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‘Bash’: histórias que cativam e surpreendem com o final 

A peça prende a atenção do espectador com histórias surpreendentes de personagens com atitudes questionáveis
Por Daniela Gonçalves (danielagsilva@usp.br)

Dividida em três partes completamente distintas, Bash conta histórias em que os protagonistas têm atitudes bastante controversas ao cometer erros e trazer dor e sarcasmo na interpretação. As cenas dialogam com as tragédias gregas de Eurípedes Ifigênia em Áulis e Medeia e mostram como a violência pode ser banalizada e, consequentemente, potencializada. Na primeira cena, o personagem dialoga sozinho sobre como a morte da filha de cinco meses o ajudou a se manter no emprego. Na segunda cena, um casal, conta como começou a namorar em uma festa fora da cidade, onde foram com alguns amigos da faculdade. Já na terceira, uma mulher relata sobre o abuso que sofreu de seu professor na adolescência e como isso afetou o resto de sua vida.

Com roteiro original do dramaturgo e cineasta estadunidense Neil LaBute, o texto ganha uma montagem dirigida por Fernando Vilela, que também atua na peça. Além dele, o elenco conta com apenas outros três atores: Filipe Augusto, Júlia Caterina e Malú Lomando. Embora seja pequena, a equipe entrega atuações grandiosas. O cenário é composto por apenas duas cadeiras e uma mesa com pouca iluminação, mas isso é o essencial para cativar o público em cada parte da história e fazê-lo não perder nenhuma palavra que está sendo dita. O suspense na forma como o enredo é contado faz a peça se tornar cada vez mais interessante.

Em entrevista ao Sala 33, Filipe Augusto revela que um dos maiores desafios, mas também o objetivo do elenco, é manter a história cativante até o final, pois com uma “torrente de palavras em uma peça de quase três horas de duração, era provável que pudesse ficar entediante”. O que não acontece, já que os atores conseguem manter a tensão e deixar o público cada vez mais interessado em saber como o enredo termina, cumprindo a missão do elenco. A peça propõe uma reflexão sobre a conduta humana, de forma a abordar dilemas éticos e as consequências das escolhas do homem.

Atores da peça posando para uma fotografia em fundo branco
As caracterizações dos personagens são simples mas complementam o ar de suspense
[Imagem: Reprodução/Instagram/@bashteatro]

Cenas

Na primeira cena, “Ifigênia em Orem”, o personagem conta como a morte da filha, ainda bebê, pôde ajudá-lo a se manter no emprego. O monólogo mostra o ponto de vista sobre o fato e deixa nítido o remorso e a culpa carregada pelo personagem, revelando ao público os motivos dele tomar algumas atitudes. Cabe aos espectadores o julgarem ou não.

Na segunda parte, “Um Bando Santos”, há um casal em trajes de gala que comemora seu quarto aniversário de namoro e conta a história do dia em que se encantaram um pelo outro. O enredo, que apresenta o ponto de vista de ambos, mostra sarcasmo e sedução na forma de ser contado. 

Após o intervalo, a última cena, “Medeia Redux” provavelmente é a que mais deixa boquiaberto quem assiste. Uma mulher relata a história de quando foi abusada por seu professor aos 13 anos de idade, engravidou após alguns meses e foi abandonada pelo mesmo. Ela conta que, mesmo com toda a dificuldade, deu continuação à gravidez solo e relata como isso a trouxe consequências, ainda que depois de tantos anos. O clímax da história surpreende e eleva a qualidade da peça, deixando o público de queixo caído com o acontecimento. Malú Lomando consegue capturar bem a dor dessa mulher e transmiti-la com sarcasmo, seguindo o tom da personagem.

Informações

A peça estreou no último dia 13 de abril e fica em cartaz até 12 de maio, em uma curta temporada, no Espaço Elevador, na Bela Vista, em São Paulo. As sessões são aos sábados e domingos, às 19h. Os ingressos custam R$60,00; a inteira, e R$30,00; a meia-entrada. É possível encontrar mais informações nas redes sociais da peça: @bashteatro

*Imagem de Capa: Reprodução/Instagram/@bashteatro

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