por Juliana Lima
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Nerve: Um Jogo Sem Regras (Nerve, 2016) narra as aventuras e perigos proporcionados aos jovens dos Estados Unidos pelo jogo online Nerve, que faz fama ao redor do país. O jogo funciona como uma rede de desafios. Existem os jogadores, que cumprem os desafios em troca de dinheiro, e os observadores, que assistem aos jogadores se arriscando pela internet e que lançam os desafios. A rede não possui um servidor único e as pessoas participam dela anonimamente, o que faz com que o jogo não possa ser desligado, mesmo quando coloca a vida de seus jogadores em verdadeiro perigo.
Em Nova York, Vee é uma garota tímida que não costuma correr riscos. A perda de seu irmão faz com que a mãe seja super protetora e a garota tem medo até mesmo de seguir seus sonhos acadêmicos por não querer magoá-la. Cansada de ser vista como medrosa por seus amigos e por ela mesma, ela decide participar de Nerve. É assim que ela conhece Ian, um outro jogador. Juntos, eles aceitam desafios cada vez mais arriscados e fazem fama, tornando-se os favoritos dos observadores.
Porém, a diversão é passageira. Quando as coisas saem do controle, colocando suas vidas em risco, assim como as amizades e família de Vee, ela decide abandonar o jogo, mas descobre que fazer isso não é tão fácil. A rede online é muito mais forte e ameaçadora do que a garota imaginava e ela, junto de seus amigos, terá que encontrar formas para sobreviver no jogo.
O filme traz importantes aspectos da cultura atual, principalmente aqueles mais cultivados pelos jovens: fama e internet. A internet pode ser um ótimo espaço para se fazer fama, mas essa obsessão por reconhecimento pode se tornar prejudicial – o que levanta o questionamento sobre até onde uma pessoa é capaz de ir pela vontade de ser conhecida. Ao mesmo tempo, a internet também pode ser um espaço em que as pessoas estão sujeitas a opiniões de outras. No caso de Nerve, os jogadores estão sujeitos mais do que a opiniões, mas a vontades dos observadores. Estes, que estão escondidos por trás de perfis anônimos, se acham no direito de fazer o que quiserem, sem se preocupar com suas responsabilidades – outro debate também muito atual na sociedade, se remetendo ao cyberbullying e crimes virtuais.
Essas reflexões podem ser feitas ao longo de todo o filme, mas é só ao final dele que são realmente consolidadas, já que durante o longa, o espectador está ocupado demais se preocupando com os perigos e dramas que os personagens enfrentam no enredo. São várias as cenas de tirar o fôlego, cheias de adrenalina, que aliadas a uma boa trilha sonora prendem o espectador à história e o impedem de tentar adivinhar seu desenvolvimento, o que pode causar algumas surpresas.
O uso de imagens que mesclam os ângulos de câmera tradicionais do cinema com imagens aparentemente feitas por celulares ou de mensagens eletrônicas faz com que o espectador seja inserido no ponto de vista dos personagens.
Além disso, o uso de atores conhecidos pelo público jovem, como Emma Roberts, Dave Franco, Kimiko Glenn e Samira Wiley – ambas atrizes conhecidas pela série Orange Is The New Black – é um grande atrativo do filme, que não decepcionará seu público.
Inspirado no livro de Jeanne Ryan, Nerve: Um Jogo Sem Regras estreia dia 25 de agosto, no Brasil.
Confira o trailer: