Jornalismo Júnior

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

De leões selvagens até humanoides Na’vi: a evolução do cinema 3D

por Ana Luísa Fernandes ana08m@gmail.com O 3D já invadiu os filmes há algum tempo: é só verificar a programação de algum cinema para perceber que essa tecnologia deixou de ser exceção e está se tornando a regra. A técnica em si é trabalhado desde o século XIX, com a invenção do estetoscópio em 1833 e …

De leões selvagens até humanoides Na’vi: a evolução do cinema 3D Leia mais »

por Ana Luísa Fernandes
ana08m@gmail.com

O 3D já invadiu os filmes há algum tempo: é só verificar a programação de algum cinema para perceber que essa tecnologia deixou de ser exceção e está se tornando a regra. A técnica em si é trabalhado desde o século XIX, com a invenção do estetoscópio em 1833 e do anaglifo em 1850. O primeiro, um aparelho utilizado para unir duas fotos, o que dá a sensação de profundidade. Já o segundo é um método que separava as imagens em vermelho e azul. Quando projetadas com óculos de lentes da mesma cor, era possível perceber novamente o tom de profundidade que a imagem adquiria. O 3D carregou esse princípio de cores azuis e vermelhas por muito tempo.

filme 3D

The power of love (1922) é considerado o primeiro filme em três dimensões dos cinemas. Foi lançado em Los Angeles mas não fez muito sucesso e hoje está perdido. Já na década de 50 o 3D experimentou o seu primeiro boom: Hollywood estava ameaçada pela popularização das televisões e decidiu então trazer de volta os efeitos que haviam sido deixados de lado.

Bwana Devil teve sua estreia em 1952 e foi o primeiro longa metragem em 3D com cores. A chamada publicitária do filme fazia alusão ao efeito tridimencional: “The Miracle of the Age!!! A LION in your lap! A LOVER in your arms!” (O milagre do século!!! Um leão em seu colo! Uma amante em seus braços!). Apesar do alvoroço, o efeito não vingou na época porque muitas pessoas saíam dos filmes se sentindo mal, com enjoos, dores de cabeça e nos olhos. Os desconfortáveis óculos de papelão também não agradavam. Por isso, no começo da década de 60 a febre já havia passado.

cinema 3D

Apesar de esquecido, o 3D nunca foi totalmente abandonado e durante o resto do século XX vez ou outra surgiam algumas produções que se aventuravam no mundo tridimensional, mas sem sucesso. Com a chegada do século XXI, a preocupação Hollywoodiana deixou de ser a televisão e se tornou a internet. A facilidade de baixar um filme que ainda estava no cinema e a comodidade de casa preocupou a indústria cinematográfica: era hora de trazer o 3D de volta. Em 2003 foi lançado o filme Pequenos Espiões 3: Game Over (Spy Kids 3-D: Game Over). O filme foi seguido por As Aventuras de Sharkboy e Lavagirl (The Adventures of Sharkboy e Lavagirl) e por O Galinho Chicken Little (Chicken Little), ambos em 2005. Apesar de terem feito mais sucesso, esses filmes ainda não tinham atingido o que apenas James Cameron conseguiu alcançar.

sharkboy and lavagirl 3d

Foi só em 2009 que vimos o 3-D como ele é conhecido atualmente. O filme Avatar causou uma verdadeira revolução nos efeitos tridimensionais, e não é para menos: a ideia original do filme surgiu em 1994 e só foi se concretizar 15 anos depois. Originalmente o longa deveria ser lançado em 1999 logo após o estrondoso sucesso de Titanic. Mas Cameron preferiu guardar a ideia, já que a tecnologia da época não permitia a realização de tudo que ele havia imaginado. Foi só em 2005 que a ideia saiu do armário. Cameron decidiu que iria ele próprio ajudar na construção do equipamento que permitiria dar vida ao seu roteiro. Junto com Vince Pace, diretor de fotografia, ele criou um tipo especial e novo de câmera, que permitiu que o filme fosse totalmente pensando e filmado em 3D. A nova tecnologia também permitiu que o filme ficasse confortável aos olhos, sem causar dores de cabeça. Segundo Cameron “É necessário incorporar o 3D na história de uma maneira não tão chamativa, mas sim divertida e sedutora para os olhos. Quero que os cineastas abracem a tecnologia como uma forma de arte.”

avatar 3D

Os filmes que não são pensados no 3D e que têm a tecnologia incorporada só na parte final da produção são a grande ressalva da crítica. Um filme assim não tem nada a perder para a sua versão 2D, já que os efeitos em terceira dimensão são só um artifício para arrecadar mais dinheiro nas bilheterias.

A grande diferença entre o 3D de antigamente e o atual é o campo utilizado. Antes se utilizava um campo positivo, com objetos saltando na nossa cara: o método ainda não foi totalmente abandonado, mas a tendência é diminuir. O campo negativo é aquele em que o cenário parece estar atrás da tela, sem sustos causados por objetos voadores ou animais saltitantes. Ele cria um cinema menos oportunista, mais leve para os olhos e com um 3D que realmente trabalha a favor da composição do filme, do cenário e dos efeitos. Exemplos de filmes que conseguiram trabalhar muito bem com isso são  A Invenção de Hugo Cabret (Hugo, 2011) e As Aventuras de Pi (Life of Pi, 2012). Ambos utilizaram a câmera criada por Cameron e foram muito elogiados pelo cineasta canadense.

vida de pi 3d

O 3D ainda divide opiniões: há os que acreditam que essa é só mais uma explosão passageira e há os que digam que depois de Avatar nós nunca mais conseguiremos abandonar a tridimensionalidade. Seja como for, James Cameron já prometeu que vai explorar muito mais as suas opções nas próximas sequências de Avatar e que o primeiro filme foi apenas um começo. Quais serão as próximas experiências que aguardam o olho humano?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima