Por Sofia Matos (sofi.matos@usp.br)
São Paulo pulsa. É viva, inquieta, faminta. Uma cidade que acorda antes de todos, respira pressa, vive de agenda cheia e não dorme. De madrugada, enquanto algumas luzes se apagam, outras se acendem para manter tudo funcionando. Não há botão de pausa.
Essa fotorreportagem percorre o tempo-espaço da cidade, do amanhecer à madrugada, para mostrar o que os olhos nem sempre enxergam. Trabalhadores e estudantes: são eles que fazem São Paulo ser São Paulo. Cada clique revela uma cidade que nunca para, porque, mesmo cansados, muita gente não pode parar. É suor. É rotina. É resistir.
Evidencia o quanto estamos sendo engolidos pela pressa, mas, mesmo no ritmo acelerado, há sempre tempo para o encontro e o prazer: nos olhares trocados pelo casal na avenida, no jovem que se perde em um livro no ônibus, ou na alegria compartilhada no bar ao som do samba. Aqui fica um convite à observação, ao olhar mais demorado, ao reconhecimento dos detalhes que o cotidiano insiste em esconder.



Vai e vem incessante de pedestres atravessando ruas, trens lotados nas primeiras horas do dia e avenidas já congestionadas antes do amanhecer. Na capital paulistana, o movimento é regra, nunca exceção.




Seguranças que vigiam desde o amanhecer, motoristas que atravessam avenidas sem fim, entregadores que cortam o trânsito com pressa, técnicos de manutenção, entre outras pessoas que garantem o ciclo funcional da cidade.




Em meio ao barulho e à pressa, um casal que se ama na calçada ou um leitor imerso no livro dentro do ônibus são respiros de ternura que mostram que a cidade ainda acolhe silêncios, afetos e pausas necessárias.



Enquanto o grupo de samba embala a noite com sua música e os garçons seguem trabalhando sem pausa, São Paulo prova que, mesmo na festa, o trabalho continua. A cidade que nunca para transforma a noite em celebração, mas também em mais uma jornada de quem mantém tudo funcionando, entre alegria e esforço.
