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A lua cheia de opostos

Um road-movie que vai além das estigmatizações do Ocidente quando o assunto é o Oriente Médio. Com a invasão norte-americana e a guerra excluídas da questão central, o filme “Antes da Lua Cheia” (Niwemang), previsto para estrear em 11 de junho, mostra um interessante jogo de opostos. Esqueça aquela imagem de mulheres oprimidas pela cultura islâmica, …

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Um road-movie que vai além das estigmatizações do Ocidente quando o assunto é o Oriente Médio. Com a invasão norte-americana e a guerra excluídas da questão central, o filme “Antes da Lua Cheia” (Niwemang), previsto para estrear em 11 de junho, mostra um interessante jogo de opostos.

Esqueça aquela imagem de mulheres oprimidas pela cultura islâmica, escondidas numa burqa. Esqueça também o cenário em que figuram tanques de guerra e bombas despencando de aviões em casas de civis. Não que isso não possa ser real, mas se há algo do qual o premiado diretor Bahman Ghobadi procura fugir é deste lugar-comum do pensamento ocidental ao se tratar daquela região.

O filme tem uma premissa simples: um renomado músico iraniano consegue permissão de se apresentar na região onde habita o povo curdo no Iraque, após a queda de Saddam Hussein. Mesmo depois de lhe contarem sobre uma previsão de que algo muito ruim aconteceria com ele à próxima lua cheia, ele resolve prosseguir viagem com seus dez filhos num ônibus, já que esperava por isso há 35 anos. Ele tem de lidar ainda com o problema de tentar convencer a cantora que ensaiava com ele a se apresentar também.

Apesar de não parecer um grande filme, ele conta com a atuação de Golshifteh Farahani, atriz iraniana que já trabalhou com Ridley Scott em “Rede de Mentiras”. Além disso, o New Wave de Ghobadi surpreende com cenas de extrema beleza e tom poético, este reafirmado, por vezes, com a confusão causada por divagações do protagonista Mamo.

A música iraniana tem papel importante, assim como a mescla de cenários crus e coloridos, drama e humor, união por um ideal e fragmentação de um patriarcado em sua busca. É exatamente a dualidade o grande tema do filme, que mostra um Irã dividido entre os avanços tecnológicos e a tradição. Mamo chega a dizer que “Algumas coisas vêm do coração. A ciência não explica tudo”.

Por Meire Kusumoto

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