert, escreveu uma carta aberta “amaldiçoando” James e o culpando pelas derrotas do time nas temporadas. Apesar desse ódio sobre o jogador, LeBron James não se acanhou e foi para Miami Heat com a certeza de que tomou a melhor decisão para sua carreira naquele momento. Na sua apresentação para a Heat Nation, James afirmou que estava em Miami para vencer “não um, não dois, não três, não quatro, não cinco, não seis, nem sete” títulos.
Sobre a escolha de formar uma equipe talentosa nessas circunstâncias, o comentarista de NBA e Podcaster do Ponte Aérea (podcast de NBA no Globo Esporte), Pedro Maia, explica: “A decisão de LeBron em se juntar a Bosh e Wade na Flórida pode sim ser considerada a centelha não só de uma década, mas de uma era dos chamados Big Three e dos supertimes. O movimento feito por LeBron tinha o objetivo do título num contexto de frustração em Cleveland, e dado o poder crescente dos jogadores dentro da liga, essa ‘articulação’ para formação de alianças que criassem melhores condições de brigar por um título acabou sendo de certa forma uma tendência.”
No início da temporada 2010/11, Erik Spoelstra, técnico do Miami Heat, teve dificuldades em ajustar o time ofensivamente, o que gerou um início de nove vitórias e oito derrotas nos primeiros 17 jogos. Com um recorde abaixo do esperado, o Heat ajustou suas peças e venceu 21 das suas próximas 22 partidas, sendo a dupla Wade-LeBron fundamental na conquista da segunda posição na Conferência Leste ao final da temporada.
Um desses êxitos veio em dezembro de 2010, quando o Heat visitou os Cavaliers, no primeiro confronto de James contra Cleveland em Ohio. Ao ser apresentado no ginásio, o King enfrentou um ambiente totalmente hostil diante do cenário de vaias, gritos ofensivos e uma pressão da torcida tão eletrizante quanto um jogo 7 de Finais, como mencionado pelos comentaristas na transmissão da TNT americana. Posse após posse, cesta após cesta, LeBron James silenciou o público com 38 pontos, oito assistências e cinco rebotes.
Quando questionado sobre um possível arrependimento na sua decisão, o astro afirmou que “foram bons sete anos, do crescimento de um jovem para um homem de 25 anos, tenho o máximo respeito por essa franquia e por esses fãs. Eu não devo desculpas, eu fiz decisões e vivo com elas”.
A derrota inusitada contra Dallas em 2011
A temporada de 2010/11 era quase prometida para Miami Heat: LeBron James, Chris Bosh e Dwyane Wade formaram um trio promissor com o time. Só o King James, já acumulava, em média, 26.7 pontos e 7 rebotes por jogo. Após vencer o Philadelphia 76ers com facilidade nos cinco jogos da primeira rodada, Miami enfrentou o Boston Celtics nas semifinais de Conferência, um rival conhecido tanto para James como para a franquia.
Em 2009/10, os Celtics atingiram 50 vitórias na temporada regular e enfrentaram o Miami Heat na primeira fase dos playoffs. Apesar das médias de 33.2 pontos, 6.8 assistências e 56% de aproveitamento nos arremessos, Wade não conseguiu superar os celtas e teve sua campanha interrompida em cinco jogos.
Em seguida, na semifinal de Conferência, entre Celtics e Cavaliers, a história se repetiu: mesmo com números impressionantes de James, o coeso elenco de Boston saiu vitorioso e alcançou as Finais, onde sucumbiu diante do Lakers em sete jogos.
O sabor amargo da última temporada serviu de combustível para os Heatles: após abrir 2 a 0 na série, uma derrota no jogo 3 ameaçou o favoritismo da série alternar para o Celtics. Assim, em um decisivo jogo 4 em Boston, o Big Three de Miami combinou para 83 pontos e 35 rebotes na vitória, exatamente o que se esperava das estrelas quando foram assinados os contratos na agência livre de 2010. Com 2:10 restantes em um jogo 5 empatado, LeBron chamou a responsabilidade e anotou 10 pontos consecutivos para encaminhar Miami à próxima fase.
Frente ao Chicago Bulls do mais jovem MVP da história, Derrick Rose, nas finais de Conferência, o Heat fechou a série também em cinco jogos, com o último duelo, disputado em Chicago, um testamento da força ofensiva desse plantel: com menos de quatro minutos restantes no placar, os Bulls lideravam por 12, até o visitante emplacar uma sequência de 19 a 4 para fechar o jogo. Com todas as séries de finalização em cinco jogos, era esperado que Miami mantivesse seu sucesso nas finais contra o Dallas Mavericks — que também teve uma campanha promissora ao vencer um sólido TrailBlazers, varrer o então bicampeão Lakers e um ascendente OKC Thunder com pouca dificuldade.
A narrativa esperada para as finais se encaminhou para algo emocionante: iniciando com a vitória de Miami por 92 a 84, os times venceram os jogos de forma intercalada até a quinta partida, em que Dallas rompe com a sequência ao ganhar por 112 a 103. A atuação de Dirk Nowitzki, Jason Terry e Shawn Marion pelo Dallas foi desafiador para o time da Divisão Central.
Os números de James mostravam alguns desvios do seu padrão de eficiência: no quarto jogo da série, o jogador converteu apenas 8 pontos em 46 minutos, diante da sua média de 26.7 pontos na temporada. Ao lado de Chris Bosh (24 pontos em 42 minutos) e de Dwyane Wade (32 pontos em 40 minutos), LeBron James foi carregado pelo seu time nos jogos contra Dallas.
A vitória do Dallas significou muito para o time azul, que, além de conquistar o seu primeiro título de campeão da NBA, superou um time que o havia derrotado cinco anos atrás nas finais de 2005/06. Já pela outra perspectiva, era uma derrota dolorosa para LeBron James, que sumiu no último quarto do confronto decisivo e terminou o jogo com apenas 21 pontos. Além dele, outros jogadores tiveram baixa eficiência: Chris Bosh fez 19 pontos, Mario Chalmers alcançou 18 e Dwyane Wade marcou 17 pontos.
A temporada 2011/12: superação em cada etapa
Após a decepcionante exibição nas Finais, a pré-temporada de LeBron James foi marcada por um intenso treinamento com o ex-pivô do Houston Rockets, Hakeem Olajuwon. Conhecido por sua exímia coordenação no jogo de costas para a cesta e por um sofisticado trabalho de pés, Olajuwon colaborou no desenvolvimento de James em um atleta preparado para lidar com a fisicalidade e agilidade necessárias para um ala de elite no garrafão. As aulas, posteriormente disponibilizadas no YouTube, elevaram LeBron ao patamar ainda não visto por uma superestrela.
“Não há dúvidas de que um trabalho de pés com Hakeem Olajuwon, grande referência nesse fundamento, seja positivo para qualquer jogador. Muito possivelmente esse trabalho teve influência na campanha do título de 2011-2012. Naquela temporada regular e também nos playoffs, LeBron registrou seu 4º maior PER (métrica que mede a eficiência de um jogador) na carreira” comenta Pedro Maia sobre a influência do treinamento de Olajuwon na temporada de James.
No entanto, os fãs não puderam assistir a essa versão do King tão cedo. Isso porque a NBA enfrentou uma greve no início de junho devido ao desentendimento no acordo coletivo de trabalho entre a liga e a NBA Players Association — a organização sindical dos jogadores. O contrato, originado em 2005, havia expirado e sem uma posição afirmativa das duas partes, as circunstâncias impediam as franquias de dialogarem com seus atletas e comissão técnica, além da suspensão das atividades de pré-temporada.
Essa paralisação se deu por alguns motivos: a queda na receita da liga como uma empresa; o impacto na disparidade entre os mercados grandes e os pequenos, à exemplo do tamanho do Lakers e do Minnesota Timberwolves; os impedimentos nas regras das trocas entre as franquias; a presença dos contratos garantidos como entrave no piso salarial; e a revisão da punição para algumas condutas fora da quadra.
Em 8 de dezembro de 2011, o novo contrato foi ratificado e, no Natal, a NBA teve sua partida de abertura da temporada com o reencontro de Dallas e Miami. Com o encurtamento da quantidade de jogos para apenas 66, o Heat conquistou 46 partidas e finalizou com a segunda melhor campanha no Leste, novamente atrás dos Bulls.
LeBron James foi selecionado como MVP pela terceira vez em sua carreira e para o All-NBA First Team, uma representação da sua dominância após uma modificação em seu papel na equipe, de um ala ágil para um atleta versátil em todas as posições na quadra. Ao exercer funções diversas em quadra, James teve sucesso na posição de ala-pivô, com um diferencial positivo de 13.6 pontos por jogo. O impacto das multiposições apresentadas por James e a presença como o jogador primário na equipe, ao contrário da co-atuação tentada na temporada anterior, catalisou a quarta melhor defesa da liga em 2011/12.
Nos playoffs, o Heat encarou o New York Knicks de Carmelo Anthony no primeiro round e saiu vitorioso em cinco jogos de expressão defensiva sufocante, sobretudo na cobertura de ajuda no garrafão, um ponto forte na ação ofensiva do Knicks. No primeiro jogo, o Heat segurou New York a apenas 67 pontos, além de permitir somente 31% de eficiência nos arremessos de quadra no jogo 3.
Contra o Indiana Pacers, de Paul George, na semifinal, em adição à ausência de Chris Bosh, Miami encontrou dificuldades no perímetro nos jogos 2 e 3. Encurralado em um fundamental jogo 4, o Heat contou com a imposição de suas estrelas para empatar a série em estilo dramático: foram 40 pontos, 18 rebotes e nove assistências para James e 30 pontos, nove rebotes e seis assistências para Wade. O time da Flórida viria a encerrar a série em seis jogos.
A Final de Conferência foi disputada contra um adversário antigo: o Boston Celtics. Talvez no momento mais marcante da campanha de LeBron em 2012 e em sua carreira, Miami encarava mais uma circunstância definitiva. No jogo 6 em Massachussets, os Celtics lideravam a série por 3 a 2 e visavam alcançar as Finais novamente. Segundo o próprio Chosen One em 2020, o GM (General Manager) — isto é, diretor geral de negociações — Pat Riley desmantelaria o Big Three caso o Heat fosse eliminado pelos rivais na segunda temporada desse núcleo.
Frente à maior responsabilidade de sua carreira e com seu legado ameaçado, LeBron James entrou no icônico TD Garden e relembrou o mundo de sua dimensão: 45 pontos, 15 rebotes e cinco assistências em 73% de aproveitamento. Um compilado de enterradas, arremessos tabelados e fadeaways garantiu uma improvável superação na atmosfera inóspita de Boston e sedimentou o King como um jogador decisivo – embora essa questão seja debatível para uma parcela dos fãs da liga.
“It’s about damn time”
Classificado para as Finais de 2012, o Miami Heat teria como oponente o Oklahoma City Thunder. Recém campeão da Conferência Oeste, o Thunder havia eliminado o então campeão Dallas Mavericks em uma varrida, o supertime do Lakers em cinco partidas e o dinâmico San Antonio Spurs em seis jogos, após saírem atrás na série por 2-0. Com um quarteto formado por Kevin Durant, Russell Westbrook, Serge Ibaka e o sexto-homem do ano, James Harden, a equipe celeste chegava à sua primeira final.
Em um jogo 1 acirrado em Oklahoma, os 36 pontos de Durant garantiram uma vitória por 105 a 94 pontos, apesar dos 30 pontos, nove rebotes e quatro roubos de James. O próximo confronto foi para o intervalo com uma vantagem confortável de 17 pontos para o Heat. Contudo, essa diferença foi reduzida para apenas uma posse de bola nos segundos finais e quase foi extinguida quando Durant errou um fadeaway sobre LeBron com dez segundos no cronômetro, apesar de uma nítida falta do camisa 6.
Com mais um jogo na American Airlines Arena, o Heat abriu dez pontos de vantagem ao final do segundo quarto e parecia controlar a diferença, mas na primeira posse após o intervalo, Durant anotou um triplo que ajudaria a cortar a vantagem para cinco. Com 6:46 minutos no relógio para o fim do terceiro quarto, o duelo expunha 72 a 63 à favor do mandante e uma sequência de 19 a 1 fechada por um arremesso do perímetro de Mike Miller para expandir a liderança para 25 pontos. Miller, que não havia acertado uma única bola de três nas Finais, pontuou sete de suas oito tentativas no jogo 5. Em conjunto, o Big Three somou 70 pontos com um triplo-duplo (26 pontos, 11 rebotes e 13 assistências) de LeBron James para confirmar a vitória do Miami Heat por 121 a 106 e a conquista do seu primeiro título pela franquia.
The 2012 NBA #Finals MVP – LeBron James! http://t.co/SlHygrml
— NBA (@NBA) June 22, 2012
Na elétrica cidade Miami, um emocionado LeBron James recebeu em suas mãos o troféu de Finals MVP e anunciou “It’s about damn time” — em português, “Estava na hora”. Nas palavras do King, a diferença entre a sua atuação nas Finais de 2011 e 2012 foi a abordagem: “no ano passado, eu tentei provar algo a todos, joguei com ódio e não é assim o modo como jogo basquetebol. Eu jogo com muito amor, muita paixão e foi assim que atuei neste ano”.
O legado do primeiro título de James no Heat
Aliviado ao conquistar o primeiro título de sua carreira na sua nona temporada, James se sedimentou como o melhor jogador de sua era e continuou comprovando essa dominância pelos próximos anos. Em 2012/13, seu Miami Heat engatou 27 vitórias consecutivas, superou todos os adversários na Conferência Leste e adicionou mais um troféu em sua prateleira contra o Spurs em sete jogos dramáticos.
LeBron James wins his 2nd straight #NBAFinals MVP after dropping an incredible 37 pts and 12 rbs in Game 7. pic.twitter.com/kPgOtzASL4
— NBA (@NBA) June 21, 2013
Na temporada seguinte, o franchise player levaria seu limitado plantel novamente às Finais, onde o Spurs prevaleceu com um exímio plano de jogo ofensivo e a presença coletiva dos texanos nos dois lados da quadra impediu o terceiro campeonato consecutivo e resultou o retorno do camisa 6 à casa: Cleveland.
Em 2018, LeBron se juntou ao Lakers e na bolha da Disney, em virtude da pandemia causada pela Covid-19, conquistou seu 4° título e seu 4° Finals MVP. Ainda no Lakers e agora com 37 anos, James exemplifica a árdua dedicação com uma média de 30.2 pontos por jogo em sua décima nona temporada.
É válido ressaltar que o astro também encerrou diversas eras das franquias: os Bad Boys de Detroit nos anos 2000, o Washington Wizards de Gilbert Arenas, o núcleo do Big Three do Celtics, o Indiana Pacers de Paul George, o Toronto Raptors de DeRozan (que lhe rendeu o apelido de LeBronto), o Atlanta Hawks de 2014/15 e até mesmo o Rockets de Harden e Westbrook em 2020.
Por trás de todo potencial trabalhado pelo LeBron, Pedro Maia comenta que o crescimento da autonomia dos jogadores foi um movimento natural e, portanto, inevitável: “A liga cresceu, cresceu a sua visibilidade, o seu alcance global, o teto salarial das equipes, e dentro desse processo, os jogadores, protagonistas do espetáculo, certamente tomaram as rédeas em relação a várias situações”.
Ainda que seus méritos individuais e na quadra sejam monumentais, o nome de LeBron James ecoa em múltiplas amplitudes: foi ele quem iniciou uma época de empoderamento dos atletas tanto com o contrato de patrocínio assinado com a Nike antes de sua estreia na NBA como na sua decisão de “levar os talentos para South Beach”; o uso de sua voz na bolha de Orlando em um momento decisivo na luta antirracista e contra a repressão policial nos Estados Unidos alavancou o ativismo do restante da liga; sua disciplina em nunca se envolver em polêmicas mesmo vindo diretamente do high school, pisando em quadra com apenas 18 anos e com a presença ofuscante da mídia em sua vida; e a longevidade de sua dominância na liga — All-Star entre 2005 e 2022, 10 Finais disputadas e 19 anos como atleta na NBA.
Nesse último ponto, o YouTuber e streamer de NBA 2K, Jotaplays, comentou: “É muito difícil perceber que está existindo um mundo com playoffs sem o LeBron, não ver ele chegar nem nos playoffs é raro e a gente torce para que ele seja ainda muito competitivo”.
Ver essa foto no Instagram
No entanto, é possível afirmar que o maior legado de LeBron James esteja consolidado na história e este é capaz de atrair cada vez mais fãs apaixonados. Seja por sua capacidade de superação sempre que o cenário parece obscuro, como foi o caso do seu primeiro título, ou por ser o maior atleta que qualquer jovem já viu pisar em quadra e impactar com a mesma qualidade fora dela.
Muito bom
https://www.maranhaoesportes.com