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‘Morte Morte Morte’ é uma carta de amor e ódio à geração Z

Novo slasher da A24 é uma ode à estupidez nos moldes da juventude do século XXI

2022 está sendo um ótimo ano para a produtora de filmes norte-americana A24. Em meio a grandes lançamentos como Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Evverywhere All at Once, 2022) e X – A Marca da Morte (X, 2022), Morte Morte Morte (Bodies Bodies Bodies, 2022) chega ao Brasil para dar sequência aos longas de sucesso do estúdio de maneira mais descontraída e despojada que os demais.

Dirigida por Halina Reijn, a história começa apresentando o casal apaixonado Bee (Maria Bakalova) e Sophie (Amandla Stenberg) em uma viagem rumo à casa luxuosa de David (Pete Davidson). Lá, elas completam o grupo quando encontram Alice (Rachel Sennott), Emma (Chase Sui Wonders), Jordan (Myha’la Herrold) e Greg (Lee Pace). Os jovens procuram jeitos de se ocupar durante uma tempestade – o que inclui o uso de álcool e drogas, o desenrolar de problemas antigos mal solucionados e o jogo “morte morte morte”, que dá título ao filme. No entanto, as coisas começam a sair do controle.  

O slasher conta com os clichês mais clássicos do subgênero, com direito à ida de universitários de inteligência duvidosa a uma mansão isolada para se divertir, jogos que não demoram a se tornar perigosos e as desventuras pela solução de assassinatos misteriosos. O seu diferencial, no entanto, é trazer tudo isso para o contexto da geração Z, com um humor recheado de referências ao universo da internet e a pautas sociais discutidas constantemente nos dias atuais  – no maior estilo Among Us que a juventude de hoje poderia receber.

 A comicidade moderna é incorporada ao horror clássico dos slashers. [Imagem: Reprodução/A24]


Morte Morte Morte não faz grandes promessas, mas cumpre bem o seu papel ao divertir e inserir o telespectador em um terror que não é inventivo, mas que desperta a curiosidade. O longa despista tanto os personagens quanto o público, mesmo entregando o modus operandi da trama logo de cara, e deixa vários “será que…?” na nossa cabeça em seu decorrer. Ele capta a atenção e consegue equilibrar os momentos de planos e situações claustrofóbicas com os diálogos bem-humorados e a construção dos personagens.

As atitudes contraditórias tomadas pelos protagonistas também são um ponto forte do filme, já que é engraçado acompanhar as situações absurdas em que eles mesmos se colocam. Sobretudo em pontos-chave da história, em que a própria sobrevivência está em jogo, a atenção se volta para questões individuais dos personagens que podem parecer banais no momento em que são expostas (como o drama de relacionamentos amorosos, o uso expressivo de redes sociais ou discussões sobre classe social e posicionamentos políticos). 

Assim como na vida real, o celular é um elemento central tanto no elo, quanto nas desavenças entre os personagens. [Imagem: Reprodução/A24]

No entanto, algumas cenas podem acabar se tornando arrastadas. Uma parcela das piadas toma muito tempo de tela e, ainda que elas possam ser divertidas no início, passam a ser cansativas – ou, ainda, a conferir certa vergonha alheia – por conta de sua duração e insistência. Em geral, a conexão e o interesse pelo filme podem ser prejudicados caso o telespectador não aprecie o tipo de humor da geração Z, já que a obra não ousa em ir além e agradar também aqueles que não fazem parte deste determinado público.

Morte Morte Morte está em exibição nos cinemas brasileiros. Confira o trailer legendado:

*Imagem da capa: Reprodução/A24

1 comentário em “‘Morte Morte Morte’ é uma carta de amor e ódio à geração Z”

  1. Adorei o texto, excelente resenha apesar de discordar em partes. O filme não me conquistou muito e confesso que sai ate mesmo meio frustrado e dividido da sessão, sem saber exatamente o que tinha achado do que tinha acabado de ver. Mas no geral, mais me desagradou do que agradou. Enfim, excelente trabalho Adrielly Kilryann!!!

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