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Disney+ | ‘Raya e o Último Dragão’: uma aventura mística sobre acreditar no próximo

A ANIMAÇÃO É UMA AVENTURA EMOCIONANTE INSPIRADA NA CULTURA ASIÁTICA E RECHEADA DE ELEMENTOS FANTÁSTICOS

Na nova fase da Disney que procura explorar mais culturas fora da bolha norte-americana e europeia, Raya e o Último Dragão (Raya and the Last Dragon, 2021) traz para o espectador um pouco da cultura do sudoeste asiático em uma aventura mística e emocionante. Ele foi indicado ao Oscar de Melhor Animação ao lado de duas outras obras do estúdio, Encanto (2021) e Luca (2021).

O filme abre com a história de uma antiga civilização que convivia em harmonia com os dragões; esses lhe ofereciam tudo que os humanos precisavam para viver, como água e terra. No entanto, a próspera civilização é ameaçada por espíritos malignos chamados de Drunn, capazes de transformar as pessoas e dragões em pedra.

Sisu (Awkwafina), o último dragão vivo, concentra seu poder em uma gema e consegue banir os Drunn da terra, porém, nesse processo, Sisu desaparece. Os seres humanos são trazidos de volta, mas não os dragões. Depois de 500 anos, conhecemos Raya (Kelly Marie Tran), uma jovem princesa que vive em Coração, uma das tribos de Kumandra. Nesse tempo, a humanidade se dividiu em cinco tribos que compõem partes de um dragão: Coração, Garra, Cauda, Coluna e Presa, elas são rivais e disputam entre si pela possessão da gema, que o chefe Benja (Daniel Dae Kim), pai de Raya, protege em uma fortaleza.

Benja é um “conhecido” nas produções da Disney. É aquele personagem esperançoso que enxerga o mundo com bons olhos. Ele crê que as tribos podem ser unidas novamente e os humanos podem voltar a viver em conformidade, mas um incidente em Coração não só acaba com essa ideia, como libera os Drunn em Kumandra mais uma vez. 

Raya, agora uma jovem adulta, passou todos os seus anos à procura do dragão Sisu, a única coisa que pode ajudá-la a ter seu pai de volta, transformado em pedra. Nisso, a garota embarca em uma aventura pelas cinco partes de Kumandra, onde conhece novos amigos, que irão restaurar sua confiança em pessoas, e tenta escapar daquela que a traiu uma vez, a princesa Namaari (Gemma Chan).

Ainda que o roteiro de “Raya e o Último Dragão” possua os clássicos clichês da Disney, o filme difere por ser uma produção mais séria. Ele não é um musical como seu concorrente Encanto e não possui músicas marcantes nesse sentido. Há momentos grandiosos de tensão, algumas cenas de descontração e lutas protagonizadas por Raya que parecem saídas de uma live-action. Tudo isso é muito bem colocado, de modo que o filme nunca fica parado e, com certeza, chama a atenção do público infantil.

A protagonista Raya enfrenta sua ex-amiga Namaari [Imagem: Divulgação/Disney+]
A protagonista Raya enfrenta sua ex-amiga Namaari. [Imagem: Divulgação/Disney+]
No seu caminho para resgatar seu pai, Raya se une a pessoas que também perderam seus parentes para os Drunn. Eles formam um grupo inusitado, cada um com personalidades diferentes. Ocorre o famoso found family, muito comum em ficções, onde um grupo de pessoas trabalham juntas e acabam se amando como uma família. Aqui, destaca-se também a dinâmica interessante entre Sisu e Raya, a última tem uma personalidade séria e focada, enquanto a outra representa o lado leve e positivo da vida.

O design de Raya e o Último Dragão é também marcante. É perceptível o cuidado dos produtores em criar um ambiente detalhado, mas sem perder o que faz do filme uma animação. Inclusive podemos perceber os traços de cada etnia nos diferentes personagens. A única decepção fica por conta dos dragões que não possuem uma aparência digna dos “mitos” que protagonizam, mas, por ter como alvo o público infantil, faz sentido que haja uma “infantilização”.

Os cenários também merecem uma menção, já que cada região apresenta características distintas, inspirada em países do sudoeste asiático. Nesse contexto, também houve um cuidado por parte da dublagem original em usar atores asiáticos e descendentes.

Com esses elementos, Raya e o Último Dragão traz uma mensagem bonita sobre confiar no próximo e como podemos fazer escolhas erradas, mas pensando no bem comum. Apesar de toda a aventura enfrentada por Raya e seus colegas, o inimigo não é uma pessoa e nem mesmo os Drunn, e sim, a própria mente humana. 

Por fim, é um filme marcante para crianças e também um ponto de reflexão para os adultos. Ele marca a nova era da Disney que traz elementos diversos e uma princesa que não possui um par romântico. Infelizmente, por conta do fechamento das salas de cinema devido a pandemia de Covid-19, Raya não pôde ganhar o destaque que merecia. 

Nota: 4,5 pipocas, ótimo

O filme está disponível para os assinantes do Disney+. Confira o trailer dublado: 

*Imagem: Divulgação/Disney+

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