Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

O jornalismo com um braço na construção da memória social

Sempre que começo a produção da nova coluna sigo o ritual: (1) leitura atenta dos textos observando pauta, fontes, estrutura; (2) verificação da disposição do material na página (no sentido de imaginar a experiência de leitura do público); (3) anotações dos pontos positivos e dos que podem ser melhorados e (4) busca de características comuns …

O jornalismo com um braço na construção da memória social Leia mais »

Sempre que começo a produção da nova coluna sigo o ritual: (1) leitura atenta dos textos observando pauta, fontes, estrutura; (2) verificação da disposição do material na página (no sentido de imaginar a experiência de leitura do público); (3) anotações dos pontos positivos e dos que podem ser melhorados e (4) busca de características comuns na construção do material. 

Gosto de examinar se há um fio condutor comum na seleção dos textos mais acessados. Mas se cada repórter tem liberdade para redigir sua reportagem, resenha ou análise de acordo com a pauta e característica da editoria, qual a lógica de procurar esses pontos comuns?

É mais no sentido de identificar o que chamou a atenção do público naquele momento de leitura. Pode ser a pauta, a linguagem, pluralidade de voz, a estrutura textual etc. 

O jornalismo, enquanto atividade, necessita seguir uma construção, fundamentação teórica, regras de conduta e escrita. Como fenômeno social, tem documentado ou descrito — no formato impresso, sonoro ou audiovisual, podendo haver combinação de todos esses — a realidade histórica, econômica e cultural da sociedade. O jornalismo informa seu público para que este formule e exprima opiniões, ajude na tomada de decisões e faça reflexões sobre o mundo.

A jornalista, pesquisadora e professora Cremilda Medina no seu livro de 2008 intitulado Ciência e Jornalismo afirma que o jornalismo, como fenômeno social, tem sido o grande “[…] portador da experiência de longo fôlego na arte de tecer o presente. […]”

Nesse sentido, o jornalismo fala do agora, do instante, do que está em desenvolvimento neste exato momento, mas também olha para o passado (distante ou recente) e o incorpora na sua narrativa. Todos os textos selecionados para essa coluna fazem isso.

Nos textos “Atores juvenis e a toxicidade do entretenimento”, Júnior Vieira (Cinéfilos); “Morar na Bela Vista: a vida e a disputa de espaço na maior metrópole da América do Sul”, Valentina Moreira (JPress); “Brasil: onde a arte não tem lugar”, Larissa Leal (Sala 33); “O quebra-cabeça da história brasileira”, Rebeca Fonseca de Ávila (Laboratório) e “Um nome para a história: Lewis Hamilton”, Carolina Borin Garcia (Arquibancada) há claramente um olhar histórico e, indiretamente (alguns mais claramente), a preocupação com os direitos sociais e a igualdade.

Como se deu e dá essa relação de atores juvenis na indústria do entretenimento? De que maneira essa história foi construída, os direitos dessa crianças e adolescentes são vistos? Para compreender o momento atual da Bela Vista é preciso voltar ao passado e questionar se as relações sociais entre os habitantes da região são (foram) iguais? Por que a arte no Brasil não tem lugar? Como chegamos até aqui? As pessoas sabem o que é arte, vivem-na, consomem e usufruem da sua produção? Defender patrimônios arqueológicos ajuda a revelar o passado e a materializar a memória. Não há uma evolução social equilibrada sem a preservação da memória de um povo. O esporte pode ser um espaço para a luta por direitos sociais igualitários? 

Todos esses questionamentos (conscientes ou não) feitos pelos autores dos textos corroboram para um jornalismo mais crítico e atento ao contexto social ao qual está inserido. Ponto mais que positivo para a equipe da Jornalismo Júnior.

Pontos a serem observados

Questão estética. (1) Acho interessante combinar se as linhas finas e intertítulos virão ou não pontuadas em todos os textos. Na JPress tem intertítulo com ponto final, coisa que não vemos nos demais. O mesmo com a linha fina da Sala33; (2) Checar se as palavras estão com os espaçamentos adequados. 

Edição. (1) limpeza de palavras repetidas e/ou digitadas erroneamente, uso de pontuação inadequados (ausência ou repetição) e a sugestão da troca de palavras para a melhor fluidez na leitura. 

No texto da JPress está escrito em determinado momento: “Enquanto isso, suas origens e seus moradores tradicionais são apagados pela força do capital imobiliário, um processo que não é de hoje…”. Não há nenhum problema, mas pensei que fluiria mais se trocássemos para: “No entanto, suas origens e seus moradores tradicionais têm sido apagados pela força do capital imobiliário, um processo que não é de hoje…” Mais à frente está escrito “Bixiga teve um dos maiores esclarecimentos da capital”. Acredito que seja encarecimento

Na Sala 33 no trecho: “A instituição proporcionou um ensino” não seria no presente mesmo? “A instituição proporciona”. Pergunto porque a instituição ainda está na ativa. Quando menciona que “a possibilidade de dançar ballet sempre foi apresentado” compreendo que seria apresentada.  Um estranhamento se dá também quando escreve “além de atrações como a Virada Cultural, que acontece na estação Anhangabaú”. Não seria no Vale do Anhangabaú? Estação Anhangabaú pode induzir a pensar que se refere – apenas – à estação de metrô da linha vermelha e a Virada normalmente se dá no Vale em si.

Em Arquibancada há um momento que a autora começa o período com numeral: “2009 foi um dos piores na história da equipe McLaren”. Como no parágrafo anterior já fica claro que estamos falando do ano de 2009, neste trecho não há a necessidade de repetir a data. Uma sugestão seria “Nesse cenário, o piloto perdeu o seu destaque, momentaneamente, de “fenômeno” e finalizou o campeonato na quinta posição; foi um dos piores anos (ou até momentos) na história da equipe McLaren.”


*Carla de Oliveira Tôzo é jornalista e mestre em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo, doutoranda em Comunicação pelo PPGCOM-ECA-USP, professora universitária no Centro Universitário FMU|FIAMFAAM. Foi repórter freelancer em revistas cobrindo temas ligados a beleza, saúde e estética.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima