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Senegal busca marcar uma geração na história

Apenas em sua terceira participação, os Leões de Teranga disputam o mundial com altas expectativas

Os mais de 17 milhões de senegaleses apaixonados pelo futebol encaram a seleção nacional com mais expectativa do que nunca. Campeã da Copa Africana das Nações (CAN) no início do ano, recheada de jogadores técnicos e disposta de craques, Senegal coloca-se como a melhor seleção africana na disputa da Copa do Mundo FIFA de 2022 e busca repetir o feito de duas décadas atrás. 

Os senegaleses integram o grupo A com o anfitrião Catar, a Holanda e o Equador. Se, em 2018, faltava experiência à nova geração de jogadores, quatro anos depois, eles encontram-se entre os mais bem-qualificados em suas posições. Sob a liderança de Aliou Cissé, uma talentosa seleção senegalesa tem as ferramentas para disputar classificações nas fases eliminatórias decisivas.

Como chega para a copa?

O Senegal chega para a Copa do Mundo em alta: a seleção conquistou a Copa Africana das Nações (CAN) em janeiro, título inédito para o país. Diante do Egito, Sadio Mané acertou o último pênalti e sacramentou o título dos auriverdes. A conquista da taça veio após uma fase de grupos com pouca inspiração e um mata-mata de partidas decididas nos instantes finais. Dos oito gols feitos na fase eliminatória, sete foram anotados no segundo tempo, o que exibe a frieza do elenco em jogos importantes – o que pode ser positivo no mundial do Catar.

Pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o Senegal esteve invicto por seis partidas até o duelo contra a mesma seleção egípcia. Dois meses após a finalíssima da CAN, o acesso direto ao torneio multicontinental estava ameaçado devido a uma derrota por 1×0 fora de casa, no jogo de ida. O confronto da volta teve domínio completo dos senegaleses no tempo normal e foi decidido por mais uma cobrança de pênalti convertida por Mané, o que garantiu a vaga dos Leões na Copa.

Principais Craques:

Sadio Mané

Recém-transferido ao Bayern Munich, Sadio Mané é a estrela do plantel senegalês. Seus 33 gols, vestindo o verde e amarelo, o colocam como maior artilheiro da história da seleção nacional. Na Copa de 2018, marcou apenas um gol, no jogo contra o Japão.

O camisa 10 foi destaque nas seis temporadas em que disputou pelo Liverpool, sendo um ponta-esquerda de exímia finalização e lançamentos. Na companhia do egípcio Mohamed Salah, Mané compôs uma das duplas mais fatais do futebol europeu e levantou seis troféus com o clube inglês, incluindo o da UEFA Champions League 2018-19. Ele foi artilheiro no campeonato inglês e atingiu a posição de quarto melhor jogador do mundo, na votação elaborada pela France Football em 2019.

Suas contribuições extra-campo para o país natal são dignas de menção: o craque promove ações sociais por meio do financiamento direto ou de acordos para melhorias da sua aldeia natal, Bambali. Ele construiu escola, hospital e mesquita no povoado, além de garantir eletricidade e aparelhos médicos por meio de negociações com empresas. Mais do que um um goleador, Mané é visto como um ídolo nacional em Senegal.

Contudo, o craque está fora da disputa da competição. Em partida contra o Werder Bremen pelo campeonato alemão, no início de novembro, o atacante se lesionou e passou por cirurgia na fíbula da perna direita. O departamento médico da seleção senegalesa confirmou que o craque não participará das partidas. Senegal irá ao Catar sem o segundo melhor jogador do mundo.

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Edouard Mendy

A carreira do goleiro titular Edouard Mendy é marcada por grandes superações. Aos 22 anos, ele recorreu ao programa nacional francês para desempregados, se tornou a quarta opção no banco de reservas do Olympique de Marseille e hoje, o atleta é uma das estrelas de Senegal para a Copa do Catar. O camisa 16 quebrou múltiplos recordes em suas passagens pela França, porém sua carreira solidificou-se ao desembarcar em terras londrinas. Os 25 milhões de euros investidos nele pelo Chelsea logo mostraram-se frutíferos: o goleiro tornou-se o primeiro africano de sua posição a disputar uma final de Champions League, a qual saiu vitorioso. Em janeiro de 2022, a FIFA o concedeu o prêmio de melhor goleiro do mundo

Pela seleção senegalesa, Mendy esteve na titularidade em 24 partidas, sendo vazado em apenas 10 jogos. Com 10 gols sofridos, o goleiro nunca teve suas redes estufadas duas vezes em um jogo no qual estivesse em campo. Foi eleito o futebolista do ano de 2021 e com razão: seu posicionamento e compreensão de jogo são elementos-chave no sucesso de Senegal.

Mané, Mendy e Dieng celebram o título inédito [Imagem: Reprodução/Flickr Commons]

Mané, Mendy e Dieng celebram o título inédito [Imagem: Reprodução/Flickr Commons]

Kalidou Koulibaly

A presença de Kalidou Koulibaly na zaga favorece Mendy, afinal, ambos compõem o setor defensivo do Chelsea. O camisa 26 oferece versatilidade pelo lado esquerdo na composição de uma linha de três ou quatro zagueiros, além de facilitar a saída de bola para uma transição rápida ao ataque.

Abdou Diallo

Abdou Diallo também destaca-se em sua função. Regular em suas atuações pelo Paris Saint-Germain, o zagueiro tem 17 jogos pela seleção – titular em todas as oportunidades. O jogo aéreo e a saída de bola são qualidades positivas atribuídas a ele.

Aliou Cissé

O nome de Aliou Cissé carrega a tradição senegalesa no futebol: o atual treinador da equipe nacional foi o capitão em 2002. Naquele mesmo ano, Cissé errou a cobrança de pênalti que decretou o vice-campeonato na Copa Africana de Nações e sagrou o  Camarões como campeão. Vinte anos depois, ele comandou a seleção que, enfim, conquistou o campeonato inédito. 

Cissé carrega a bandeira de Senegal após a conquista da CAN 2022

Cissé carrega a bandeira de Senegal após a conquista da CAN 2022 [Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons]

No cargo desde 2015, Cissé levou o Senegal à Copa da Rússia, onde foi o único treinador negro da edição. Mesmo frente à disparidade socioeconômica e racial, liderou seu elenco a uma participação razoável no torneio. Agora, com um título no currículo, o técnico de 46 anos busca mais uma boa campanha com a implementação de seu estilo de jogo.

Histórico nas Copas

A história da seleção senegalesa em Copas do Mundo é recente: essa é apenas a terceira edição disputada pelos Leões de Teranga – as outras duas foram em 2002 e 2018. No primeiro torneio do século XXI, Senegal alcançou a fase das quartas de final, mas sucumbiu diante da Turquia. Já na Rússia, a equipe auriverde não conseguiu se classificar no equilibrado grupo composto por Polônia, Colômbia e Japão. E assim, despediu-se precocemente da competição.

Na estreia da seleção, em 2002, Senegal encarou a seleção francesa, então campeã da Copa. Em Seul, a França foi surpreendida com um revés por 1×0. O gol de Papa Bouba Diop ficou registrado como um dos momentos mais inesperados da história do campeonato mundial. Os senegaleses terminaram a fase de grupos com mais dois empates, contra Dinamarca e Uruguai.

Classificados na segunda posição do grupo A, o adversário nas oitavas de final foi a Suécia. O gol de ouro – método utilizado para determinar como vencedor de um empate o primeiro time a pontuar – de Camara qualificou os africanos para a partida contra a Turquia na fase seguinte. Em mais uma prorrogação disputada, foram os turcos que beneficiaram-se da regra e eliminaram o Senegal da sua primeira Copa. A seleção terminou a edição ocupando a sétima colocação, sua melhor marca até hoje.

O Mundial de 2018 marcou a segunda participação da nação em Copas, dessa vez com uma nova geração. Liderados por Mané, os Leões de Teranga venceram a Polônia por 2×1. Na partida seguida, contra o Japão, a seleção abriu 2 a 0, mas tomou o empate em sete minutos.. No último jogo da fase de grupos, o Senegal não teve sucesso em superar os colombianos e despediram-se da Rússia. Na classificação do grupo, o Japão e os Leões igualaram-se nos principais critérios de desempate, porém a seleção senegalesa foi eliminada por ter recebido maior número de cartões amarelos.

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