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Não é mais um besteirol americano. Mesmo.

[34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo] A produção é notavelmente barata. O filme é independente. A história é simples, mas longe de ser simplória. “O Mito da Liberdade” (The Myth of the American Sleepover), apresentado na 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, é uma ficção norte-americana que foge ao padrão hollywoodiano …

Não é mais um besteirol americano. Mesmo. Leia mais »

[34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo]

A produção é notavelmente barata. O filme é independente. A história é simples, mas longe de ser simplória. “O Mito da Liberdade” (The Myth of the American Sleepover), apresentado na 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, é uma ficção norte-americana que foge ao padrão hollywoodiano e que, mesmo não sendo uma produção impecável, vale a pena ser vista.

O filme de David Mitchell consegue, com êxito, não ser mais uma comédia adolescente. Pelo contrário, ele consegue, aliás, focar em angústias e conflitos de jovens. O roteiro gira em torno de quatro diferentes adolescentes, suas buscas incansáveis pelo amor e as descobertas sexuais. Tudo isso regado a álcool, drogas e muitas festas em uma Detroit suburbana.

Os personagens “principais” são clássicos estereótipos de jovens, mas suas histórias se desenvolvem sutilmente. Scott (Brett Jacobsen) é o ex-namorado chutado, que, após o fora, segue em uma fantasia de ter uma noite com irmãs gêmeas. Claudia (Amanda Bauer) ocupa o papel da “novata” na cidade, que não conhece ninguém e já namora um dos disputados rapazes mais velhos. Rob (Marlon Morton) é o típico “menino virgem”, que se apaixona por qualquer menina que passa por ele, mas não presta atenção e não toma atitudes quando a oportunidade de amor está na sua frente. Maggie (Claire Sloma), provavelmente a melhor atuação e a melhor personagem do filme: uma adolescente de carcaça revoltada, atrás de aventuras e atraindo encrencas.

O elenco mais desconhecido é um acerto de Mitchell, visto que a escolha de atores não muito famosos reforça a veracidade do filme. Tudo é, aparentemente, um retrato de vidas comuns. Como foram as nossas. Como podem ser a de qualquer adolescente.

Porém, o uso de muitos personagens, em um filme tão intencionalmente simples, torna-se por vezes confuso e até mesmo cansativo. Outro ponto negativo da produção é a trilha sonora, que, apesar de separadamente apresentar músicas maravilhosas, não parece muito bem encaixada nas cenas do filme.  Por exemplo, no caso de “Elephant Gun”, famosa composição da banda Beirut, a qual parece suspensa quando usada na cena em que Maggie e sua melhor amiga correm de bicicleta pela cidade.

“Eles enganam você pra você desistir da sua infância com essas promessas de aventura. Quando você percebe o que perdeu, é muito tarde. Você não pode voltar atrás”. É essa uma das frases mais interessantes do filme, talvez porque sintetize todo o sentido da ficção de Mitchell. Ou, talvez, porque tenha muito a ver com a realidade de todo mundo que já se deixou ser adolescente.

Por Shayene Metri

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