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Doce, doce

Mariana Brecht Um salão de beleza, uma sinédoque do Universo feminino. Uma delicada amostra de Beirut, mulheres que poderiam pertencer a qualquer lugar do mundo. Layale passa a vida esperando por uma buzina e um divórcio, Nisrine quer que seu noivo a encontre intacta, Rima esgota a água do salão enquanto se perde nas longas …

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Mariana Brecht

Um salão de beleza, uma sinédoque do Universo feminino. Uma delicada amostra de Beirut, mulheres que poderiam pertencer a qualquer lugar do mundo.

Layale passa a vida esperando por uma buzina e um divórcio, Nisrine quer que seu noivo a encontre intacta, Rima esgota a água do salão enquanto se perde nas longas mechas de uma cliente, Jamale volta no tempo com fitas adesivas nos olhos, Rose se martiriza ao olhar para o espelho.

O roteiro, suave, não pode ser considerado cheio de surpresas, tampouco ação. Pequenos gestos, acontecimentos, abandonos envolvem o espectador nos dramas cotidianos com que toda mulher se identificaria. Que atire a primeira pedra quem nunca ligou para o próprio celular pra checar se ele está funcionando enquanto esperava o telefonema de um homem ou se arrumou para alguém que nunca viria.

O filme condiz com a sutileza feminina, derrete na tela, é doce e atraente como promete o título. Como na trama, em que o doce é também usado como cera de depilação, a história muitas vezes nos leva a pensar como a doçura nem sempre remete ao prazer, mas também à subordinação deste ao desejo de manter as aparências.

Ângulos e focos não usuais reforçam a ideia de que detalhes ocultos das vidas dessas mulheres são revelados. Ora olhamos pelas frestas, ora somos cúmplices de situações extremamente particulares.

No geral, o longa se mostra um filme por mulheres e para mulheres, que, mesmo em um ambiente com uma cultura tão estranha à nossa, revela diversas semelhanças cotidianas. Envolve, ainda, o público em diversos pequenos casos que nem sempre podem ter soluções assim como nós a entendemos.

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