Por Mayara Prado
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Na última segunda-feira, dia 06/05, ocorreu o Met Gala 2019, evento de moda mais renomado do ano, organizado pela Vogue, em Nova York. O tema escolhido para ficar exposto no Metropolitan Museum of Art e para ser abordado na vestimenta dos convidados foi Camp.
A expressão americana, desconhecida por muitos, possui como significado a liberdade em sua forma excêntrica. Camp é para aqueles que não possuem medo de se expressarem.
As Drag Queens são aquelas que melhor representam o movimento. Por meio de roupas e maquiagens extravagantes, elas incorporam a arte, desafiam os padrões e preconceitos impostos pela sociedade. Sem elas, o tema não teria embasamento nem estética suficiente para ser exposto em um museu.
Pela primeira vez, o Met Gala possui como tema algo que está imerso diretamente no universo LGBTQ+. E o evento, de certa forma, celebrou isso.No Tapete Rosa, notou-se não somente os típicos rostos hollywoodianos, mas também personalidades que representam, até então, os negligenciados por esse universo.
Outra personalidade que também marcou a noite foi Cardi B. A cantora usou um vestido de 3 metros, feito por Thom Browne, que possui como inspiração o corpo feminino e suas formas. Em vermelho, a rapper mostra que o corpo feminino é arte e deve ser celebrado.
Alguns convidados celebraram a cultura negra e sua vivacidade. A cantora Diana Ross, ícone do jazz norte-americano, foi inspiração para diversos trajes. Artistas como Lupita Nyong’o e Ciara valorizaram o cabelo afro e seu volume. O blazer de Lena Waithe com os escritos “Drag Queens Negras inventaram o Camp”, ressaltou que o movimento possui uma raíz queer e negra. Michael B Jordan usou uma vestimenta preta, e que quebra com a velha ideia de que pessoa negra não pode usar preto.
Billy Potter também foi um marco da noite. A personalidade trouxe a cultura egípcia para o tapete rosa: com um traje dourado reluzente e asas, ele fez referência a Rá, deus do sol. Além disso, sua entrada foi considerada, pela Vogue, como a melhor da história do baile.
Ser negro, em 2019, pelo menos nas apresentações e desfiles, é algo para ser exaltado.