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‘A Pequena Sereia’: brasilidades em meio a novidades no fundo do mar

Retorno do musical promete uma experiência imersiva no clássico da Disney ao integrar Gabriel Vicente e Robson Nunes ao elenco

Do dia 17 de julho a 16 de outubro de 2022, o Teatro Santander, em São Paulo, abriga o fundo do mar com o musical da Disney A Pequena Sereia. Exibido em 2018 em temporada curta, a peça retorna este ano com mais sessões. Os personagens ganham vida com partes do elenco de quatro anos atrás, por exemplo, com Fabi Bang estrelando novamente Ariel, e Andrezza Massei, como Úrsula. A estreia conta também com a participação de novos atores, como Gabriel Vicente, como Príncipe Eric, e Robson Nunes, como o caranguejo Sebastião.

A Jornalismo Júnior teve acesso a algumas cenas da peça, que, com seus figurinos bem trabalhados e cenários rebuscados, encantam aos telespectadores do Teatro Santander e trouxe a cobertura delas.

É o amor

A música É o amor apresenta o ensemble feminino e o personagem Linguado, na figura de Lucas Cândido. A letra, que complementa a melodia já conhecida pelos fãs da história de Ariel, foi alterada para a peça de 2022 de maneira a transmitir ao público a essência das irmãs da protagonista e do melhor amigo da mesma. Algumas piadas irônicas relacionadas à água foram adicionadas, o que agregou muito para a cena clássica. Além do rico cenário, as perucas utilizadas pelas sereias foram outro ponto de destaque: eram de vários tipos e texturas, o que complementou um figurino colorido e brilhante. 

Imagem das sereias irmãs da Ariel no palco do musical colorido com luzes rosas e azuis.
O público é apresentado a uma infinidade de cores e luzes logo no início da apresentação. [Imagem: Arquivo pessoal]

Essa Voz

A aparição do príncipe Eric destoa do cenário exuberante da primeira música. Ao som de Essa Voz, o príncipe surge em um cenário simples, composto por uma montanha no centro do palco, iluminando Eric que divaga por ela, enquanto o castelo aparece como uma sombra ao fundo. Por mais que o talento vocal de Gabriel seja expressivo, a cena em si não encanta como as outras, sendo um momento mais íntimo em que todo o foco está no protagonista e em sua busca interminável pela mulher que ele não sabe quem é: Ariel. 

A participação de Gabriel no elenco, como o primeiro príncipe Eric negro, representa, para o ator, a chance de mostrar às crianças negras a possibilidade de serem protagonistas em conto de fadas. Em entrevista à Jornalismo Júnior, ele conta como não se via como os príncipes nos palcos por não ter visto ninguém como ele, mas espera ser uma inspiração para as crianças que assistirão a peça.

O palco azul contém uma montanha ao centro com o Príncipe Eric no topo!
O cenário é bem mais simples para a música Essa Voz. [Imagem: Acervo pessoal]

Escravos da dor

Já a cena da negociação entre Ariel e Úrsula chama atenção do público pela potência da voz da antagonista. O cenário, nesse momento sombrio e com a participação de figurantes macabros, também é terrivelmente — em todos os sentidos do advérbio — bem trabalhado. Os intérpretes dos ajudantes da bruxa do mar, Limo e Lodo, entregam um trabalho bem executado com uma coreografia impecável. Embora algumas piadas relacionadas ao contexto atual possam ser estranhas para algumas pessoas da plateia, a música Escravos da dor segue essencialmente a versão original. 

Na imagem, a vilã Úrsula está ao lado de Ariel.
Os dançarinos do musical são multifacetados e integram, frequentemente, o cenário e figurino. [Imagem: Arquivo pessoal]

No meu lugar

O solo de Fabi na canção No meu lugar trouxe uma mistura de figurinos, coreografia e decorações que transformam o palco em algo hipnotizante. Com itens pertencentes ao “mundo dos humanos”, como colares e espelhos, a cena é imersiva ao ponto de conseguir deixar o telespectador em dúvida se ainda está na terra, e não no fundo do mar. O ensemble assume uma posição de destaque nessa sensação — a vestimenta em tons de azul, que se mesclavam ao cenário, e movimentos que simulavam o balanço das águas. Essa parte da coreografia também pode ser percebida na movimentação de Ariel. A protagonista faz constantemente movimentos que lembram ao público que ela está nadando, um trabalho minucioso feito com a coreógrafa do espetáculo, Lynne Kurdziel-Formato. A potência de Fabi Bang também precisa ser lembrada, uma vez que a atriz e cantora consegue capturar a atenção do público só para si, ocupando o palco de forma natural e encantadora. 

Com um navio no palco, Ariel está sentada no centro.
Em solo hipnotizante, a capacidade vocal de Fabi Bang é explorada em No meu lugar. [Imagem: Arquivo pessoal]

No nosso mar

A reprodução da interação entre Ariel e Sebastião, interpretado pelo estreante Robson Nunes, é leve e divertida como no desenho original. A produção não poupou ensemble e transformou o cenário em algo vivo, muito semelhante ao que seria se a cena ocorresse no fundo do mar. Os tecidos e fantoches enormes deram cor ao palco, que apresenta ao público um Sebastião ainda com a essência da lagosta original, mas muito mais empoderado e descolado nos palcos do Teatro Santander. A canção No nosso mar, talvez a mais conhecida do filme da Disney, ganhou um toque de brasilidade em sua letra e melodia, com referências ao carnaval brasileiro. É um show para os olhos e ouvidos.

Estreante nos palcos de teatro, Robson Nunes compartilhou com a Jornalismo Júnior como a rotina do teatro é diferente da televisão. O ator, em meio a elogios aos colegas da peça, brincou que é uma honra viver seu segundo Sebastião — o primeiro, o Sebastião Rodrigues Maia, em filme Tim Maia de 2014.

Na imagem, Ariel, Sebastião e Linguado.
Ariel, Sebastião e Linguado interagem ao som de No Nosso mar, que ganhou características brasileiras na letra. [Imagem: Arquivo pessoal]

Os 145 minutos — com intervalo — do musical colocam o público formado por pessoas de todas as idades num espetáculo de luzes, músicas e peixes, que prometem deixar o teatro sem ar num misto de nostalgia e encanto. 

[Imagem: Arquivo pessoal]

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