Uso de melhoramentos genéticos para criação de animais com força e tamanhos descomunais é tema central do filme Rampage – Destruição Total (Rampage, 2018). Reboot do videogame de 1986, consegue deixar os espectadores sem monotonia perante as cenas de combate entre animais gigantes e, é claro, Dwayne Johnson.
O filme começa sob momento de tensão, com a explosão de uma estação espacial causada por uma cobaia do CRISPR, um projeto de experimentação em melhorias genéticas. Na explosão, alguns frascos de patógenos do experimento chegam à superfície terrestre entre o Canadá e os Estados Unidos, como o santuário em que vive o gorila albino George. O gorila é o melhor amigo do primatologista solitário Davis Okoye (Dwayne Johnson). Porém, ao ter contato com a substância, o animal adquire força, tamanho e agressividade colossais, tornando um perigo para todos.
Nessa busca para salvar seu melhor amigo, Davis conhece a Dra. Caldwell (Naomie Harris), geneticista que trabalhou no projeto CRISPR na Energyne, empresa cuja presidente Claire Wyden (Malin Åkerman) pretende usar o experimento para fins bélicos. Ao ser capturado pelo agente federal Russell (Jeffrey Dean Morgan) e forças militares, George se torna cada vez mais violento e invencível, explodindo o avião em que estava sendo levado e juntando-se aos outros animais atingidos em direção à sede da Energyne em Chicago.
A boa qualidade dos efeitos especiais e da produção gráfica são os pontos fortes do filme, conseguindo dar realismo à intensidade da ação, mas exageram na violência aplicada e na quantidade de sangue em cena. Mesmo com uma direção conhecida por cenas de destruição de Brad Peyton – Terremoto: a Falha de San Andreas (San Andreas, 2015), Viagem 2 – a Ilha Misteriosa (Journey 2: The Misterious Island), o espectador pode começar a ficar cansado das destruições sequenciais de Chicago e dos milhares de personagens de figuração mortos.
As narrativas corridas (como a súbita amizade criada entre Okoye, Dra. Caldwell e Russell em prol de salvar George e Chicago é um exemplo) e alguns cortes de cena também são problema, ocorrendo não só neste como também em outros filmes lançados recentemente pela Warner Bros., como Batman vs Superman: a Origem da Justiça (Batman vs Superman: Dawn of Justice, 2016), Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016) e Liga da Justiça (Justice League, 2017). E, evidentemente, isso se tornou um problema para a companhia: elenco notáveis, mas narrativas que vem deixando perguntas sem respostas até o final do filme e pouco desenvolvimento nas relações dos personagens. Para tentar compensar essa falha, há momentos de humor entre as falas de Dwayne e em sua amizade com George.
Em meio a tantos filmes recentes baseados em videogames, com diversas recepções do público e uma enxurrada de adaptações para as telinhas, ainda há espaço para mais um? Podemos dizer que sim.
O filme estreia no dia 12 nos cinemas brasileiros. Confira abaixo o trailer:
por Beatriz Cristina
beatrizcristina.sg2000@gmail.com