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‘Ritas’: Sinergia entre leveza, música e saudade

Documentário revela as diferentes faces da cantora Rita Lee em uma intimista narrativa, guiada pela própria artista.
Por Luana Sales Riva (luanariva06@usp.br

O documentário Ritas (2025), que estreou no festival É Tudo Verdade em São Paulo e Rio de Janeiro, chega aos cinemas nesta quinta-feira (22). A obra, primeira direção de Oswaldo Santana, retrata as diferentes facetas da cantora Rita Lee a partir de uma sensível narrativa traçada pela própria em sua última entrevista, inédita ao público. O longa é exibido nos cinemas justamente no dia em que a cantora escolheu como seu novo aniversário, data em que também é celebrado o “Dia de Rita Lee”, instituído na capital paulista.

A vida pessoal da cantora, junto de toda a sua trajetória na música, combinam-se em um relato intimista, conduzido por ela e incrementado por vídeos de performances marcantes, shows e especiais da televisão, que contam com a participação de Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, dentre outros parceiros musicais de Rita. Ao combinar as diferentes faces de Rita Lee — compositora, cantora, poeta e mãe — o longa traz uma carga sentimental e expõe momentos esquecidos e inéditos ao público, sem esquecer a essência criativa e divertida da artista.

Rita Lee e Maria Bethânia tinham uma grande amizade, tanto que Rita deixou uma letra inédita para Bethânia, entregue pouco antes de sua morte [Divulgação/Biônica Filmes]

Com  narração feita pela própria Rita Lee, o documentário assume um aspecto individual e exclusivo, que aproxima o telespectador da cantora e garante uma imersão intensa a quem assiste ao longa. O fato de não haver outros entrevistados, apenas o relato de Rita, faz com que a produção siga uma linha do tempo delineada pelas memórias da artista. O público acompanha e relembra, junto de Rita, acontecimentos importantes de sua vida, desde o início da carreira, sua expulsão de “Os Mutantes”, a prisão no DOPS (Delegacias de Ordem Pública e Social)  durante a ditadura militar, o casamento com Roberto de Carvalho, até o seu cotidiano e reflexões sobre a vida. 

No pressbook de Ritas , o diretor Oswaldo Santana admitiu que “Sem dúvida, um dos méritos do filme é a entrega e a condução da própria Rita. Poder contar com isso foi o norte desse filme, e acompanhar, pelo olhar dela […] é a forma mais verdadeira, direta e amorosa que poderíamos contar essa história”.  A produção do filme começou em 2018 e contou com a entrevista feita pela produção e com arquivos pessoais da família, que traziam momentos históricos e relatos pessoais gravados pela artista. A combinação entre eles resultou em um documentário inovador. 

O documentário utiliza relatos espontâneos registrados pelo próprio celular de Rita Lee durante a pandemia [Divulgação/Biônica Filmes] 

Além da incrível proposta de colocar Rita como a própria contadora de sua história, o filme impressiona com seus elementos visuais. Ao longo da trajetória da cantora no documentário, os álbuns, as capas de revistas e fotos colorem as telas e trazem a identidade de Rita, a rainha do rock brasileiro. As imagens trabalham junto da trilha sonora, que é composta por mais de 30 músicas interpretadas pela cantora e proporcionam uma vivacidade à obra. Seu humor é transmitido a todo momento no filme, tanto com os animados efeitos visuais, quanto com a narração e escolha das sonoras. 

As músicas trazidas pelo filme, como dito anteriormente, transmitem o amor de Rita pela música. Porém, ao contemplar mais de 30 interpretações da artista, o documentário destina um tempo elevado à exibição das músicas. O objetivo do diretor é contar a história de Rita Lee, entretanto, ao conferir um elevado tempo de tela às diversas melodias da artista, conhecidas por grande parte da população, ele deixa de trazer outras partes do registro único dela. As músicas compõem importante parte da vida da artista, mas, ao terem tamanho destaque, impactam no foco da produção. 

Icônicas performances da artista marcam o documentário Ritas [Reprodução/IMDb]

O filme celebra a potencialidade que foi Rita Lee, relembra o legado deixado pela artista, tanto na música quanto na história brasileira. O longa garante ao público acesso à brilhante mente de Rita Lee, e reflete a paixão da cantora pela vida e por viver. O estilo intimista, escolhido por Oswaldo Santana, da condução da obra, inova o formato dos documentários, admitindo um caráter mais pessoal que impressiona e sensibiliza o telespectador.

O longa é uma produção leve, divertida e saudosista, que impressiona o telespectador por tamanha sinergia entre os elementos do filme. A pessoalidade com a qual Rita conta sobre sua vida e suas reflexões, abre espaço para que o público também faça parte dessa história, e esse é o ponto mais forte da obra. O documentário dá a chance do telespectador sentir como seria viver com Rita Lee, a mulher a frente de seu tempo. A obra impressionará tanto aos fãs antigos, que reviverão junto com a cantora toda a sua carreira, quanto aos mais jovens, que conseguirão sentir o que e quem foi Rita Lee.

Ritas já está em cartaz nos cinemas brasileiros. Confira o trailer:

*Imagem da capa: Divulgação/Biônica Filmes

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