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Netflix: ‘The Old Guard’ e o encontro entre ação e imortalidade

The Old Guard (2020) é o mais novo filme de ação distribuído pela Netflix. Charlize Theron, de Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road, 2015) e Atômica (Atomic Blonde, 2017), vive a personagem Andy (ou Andrômaca), pertencente a um grupo de amigos combatentes que compartilham da imortalidade e lutam secretamente pela humanidade há …

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The Old Guard (2020) é o mais novo filme de ação distribuído pela Netflix. Charlize Theron, de Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road, 2015) e Atômica (Atomic Blonde, 2017), vive a personagem Andy (ou Andrômaca), pertencente a um grupo de amigos combatentes que compartilham da imortalidade e lutam secretamente pela humanidade há séculos. A trama é baseada em uma perseguição feita ao grupo de soldados milenares, com a finalidade farmacêutica de lucro com a longevidade que eles apresentam, enquanto uma outra imortal surge.

Inspirada na história em quadrinho de mesmo nome, distribuída pela Image Comics, roteirizada por Greg Rucka e ilustrada por Leandro Fernández, a adaptação cinematográfica possui êxito ao estabelecer seu universo. Nile Freeman, interpretada por Kiki Layne, é uma nova imortal que age como peça do roteiro para nos introduzir ao filme. Ela possui muitas perguntas, nós também. Para a história diluída dos imortais que virá a seguir, é um bom ponto de partida.

Em aspectos técnicos, a direção de Gina Prince-Bythewood começa com cortes rápidos e imprecisos, realizando uma interrupção visual da ação, mas em seguida compensa com um tom mais calmo no drama e então estabiliza-se. A fotografia, diferente do grupo, possui rápida mortalidade no campo dos cortes. A coreografia possui destaque, sem o auxílio técnico em longas sequências de Resgate (Extraction, 2020), da mesma distribuidora, que gira em torno disso. Porém, ela ganha positivos espectros narrativos. Soldados que atravessaram séculos em diferentes exércitos atribuem às suas habilidades modernas uma mescla marcial, o que aprofunda a riqueza narrativa do filme.

Esta combinação entre construção de personagens em meio a imortalidade e a ação apresentada é um dos pontos fortes da obra. Entre os grandes hiatos na ação, o filme constrói de forma diluída as características da imortalidade que auxiliarão nas próximas cenas de combate. Partindo do ponto que esta obra pode se tornar uma franquia, tendo em vista a grande visualização do longa, esse falso “tempo perdido” no drama aumentará a cadência de ação no futuro.

Andy contrasta seu clássico machado rústico em meio a ação moderna. [Imagem: Divulgação/Netflix]
Charlize Theron desenha seu perfil no cinema de ação com maestria, ao alternar perfeitamente entre os momentos de melancolia, passando o peso da vivência de séculos no olhar, e momentos de ação visceral. Seguindo este padrão de personagem da atriz, que podemos ver em Lorraine Broughton de Atômica e Furiosa de Mad Max, Andrômaca, em uma visão metalinguística, carrega um peso de ação que Theron sente em sua carreira. Adentrando em uma força feminina de milênios, a atriz segue imortalizando ícones de ação no cinema.

Como temer por personagens imortais em um filme de ação? Além de um gatilho de roteiro que conduz a uma certa incerteza sobre a condição imortal do grupo, por si só temos uma concretização de personalidades. De romances centenários a dores de perda, a narrativa atualiza o mito dos imortais no cinema em seus hiatos de ação e quando chega a ela, dá um novo rumo técnico às cenas, mantendo a condição da imortalidade viva com auxílio de bons efeitos especiais.

Rucka se sente confortável em conduzir um roteiro positivamente nebuloso, com aberturas grandes de possibilidades e profundidade temporal nos personagens. A trama de perseguição é somente um plano de fundo para estabelecê-los, discutir as noções de imortalidade e esbarrar em temas como moralidade e ética que não aparecem novamente no filme. O vilão caricato não possui expressão, e usa da cansativa megalomania paramilitar que não aproveita a hipocrisia da sociedade moderna, que em outro tempo condenava os imortais e agora os vê como bênção.

The Old Guard é potencialmente um começo de franquia que deve escalonar na ação, mas tomando cuidado para não abandonar o bom tom dramático proveniente da imortalidade. O elenco, mesmo sem um sustento na ausência de Theron, transmite boas visões sobre suas existências e performa cenas de ação memoráveis, mesmo em sua desfrequência. Junto a Charlize Theron, pode se tornar um ícone e uma experimentação interessante na vanguarda de ação.

O filme está disponível na plataforma de streaming Netflix. Segue o trailer:

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