Por Beatriz Sandoval (beatrizsandoval@usp.br) e Fernando Silvestre (fernando.silvestre@usp.br)
O show da Lady Gaga, diretamente da areia de Copacabana, foi o primeiro do projeto “Todo Mundo no Rio”. Oficializado após o sucesso do show de Madonna em 2024, “The Celebration Tour”, o projeto é organizado pela prefeitura do Rio de Janeiro, sob gestão de Eduardo Paes, que confirma o desejo de promover grandes shows, gratuitamente, todo ano, até 2028 — o fim do seu mandato.
Os shows em Copacabana, abertos para a população, contaram com investimento da prefeitura. O município gastou R$ 10 milhões para receber a Madonna e R$ 15 milhões para a Gaga. Além do gasto público, diversos patrocinadores se juntaram para a realização do show da diva pop, como a Corona, o Santander e a C&A. O investimento total foi de 92 milhões de reais. Apesar do alto custo, a movimentação gerada pelo evento arrecadou aproximadamente R$ 600 milhões, o que inclui os gastos do público durante a estadia no Rio de Janeiro.
Com uma multidão equipada com leques em Copacabana, o evento escancarou o desejo coletivo por espetáculos pop, exagerados, performáticos e inesquecíveis. Mas afinal, quem será grande o bastante para manter o nível após o Gagacabana?
Os repórteres e diretores da Jornalismo Júnior responderam a essa pergunta com uma playlist que sonha alto. As músicas escolhidas vão de divas pop ao sertanejo universitário. Confira os destaques da nossa seleção para sonhar com o “Todo Mundo no Rio”:
1. YA YA, Beyoncé (2024)
A vigésima faixa do álbum Cowboy Carter (2024), de Beyoncé, tem ritmo animado e contagiante, o que torna a música perfeita para dançar no “Todo Mundo no Rio” em 2026. Mesmo com a vibração animada da canção, Beyoncé trata sobre a desigualdade social estadunidense ao abordar a precariedade dos salários da classe trabalhadora. A canção fala sobre os costumes do “Good ole USA” — bom e velho EUA, em tradução livre para o português —, como a religiosidade, representada pela Bíblia, e o porte de arma.
A obra também explora a autoafirmação da artista como uma mulher inteligente e segura de si. A expressão “ya ya” funciona, além de um refrão musical, como uma expressão do empoderamento e da euforia que a música carrega. A artista convida o ouvinte a se libertar e a se entregar à canção, através de movimentos de uma dança alegre e sensual.
2. I Gotta Feeling, Black Eyed Peas (2009)
Lançada no álbum The E.N.D. (2009), I Gotta Feeling foi produzida por David Guetta e rapidamente se tornou sinônimo de celebração em casamentos, formaturas e qualquer ocasião em que todos queiram dançar juntos. A voz marcante de Fergie — que integrava o grupo na época e era peça-chave do seu sucesso — é um dos grandes destaques da música. Após sua saída do Black Eyed Peas, o grupo seguiu com novas parcerias, mas nenhuma conseguiu replicar a energia coletiva e o impacto cultural da formação original. Em um cenário como Copacabana, I Gotta Feeling, com seu refrão simples e contagiante, funcionaria como um hino intergeracional, ao unir multidões sob os fogos, a batida eletrônica e a promessa de uma noite inesquecível.
3. Summertime Sadness, Lana Del Rey (2012)
A melancolia que Lana Del Rey entrega, somada a um show repleto de hits: Summertime Sadness, faixa do álbum Born to Die (2012), traduz uma paixão que, assim como o verão, é intensa e avassaladora, mas inevitavelmente passageira, o que deixa no eu-lírico um rastro de saudade e solidão. A música evoca o desejo como algo inatingível, embalado pela constante sensação de despedida. Certamente, animaria Copacabana com uma celebração melancólica da vida.
4. Meteoro, Luan Santana (2009)
Canção interpretada por Luan Santana no álbum Ao Vivo (2009) é um manifesto idealizado ao amor sentido pelo eu-lírico. O clássico do Sertanejo Universitário utiliza metáforas com fenômenos celestiais para demonstrar a potência desse sentimento. O Meteoro da Paixão representa um amor que se impõe sobre o eu lírico, que cai sobre ele de forma luminosa e potente, que o abrange por completo sem dar a ele a oportunidade de se salvar. A música expressa o sonho como caminho para alcançar o desejo e tiraria o fôlego de muitos espectadores no “Todo Mundo no Rio” ano que vem.
5. She Wolf, Shakira (2011)
She Wolf marcou uma virada eletrônica no som de Shakira, com batidas marcantes e um falsete inesquecível. A faixa fala sobre libertação sexual e instintos selvagens — literalmente, já que a personagem da música é uma loba presa, pronta para quebrar as regras. No palco de Copacabana, Shakira apresentaria coreografias hipnotizantes e figurinos futuristas, ao misturar sensualidade, excentricidade e poder feminino. Uma performance pronta para viralizar — como tudo que a artista toca.
Confira a seleção completa da playlist “O que toca na Sala 33: Todo Mundo no Rio”
- Heated, Beyoncé – indicada por Amanda Nascimento (RH)
- Gimme More, Britney Spears – indicada por Malu Lima (Laboratório e Audiovisual)
- Run BTS, BTS – indicada por Júlia Sardinha (Presidente)
- Break Free, Ariana Grande – indicada por Pedro Lukas Costa (Sala 33 e Comunicação Visual)
- Humble, Kendrick Lamar – indicada por Letícia Longo (diretora do Cinéfilos)
- Sunday Bloody Sunday/Where The Streets Have No Name, U2 – indicada por Rachel M. Mendes (Cinéfilos)
- The Count of Tuscany, Dream Theater – indicada por Rachel M. Mendes (Cinéfilos)
- Cinnamon Girl, Lana Del Rey – indicada por Amanda Yoshizaki (Sala 33)
- Happier Than Ever, Billie Eilish – indicada por Hellen Indrigo (Arquibancada e Mídias)
- Chasing Pavements, Adele – indicada por Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)
- My Power, Beyoncé (& Cia) – indicada por Gustavo Lima (Cinéfilos e Mídias)
- Sympathy for the Devil, The Rolling Stones – indicada por João Casanova (J. Press)
- Paper Bag, Fiona Apple – indicada por Lorenzo Souza (diretor de Comunicação Visual)
- Music for a Sushi Restaurant, Harry Styles – indicada por Giu Polizeli (diretora de Eventos)
- Love Is Embarrassing, Olivia Rodrigo – indicada por Letícia Longo (Cinéfilos e Assessoria)
- Juno, Sabrina Carpenter – indicada por Louisa (diretora de Eventos)
- American Capitalist, Five Finger Death Punch – indicada por Luiz Dias (diretor de Assessoria)
- Hybrid Theory, Linkin Park – indicada por Luiz Dias (diretor de Assessoria)
- She Wolf, Shakira – indicada por Aline Fiori (diretora de Audiovisual)
- One Time, Justin Bieber – indicada por Eduardo (Arquibancada e Audiovisual)
- Everything Is Embarrassing, Sky Ferreira – indicada por Letícia Yamakami (diretora do Cinéfilos)
- Bags – Recorded at Electric Lady Studios, Clairo – indicada por Letícia Yamakami (diretora do Cinéfilos)
- One Last Time, Ariana Grande – indicada por Malu Vieira (diretora de Mídias)
- Everybody’s Fool, Evanescence – indicada por Marcelo Donegá (Mídias)
- Crime Pays (feat. Clairo), Freddie Gibbs – indicada por Malu Vieira (diretora de Mídias)
- Summertime Sadness, Lana Del Rey – indicada por Aline Noronha (diretora de Mídias)
- Earthquake, Tyler, The Creator – indicada por Heloisa Falaschi (Sala 33)
- First Love/Late Spring, Mitski – indicada por Heloisa Falaschi (Sala 33)
- Minority, Green Day – indicada por Heloisa Falaschi (Sala 33)
- Locked Out of Heaven, Bruno Mars – indicada por Catarina Bacci (diretora do Sala 33)
- Sunshine & Rain…, Kali Uchis – indicada por Bernardo Santos (Audiovisual e Cinéfilos)
- My Universe, Coldplay (feat. BTS) – indicada por Clara Viterbo (diretora do Cinéfilos)
- Diamonds, Rihanna – indicada por Clara Viterbo (diretora do Cinéfilos)
- Halo, Beyoncé – indicada por Laura (Cinéfilos e Comunicação Visual)
- Zé Canjica, Jorge Ben – indicada por Nina (Arquibancada e Assessoria)
- Girl So Confusing (feat. Lorde), Charli XCX – indicada por Marcella (Audiovisual e Laboratório)
- Hold Up, Beyoncé – indicada por Regis (diretora de Comunicação Visual)
- Class of 2013, Mitski – indicada por Maria (diretora de Audiovisual)
- Dia, Lugar e Hora, Luan Santana – indicada por Maria (diretora de Audiovisual)
- Meteoro da Paixão, Luan Santana – indicada por Catarina Bacci (diretora do Sala 33)
- Ai Se Eu Te Pego, Michel Teló – indicada por Catarina Bacci (diretora do Sala 33)
- Show das Poderosas, Anitta – indicada por Catarina Bacci (diretora do Sala 33)
- I Know Places, Taylor Swift – indicada por Pedro H. (J. Press e Assessoria)
- Resenha do Arrocha, J. Eskine – indicada por Malu Lima (Laboratório e Audiovisual)
- I Gotta Feeling, Black Eyed Peas – indicada por Ana Alice Coelho (diretora de Mídias)
- Veridis Quo, Daft Punk – indicada por Ana Alice Coelho (diretora de Mídias)
- Pump It, Black Eyed Peas – indicada por Isabella Lopes (diretora do Sala 33)
- Give Me Everything, Pitbull – indicada por Catarina Bacci (diretora do Sala 33)
- Boom Boom Pow, Black Eyed Peas – indicada por Júlia Sardinha (Presidente)
- The Time (Dirty Bit), Black Eyed Peas – indicada por Júlia Sardinha (Presidente)
- Bleed It Out, Linkin Park – indicada por Letícia Pelistrato (Laboratório e Comunicação Visual)
52. B.Y.O.B., System of a Down – indicada por Letícia Pelistrato (Laboratório e Comunicação Visual)
53. YA YA, Beyoncé –indicado por Fernando Silvestre (Sala 33 e Eventos)
54. What Was That, Lorde – indicada por Beatriz Sandoval (Sala 33 e Mídias)